|Capitulo 29|

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Capitulo 29

|Francisco|

Eu e a Mariana já estávamos juntos há algum tempo e não hesitei em convidá-la para a gala dos Dragões de Ouro que aconteceria nesta semana. Ainda que ela estivesse um pouco hesitante em relação a aceitar porque estariam lá as companheiras de todos os meus colegas — tanto da equipa B como da equipa principal — e isso despertou algumas inseguranças na jovem rapariga. Porque, segundo ela, todas eram modelos maravilhosas e ela em nada se comparava com elas. Errado, muito errado.

A Mariana não quis que eu visse o seu vestido e posso garantir-vos que no domingo que antecedeu a gala, ela estava insuportável.

Mas, realmente, era natural que ela estivesse assim. Seria a primeira vez em que teria um contacto mais direto com todos os jogadores e obviamente que a imprensa estaria lá para registrar os acontecimentos e prémios da 29ª gala.

Tinha acabado de me arranjar e, por isso, mandei-lhe uma mensagem para saber se já estava pronta. Ainda era cedo mas eu não gosto particularmente de chegar atrasado aos lugares e assim sempre dava uma margem de atraso à Mari — uma vez que ela era mulher e as mulheres estão sempre atrasadas.

A minha namorada disse que demorava mais algum tempo mas que, se eu quisesse, poderia dirigir-me para a sua casa e ficava a fazer-lhe companhia — o que era uma ótima ideia.

Peguei na chave do meu menino e fui até à garagem, entrando no meu veículo e começando a conduzi-lo até à habitação da Mari.

Quando lá cheguei, estacionei em frente ao jardim, desliguei o motor, saí do carro e tranquei-o através da chave, caminhando até à porta de entrada.

Um facto interessante é que a Mariana não gosta que eu esteja perto da Vânia ou que sequer fale com ela — sinceramente, a Mari ainda não conseguiu superar o facto de eu já ter beijado a sua colega de casa e de quase ter feito sexo com ela — e, por isso, fica sempre amuada quando é a rapariga loira a abrir-me a porta e a trocar dois dedos de conversa comigo.

Toquei à campainha e aguardei pacientemente para que alguma das três raparigas que ali moravam me abrisse a porta.

— Oh, és tu. Olá, Francisco. — A Vânia proferiu com pouco entusiasmo assim que abriu a porta.

Fala-se no Diabo e o Diabo aparece.

— Oh, és tu. — Repeti, fazendo uma expressão de desânimo. — Olá Vânia.

— A Mariana está no quarto a arranjar-se. Como se, eventualmente, dois quilos de maquilhagem a fossem fazer ficar melhor.

E lá vamos nós outra vez.

— Claro que não a vão fazer ficar melhor porque ela já é linda sem maquilhagem, não precisa disso. — Constatei. Forcei um pouco a porta e entrei no edifício, começando a subir as escadas que davam para o quarto da minha namorada.

— Uau, estás extremamente atraente. — Fui capaz de a ouvir proferir do andar inferior.

Elogios são sempre bons, não?

Ok, não quando se trata da arqui-inimiga da vossa namorada.

Bati na porta do quarto da Mari antes de entrar, e, como já calculava, ela não respondeu. Deveria estar demasiado ocupada a esforçar-se para ficar "bonita", como se isso fosse necessário.

Entrei, fechando a porta atrás de mim e caminhei silenciosamente até à casa-de-banho onde eu já sabia que a encontraria. Visto que ela estava de costas à procura de qualquer coisa no armário, rodeei a sua cintura com os meus braços e pousei o meu queixo sobre o seu ombro, sussurrando ao seu ouvido:

Shut Up |FR| ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora