|Capitulo 51|

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Capítulo 51

|Mariana|

Passaram-se cerca de duas semanas desde o jogo do Vitória de Guimarães contra o Futebol Clube do Porto e o Francisco já está a aceitar melhor a ideia de se encontrar a servir outro clube. Sei que ele não está totalmente feliz mas está muito melhor do que estava quando viemos para cá: já sorri mais e nota-se que está alegre, agradece-me todos os dias por deixado a minha vida para trás no Porto para vir morar com ele.

Eu digo-lhe sempre que não precisa de me agradecer mas o jovem moreno insiste em fazê-lo e isso irrita-me, ugh.

Por um lado, tenho saudades da minha vida no Porto. Sou completamente apaixonada por aquela cidade e por tudo o que ela tem, no entanto, seria incapaz de deixar o meu namorado partir para esta aventura sem mim. Claro que não foi — nem é — fácil deixar a minha vida assim para trás mas isso é o que menos me importa até porque a partir do momento em que descobri que estava grávida soube que o ser humano que se encontra dentro de mim é o meu mundo e a minha vida e eu faria qualquer coisa para ver a nossa princesa feliz. Para além disso, eu sei que ela será muito feliz ao lado do pai e da mãe, portanto, se me perguntarem se me arrependo da escolha que fiz, não, não me arrependo: estou feliz ao lado do Francisco, estou feliz ao lado do homem que amo e que um dia irei prometer amar para sempre.

Nunca mais tínhamos tocado no assunto de casamento e, por um lado, isso deixa-me frustrada porque parece que ele não se quer casar comigo e, infelizmente, como pessoa insegura que sou começo a fazer filmes na minha cabeça — filmes completamente desnecessários e irreais. Contudo, admito que quando o jovem moreno diz que me ama e me abraça todos esses filmes e maus pensamentos evaporam e um sorriso largo cresce na minha cara. Ele ama-me e eu amo-o e não poderia pedir algo melhor que isso, não há nada melhor do que um amor correspondido.

Olhei o jovem moreno à minha frente e sorri ao vê-lo aproximar-se, o seu olhar estava focado em mim e no jovem que se encontrava a meu lado, Tozé, ex-jogador de Futebol Clube do Porto e atual colega do meu namorado no Vitória de Guimarães.

— Olá, amor. — Proferiu, deixando um beijo rápido nos meus lábios.

— Olá. — Sorri, levantando-me. — Vamos?

— Sim, vamos lá.

Beijei as bochechas de Tozé e entrelacei a minha mão na do Francisco, caminhando assim até ao parque de estacionamento.

O jovem moreno tinha um ar de chateado e suspirei quando ele largou a minha mão, dirigindo-se até ao seu carro de forma rápida.

— Francisco, o que se passa? — Inquiri, agarrando-lhe o braço.

— O que foi aquilo com o Tozé? — Devolveu, sem oferecer muita resistência.

— Ele só me estava a fazer companhia, amor.

— Sim, claro. — Proferiu, abanando negativamente a cabeça em contradição.

Notava-se que ainda estava chateado ainda que sem motivo.

— É verdade, Francisco. — Falei de forma séria, deixando um suspiro escapar entre os meus lábios.

— Está bem, Mariana. — Deu de ombros.

— Amor. — Suspirei, acariciando a sua face. — Não fiques assim, por favor. — Pedi.

— Assim como? Eu estou normal.

— Não, não estás. — Suspirei e o jovem moreno tirou a minha mão da sua face. — Francisco...

— Mariana... — Repetiu, fitando-me com a mesma expressão.

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