Shut Up |FR| ✔️

| Capitulo 13 |

Capítulo 13

|Francisco|

Quando o treino se deu por finalizado, tanto eu como os restantes rapazes nos dirigimos para os balneários para tomar um duche e trocar de roupa.

O Inácio estava a responder a uma mensagem todo em sorrisinhos e não vou dizer que não estava curioso para saber quem era a rapariga porque eu realmente queria saber quem é que o Zuca andava a traçar.

— Alguém vai para o estacionamento agora? — Inquiri assim que saí dos duches, aproximando-me do banco onde estava a minha roupa.

— Eu vou. — Inácio respondeu, guardando o seu telemóvel no bolso das suas calças.

— Então espera por mim, mano.

Como o meu colega de equipa já estava vestido e pronto para sair, tive que me apressar. Vesti uma muda de roupa das que tinha guardadas no balneário — porque eu sou uma pessoa prevenida e já tinha deixado algumas peças caso acontecesse algum esquecimento — e calcei os meus sapatos. Abri a câmera frontal do meu telemóvel e passei as minhas mãos pelo meu cabelo ainda molhado, tentando deixá-lo mais apresentável.

— Vá, siga puto. — Disse assim que me considerei pronto.

— Vamos nessa então.

Despedimo-nos dos restantes jogadores da equipa B e descemos para o parque de estacionamento. Estava com algum receio de encontrar o Mister novamente, afinal, já tinha levado para a cabeça por ter chegado tarde e acho, novamente, que a minha cabeça não explodiu por pouco. A minha sorte é saber disfarçar bem, caso contrário, estava lixado.

Estava a dever uma à Mariana, afinal, ela foi uma ótima amiga por me ter ido buscar à festa e se não tivesse sido por ela, eu provavelmente ainda estaria acabado lá.

Apertei as chaves do seu carro na minha mão. Teria que revê-la novamente para lhas poder entregar e isso era uma ótima desculpa para me encontrar com ela, não é?

A surpresa foi quando eu cheguei ao estacionamento e ela estava lá, a mexer no seu telemóvel enquanto esperava por alguém, suponho eu. A Mari estava, de facto, linda e o macacão assentava-lhe na perfeição — nada que eu duvidasse. Pensei, por breves momentos, que ela estava ali por minha causa mas essa esperança desvaneceu-se assim que a vi correr para os braços do Inácio, abraçando-lhe.

Franzi o cenho. Para mim, nada daquilo fazia sentido. Desde quando é que eles se falavam?

Mas fiquei ainda mais confuso quando eles se beijaram. Sim, eles beijaram-se. Eu não estava a ver coisas.

Os braços da Mariana rodeavam o pescoço do Inácio e as mãos do brasileiro estavam nas suas costas.

Senti que estava a incomodar o casalzinho e limitei-me abandonar o estacionamento do Estádio rapidamente, passando pelos rapazes que estavam a descer agora. Os Ruis olharam para mim confusos mas continuaram o seu caminho, ao contrário do Graça que me seguiu até que eu parasse, na entrada do Estádio.

— Estás bem, puto? — Franziu as sobrancelhas, encarando-me com uma expressão de confusão no rosto. — O quê que foi isso? O Inácio disse-te alguma coisa?

— Antes tivesse dito, escusava de ter visto o que vi. — Cruzei os braços, demonstrando-me bastante incomodado com a situação.

— Vais contar-me o que se passou ou...? — Voltou a repetir a sua pergunta inicial, encarando-me ainda muito confuso.

— Puto, o Inácio e a Mariana, a rapariga do outro dia, beijaram-se.

— A rapariga com quem tu dormiste? — Franziu o cenho, parecendo cada vez perceber menos do que se estava a passar.

— Sim, a rapariga com quem eu "dormi". — Respondi, encarando-o sério.

— Já te tinha dito que devias começar a escolher melhor as gajas com quem te metes. — Revirou os olhos. — Metade delas acabam sempre envolvidas com um terço do plantel.

— A Mariana é diferente, Graça, a sério. — Tentei explicar e ele limitou-se a assentir sarcasticamente. — Meu, juro-te! Por isso acho que aquele beijo com o Inácio tem qualquer coisa de estranho, não me parece que eles se conheçam e muito menos me parece que ela fosse andar por aí a distribuir beijos pelo nosso plantel.

— Então qual é a tua explicação de génio para o que aconteceu?

— Não sei, mas vou descobrir ou não me chamo Francisco Ramos.

— Sinceramente, já não me surpreende. Tu não és lá muito bom da cabeça... — Brincou, dando-me um murro sem força no ombro. — Mas não te metas com a dama do Brazuca, sendo assim... Olha que o Inácio dá cabo de ti.

— Mas ela não é namorada dele! Quer dizer, eu acho que não.

— Claro, o Inácio agora também anda a beijar todas as raparigas que vê pela frente, queres ver?

— Olha, acredita no que tu quiseres. — Revirei-lhe os olhos. — Mas dás-me boleia para casa? Aproveitamos e jogamos um Fifa 17, não?

— Na boa, siga então.

— Mas faz-me um favor e vai tu buscar o carro. Não tenho paciência para aturar crianças.

— Ui, falou o cota — Brincou novamente. — Mas pronto, fica à espera então. Já volto.

O Graça voltou a dirigir-se para o parque de estacionamento do Estádio enquanto eu navegava nas minhas redes sociais.

Capitulo escrito por @notchromatic