|Capitulo 18|

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Capítulo 18

|Mariana|

Passados cerca de vinte minutos, chegámos à praia de Matosinhos. Estacionei o meu carro atrás do de Inácio e ambos saímos dos mesmos.

— Está preparada para ver aqui o gostoso? Hein? — Perguntou o jovem brasileiro, sorrindo de lado o que me fez rir.

— Caso não saibas tens fotos em tronco nu no Instagram. — Constatei, ouvindo-o bufar. — Mas ao vivo sempre pode ser melhor.

Começámos a andar em direção à praia e sorri mal senti o vento fresco na minha cara. Olhei para o jovem brasileiro que bufou tentando ajeitar o seu cabelo e desatei a rir. Era pior que uma menina. Continuei a andar sendo acompanhada por Inácio e depois de descalçar as sapatilhas, coloquei os meus pés na areia sentindo o calor que vinha da mesma. Parecia que os meus iam escaldar.

Observei Inácio que estava completamente na boa. Para ele, aquilo devia ser o mínimo, afinal... Ele é brasileiro e a temperatura no Brasil é bastante alta comparada com a daqui. Para além disso ele morava em São Paulo, um dos locais mais quentes do mundo.

Depois de encontrar o local onde iríamos ficar, atirei as minhas coisas para a areia sendo seguida por Inácio. Retirei a minha roupa, ajeitando a toalha que tinha trazido e quando me preparava para sentar na mesma, o jovem brasileiro colocou-me no seu ombro caminhando em direção à água.

— Inácio, pousa-me! — Gritei enquanto lhe batia nas costas.

— Você tem força, hein. — Observou, mas não parou. Depois, pousou-me no chão e eu senti uma onda bater-me no corpo enquanto ele dizia. — Pronto, eu pousei.

— Eu vou-te matar. — Disse, começando a correr atrás de Inácio e quando finalmente o alcancei fiz-lhe uma rasteira que fez com que o jovem caísse na areia e ficasse completamente imerso à onda que nos tinha batido.

Depois de muita brincadeira na água, voltámos para as toalhas. Sentei-me na minha e Inácio acompanhou-me. O seu olhar parecia triste e distante e isso deixava-me intrigada. Decidi começar.

— O que se passa Inácio? Porquê esse olhar? — Inquiri.

— Estava pensando numa garota e acabei sentindo muita saudade dela. — Disse num suspiro. — Quando me mudei para Portugal, conheci uma mulher aqui na praia. Ela foi a menina mais bonita que alguma vez conheci, sabe? Eu fiquei completamente apaixonado por essa menina... Pela sua forma de ser, pela sua beleza, por tudo

Nunca imaginei o Inácio apaixonado e muito menos sensível, afinal ele tem esta postura toda durona.

— E o que se passou? Só contas se quiseres, claro! — Afirmei, sorrindo de forma reconfortante para o brasileiro.

— Eu e essa mina tivemos algo mas não era algo sério, entende? Não era um namoro mas eu realmente a amava, mas eu fui um babaca com ela e acabei por perder a mulher que mais amei na vida, nesta praia. — Fez uma pequena pausa antes de prosseguir. — Eu ainda a amo, sabe? Eu nunca deixei de amar a mulher de olhos azuis e cabelos loiros compridos. Acontece que ela me bloqueou nas redes sociais e eu estou achando que ela tem namorado agora... Mas também nunca mais a vi. — Proferiu. Cheguei a pensar que ele iria chorar e por isso abracei-o imediatamente. Não queria ver o meu brasileiro preferido assim.

— Não vale a pena sofrer por algo do passado! Vai mais um mergulho ou és assim tão fraco e não consegues aguentar as águas frias do Porto? — Provoquei o jovem brasileiro, começando a correr para o mar e dando um mergulho de cabeça.

Como eu adoro a praia.


🌘🌘🌘

Estacionei o carro dentro da garagem, depois de trancar o meu veículo e de trancar a porta da garagem saí da mesma caminhando até ao elevador, entrei no mesmo clicando no botão do primeiro andar, passado alguns segundos o mesmo parou e saí no meu andar, caminhei alguns metros por o corredor até chegar à entrada da porta de minha casa, abri a mesma e fui até à sala, onde para meu espanto não se encontrava apenas a Raquel mas sim ela, Vânia, Francisco e Dalot, deixei um suspiro escapar por entre os meus lábios ao pensar no que se teria passado ali, muito provavelmente o Francisco voltou a cair nos braços da enjoadinha da Vânia, não é que eu tivesse muito a ver com isso, porque não tenho, mas sei lá irrita-me o facto de isso poder ter acontecido, nem sei ao certo o porquê.

— Boa tarde.-disse olhando-os e Vânia fez uma cara de enjoada mal me viu o que me fez revirar os olhos.

— Então miúda? Andaste a comer o brazuca, foi sua tola?-perguntou Diogo com um sorriso nos lábios o que me fez rir.

-Espero que tenhas usado preservativo, sou muito nova para ser tia.-disse Raquel e eu ri.

— Sim Raquel eu usei, ele é que usou né, mas não te preocupes que não vais ser tia tão cedo.-disse tentando controlar o riso ao ver a cara de amuado e chateado do Francisco.

— Eu e o Francisco nunca usamos.-provocou Vânia.-Eu sei que este docinho adorava ter bebés comigo.-disse ela beijando a bochecha do jovem português e eu apenas revirei os olhos, novamente.

— Bem, eu vou só tomar um banho e já venho.-disse virando costas às quatro pessoas que se encontravam na sala, entrei no meu quarto e bufei irritada, aqueles dois andaram a foder novamente?! De é que eu estava à espera também?

Quando me preparava para colocar música comecei a ouvir o Francisco a falar alto com a Vânia e sorri ao ouvir as palavras que saiam da sua boca, ele acabara de dizer que ela e ele nunca iriam dar, que eu sou melhor, para ela me tratar com respeito e que a única coisa que ele queria dela era distância.

Sorri com essas palavras e coloquei música indo então tomar o meu banho, depois de terminar o mesmo e de secar o cabelo vesti uma camisola larga e uns calções e dirigi-me até à sala vendo que a Vânia já não se encontrava lá.

— Onde é que foi a Vânia? Não me digas que lhe partiste o coração Francisco.-gozei com a situação ouvindo o mesmo bufar.

— Foi sair, disse que ia ter com um rapaz qualquer.-disse dando de ombros e eu assenti sentando-me ao seu lado no sofá.

E contra tudo o que tinha dito anteriormente eu deixei que ele me tocasse, coloquei a minha cabeça no seu peito enquanto que ele me acariciava as costas e o rosto e beijei a sua bochecha.

Este rapaz deixa-me ainda mais louca do que já sou.

Shut Up |FR| ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora