|Capitulo 55|

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Capítulo 55 (ÚLTIMO)

|Francisco|

Neste momento, encontro-me sentado na sala de espera do Hospital. Confesso que ainda estou a tentar digerir toda esta informação uma vez que tudo aconteceu demasiado rápido.
Quando a minha namorada me perguntou se queria ir molhar os pés, eu optei por ficar onde estava. Estamos no Outono e não é como se a água estivesse propriamente quente nesta altura do ano! Só que, quando ela se levantou e começou a caminhar em direção ao mar, reparei que uma poça se formara debaixo dela. Admito que, naquele momento, não tinha pensado na possibilidade de se tratar do famoso "Rebentar as águas" e assim que a Mariana me disse que a nossa filha ia nascer, fiquei completamente aterrorizado.

Apercebi-me, depois, que a estava a deixar ainda mais nervosa e que, mesmo assim, eu ainda estava em pior estado — o que não era suposto, afinal, não era eu que estava a verter um líquido estranho e prestes a dar à luz, certo?
Tentei manter a calma, juro que tentei. Sem me preocupar com outra coisa, levei a Mariana até ao nosso carro e dirigi rapidamente para o hospital mais próximo. Explicámos à atendente a situação e as enfermeiras encarregaram-se logo de levar a minha namorada para o andar correto.
Decidi que o melhor seria ir até casa para trazer a mala com as coisas da bebé, afinal, é muito provável que o nascimento aconteça hoje mesmo ainda que faltassem quase duas semanas para completar o tempo "correto".
De forma rápida, voltei para o carro e dirigi até ao nosso apartamento. Estava tão nervoso que não era capaz de acertar na chave da porta de casa. Acredito que rodei as chaves todas até conseguir abrir e adentrar a minha habitação.

Como o tempo estimado já estava a aproximar-se, a Mariana tinha tido o cuidado de preparar as coisas e deixou a mala sobre a cómoda próxima à porta. Agarrei nela e regressei para o carro e, seguidamente, para o hospital.
Tive que perguntar à atendente onde é que poderia encontrar a minha namorada e ela, depois de consultar as funcionários do andar, informou-me que a Mariana tinha, literalmente, acabado de entrar em trabalho de parto.

Confesso que fiquei um pouco chateado. Gostava de poder estar com ela e apoiá-la nesse momento.
A senhora indicou-me uma sala de espera e informou-me que poderia (e iria) demorar algum tempo para que eu pudesse, finalmente, encontrar-me com as minhas duas meninas.
Fui obrigado a aceitar, afinal, não seria normal que entrasse na sala e interrompesse todo o processo sem que me tivessem concedido permissão para tal.
E era isso que eu estava a fazer neste momento. A esperar.

🌗🌗🌗

Algumas horas depois, uma mulher chama o meu nome e conduz-me até a um dos quartos. A noite já tinha caído e, embora eu nem tenha uma noção exata do tempo por ter adormecido devido ao cansaço do dia de treinos, sei que demorou um tempo considerável.

Adentrei na divisão e dirigi-me rapidamente para a cama onde se encontrava a Mariana. Puxei a cadeira para perto dela e exibi um largo sorriso ao contemplar a nossa pequena no berço.
Como seria de esperar, a minha namorada encontrava-se extremamente cansada por causa do esforço realizado. Com cuidado, peguei na sua mão e entrelacei os nossos dedos, depositando, depois, um beijo nas costas da mesma.

— Ela é tão linda. — Disse a minha namorada com um enorme sorriso no rosto.

— Sai à mãe. — Proferi, sorrindo de igual forma.

— Queres pegar nela? — Questionou, olhando-me e eu fitei-a assustado.

— Não sei se isso é uma boa ideia... — Constatei, receoso.

— Não precisas de ter medo. — Observou, sorrindo, e levantou-se da cama, caminhando até ao berço onde a nossa princesa se encontrava.

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