|Capitulo 9|

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Capitulo 9

|Francisco|

Talvez o Diogo tivesse razão e eu não fosse capaz de ouvir um "Não" como resposta. Mas a verdade é que fiquei realmente incomodado com a atitude da Mariana. Quer dizer, sim, eu compreendo que fui estúpido quando afirmei que ela era "uma criança" mas eu expliquei-lhe que não era isso que eu queria dizer e, de facto, eu só o tinha dito porque estava chateado e não sabia o porquê de ela me ter afastado do nada. Mas, tudo bem, se ela achava que eu iria insistir muito mais, estava muito enganada.

Não é como se eu não conseguisse arranjar alguém e estivesse desesperado por meros minutos de atenção da sua parte se era isso que ela estava a pensar. Visto que não tinha jogo amanhã, decidi que não faria mal nenhum quebrar a promessa que tinha feito a mim mesmo — neste mesmo dia — de parar de beber e mandei mensagem ao Pires a dizer que ia ter com ele a uma festa que estava a acontecer na casa de um amigo seu.

Voltei para o centro comercial e meti-me dentro do meu carro. Coloquei o meu cinto de segurança e rodei a chave, ligando o motor do meu veículo. Retirei o meu carro do parque de estacionamento e segui pela estrada que apenas era iluminada pelos candeeiros altos.

Estacionei atrás do carro do Pires — embora o lugar estivesse a abarrotar de pessoas, tinha conseguido um lugar numa questão de segundos — e saí do meu carro, batendo a porta com alguma força. Se fosse outra pessoa a fazê-lo, eu provavelmente perguntaria se aquilo era "a porta de um palheiro" mas eu tinha o direito de o fazer até porque o carro era meu.

Passei por um grupo de raparigas que estava na entrada da casa e caminhei pelo primeiro corredor que aparecia, procurando pela cabeça do Rui Pires algures no meio daquela gente toda. A caminho, passei pela mesa de bebidas e aproveitei para me servir, afinal, eu ia curar uma ressaca com uma bebedeira, não é mesmo?

— Olá giraço. — Uma doce voz feminina proferiu atrás de mim e eu virei-me para poder encarar a detentora da mesma. — Então, estás-te a divertir?

— Acabei de chegar por isso estou meio aborrecido. — Provoquei a rapariga, aproximando-me um pouco mais. Levei o meu copo até aos meus lábios e bebi um gole da minha bebida, voltando a baixar o copo.

— Oh, podemos tratar disso rapidamente. — Sugeriu, continuando a aproximar-se gradualmente de mim.

Foi uma questão de segundos para que os lábios da rapariga estivessem colados aos meus. Movimentavamo-los em sintonia e eu tinha a certeza de que ela já não estava em si apenas pelo cheiro e pelo sabor a álcool que ela possuía.

De qualquer das formas, deixei-me levar pelo clima do momento e quando dei por mim já não estava no andar principal da casa — tal como tinha combinado com o Pires e tal como deveria estar — mas sim num dos quartos do piso superior com a dita rapariga da voz doce que me tinha abordado na mesa das bebidas.


Capitulo escrito por @notchromatic

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