|Capitulo 16|

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Capítulo 16

|Mariana|

Cumprimentei o Inácio com um beijo na bochecha e o jovem brasileiro sorriu, contagiando-me e fazendo com que eu sorrisse também.

— Espero que goste de velocidade. — Ele proferiu e eu encarei-o confusa. Colocou o pé no acelerador e explicou-se depois. — É que estou meia hora atrasado...

— Eu adoro velocidade. — Sorri, abrindo o vidro do meu lado do carro. — Não precisavas de chegar atrasado por minha causa, Inácio! Eu podia ir perfeitamente de Táxi.

— Eu sei mas não quero que gaste dinheiro sendo que eu te podia levar. — Disse e eu assenti, começando a cantarolar as músicas que passavam no rádio e o jogador brasileiro acabou por se juntar a mim.

Cerca de vinte minutos depois, o Inácio estacionou o seu carro e eu sorri, saindo do mesmo. O jovem rapaz deu-me um abraço, caminhando o mais depressa que podia em direção aos balneários enquanto eu me dirigi para as bancadas — contra a vontade dele que queria que eu fosse para a parte "VIP". Sentei-me na primeira fila e sorri ao ver uma grande parte da equipa a treinar. O Francisco estava a olhar fixamente para mim mas eu simplesmente o ignorei, revirando os olhos. Não vou andar atrás dele e muito menos vou permitir que seja uma boneca nas suas mãos.


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A equipa B do Futebol Clube do Porto entrou em campo e eu sorri vendo que Inácio estava titular. Sem dúvida que ele merecia a titularidade pelos últimos jogos — fantásticos — que tem feito. Gostava muito que hoje marcasse um golo tendo em conta que tem vindo a marcar nos últimos quatro jogos mas, infelizmente, o Vitória de Guimarães é uma equipa bastante forte e sem dúvida vai dar luta ao FCP, mas só és derrotado quando desistes de lutar.

Os jogadores de ambas as equipas colocaram-se no meio campo e mal o árbitro apitou ambos se cumprimentaram. Depois dos jovens se colocarem no respectivo lado do campo, foi a vez dos capitães se juntarem no meio campo — João Vigário e Francisco foram os escolhidos.

Após a tão famosa cara ou coroa, os jogadores colocaram-se novamente no meio campo.

Mal o apito do árbitro soou, a equipa do Vitória passou a bola, iniciando assim o jogo.

Depois de quarenta e cinco minutos ambas as equipas entraram para os balneários empatados a zero golos, suspirei e decidi ir ter com o Inácio. Pedi a um dos seguranças para guardar o meu lugar e o homem disse que o faria sem problemas.

Peguei na minha carteira e caminhei até à zona dos balneários, mostrando o meu passe VIP fazendo assim com que seguranças me permitissem a entrada nos balneários. Caminhei sem fazer barulho e ouvi a voz do Francisco a conversar com o Graça.

— Até que ponto a Mariana pode ser tão pega? Tu viste bem os sorrisinhos entre ela e o Inácio? Que nojo, meu, eu só me meto com gajas de merda. — Ouvi o Francisco a reclamar e suspirei caminhando até eles.

Assim que o Francisco me viu, a sua expressão facial mudou rapidamente e ele ficou branco como a neve.

— Olá Graça.— Sorri, cumprimentando o jogador. — Sabes dizer-me onde está o Inácio?

— Ele está no balneário, podes entrar. — Respondeu e eu assenti, caminhando mais alguns metros até lá.

Entrei no balneário e vi a cara desanimada dos jogadores. Deixei que um suspiro escapasse pelos meus lábios e todos eles olharam para mim. Não sou a melhor pessoa a transmitir confiança mas irei fazer de tudo para a passar.

— Eu sei que vocês não me conhecem e se conhecerem é pela boca do Francisco mas isso não importa. Que caras são essas? Vocês estão a fazer uma performance espetacular! Apenas não tiveram a oportunidade de marcar um golo mas sei que o vão fazer! — Afirmei, tendo a atenção de todos. — Vocês não jogam num clube qualquer, vocês jogam no melhor clube do mundo! Vocês são bi-campeões e serão tri-campeões este ano! Vocês merecem, vocês fazem por isso e vocês vão conseguir! Portanto, cabeça para cima e provem a todos de que é que vocês são feitos, mostrem o que valem, mostrem a vossa raça! — Disse e todos me olharam sorrindo. Arqueei a sobrancelha quando me vieram esmagar com um enorme abraço.

Em seguida saíram do balneário, deixando-me sozinha com o brasileiro.

— Esse discurso foi do caralho mesmo, mina! Obrigada por me ter vindo apoiar! Muito obrigada mesmo. — Agradeceu Inácio, Inácio puxando-me para um abraço que eu retribuí.


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A bola rolou novamente dentro do campo e o Porto começou a atacar de uma maneira completamente diferente da primeira primeira parte e senti-me orgulhosa pelo discurso que tinha acabado de fazer.

Galeno chuta a bola para Inácio no meio campo e o jovem brasileiro conduz a mesma em direção à baliza, derrubando quatro jogadores pelo meio do caminho. O brasileiro chuta a bola com o pé direito e coloca-a no fundo da baliza, marcando assim o golo. Eu não acredito que ele marcou!

Quando eu achava que aquele lindo brasileiro iria festejar com a equipa, ele apenas veio até ao local onde eu estava, pegando-me ao colo. Esbocei um largo sorriso, enrolando as minhas pernas na sua cintura e beijei a sua bochecha.

— Parece que você é o meu amuleto da sorte, não é mesmo? — Ele disse-me, beijando também a minha bochecha e rapidamente regressou ao jogo.

No fim da segunda parte, o jogo terminou e o Futebol Clube do Porto ganhou ao Vitória de Guimarães por um golo, golo esse marcado por Inácio.

Encontrava-me encostada ao meu carro enquanto esperava pelo autor do golo da vitória que se encontrava nos balneários quando vi Francisco a olhar-me com uma cara de chateado e, passados alguns segundos, Inácio saiu também. Constatei que a sua cara não estava melhor que a do Francisco e tive a certeza de que houve merda entre os dois, só espero que não tenha sido por minha causa.

— Parabéns campeão! — Congratulei-o, beijando a sua bochecha

— Obrigada, quer ir até à praia? Está quente. — Questionou e eu assenti.

Inácio caminhou comigo até ao meu carro de mão dada e antes que eu entrasse, o jovem brasileiro deu-me um beijo no canto da boca o que fez com que o jovem capitão do FCP pensasse que se tratava de um beijo a sério. De seguida, o jovem brasileiro caminhou até ao seu carro e mal começou a conduzir, segui-o, ignorando o olhar atento do Francisco sobre mim.

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