|Capitulo 21|

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Capitulo 21

|Francisco|

Depois daquela tarde em casa da Mariana as coisas tinham mudado um pouco. Eu percebi que estava prestes a perder a aposta com o Diogo porque eu realmente sentia algo por ela.

Mas se há uma coisa que vos posso garantir é que nunca verão o Francisco Ramos perder uma aposta. Ok, talvez eu já tenha perdido uma aposta mas não por estar apaixonado por alguém. Não me interpretem mal, é só que eu acho que nunca me apaixonei mesmo por alguém e não me parece que seja algo que eu queira que aconteça.

Decidi que se não queria perder a aposta e consequentemente não me apaixonar, deveria afastar-me dela. Não deveria ser tão difícil quanto isso, não é?

A verdade é que até se revelou um verdadeiro desafio porque eu acabava por ver a Mariana algumas vezes nos treinos ou a falar com o Graça e o inácio mas conseguia sempre evitá-la. Sinceramente, não me recordo de nos termos cruzado muitas vezes depois do que aconteceu em sua casa.

Mas não era fácil, de facto. Comecei a focar-me mais na minha carreira como jogador de futebol para ocupar mais o meu tempo e acabei por conhecer uma outra rapariga entretanto. A Marisa era uma rapariga espectacular para além de ser muito bonita e nós acabámos por ter uma espécie de relacionamento ocasional embora eu nunca tivesse sentido nada por ela.

O Diogo acabou por ter que se declarar à Raquel após se ter passado uma semana e posso dizer-vos que o facto de eu ter ganho a aposta fez com que ele e a morena começassem a namorar. Depois da declaração extremamente pirosa e romântica, os dois chegaram à conclusão que gostavam um do outro e o Dalot pediu-lhe em namoro nesse mesmo dia — Ah, como eles crescem depressa!

Eu sabia que a Mariana tinha ficado um pouco magoada por eu nunca mais lhe ter falado e a prova disso era o facto de que todos os meus amigos que a conheciam estarem sempre a dizer-me que deveria falar com ela.

O Graça até estranhou quando eu disse que queria falar com ela hoje, após o treino. Ver a Mariana com o Inácio foi algo que sempre me custou desde o início e saber que eu tinha feito porcaria com ela outra vez e tinha deixado que o brasileiro se aproximasse mais ainda, dava cabo de mim.

Por isso, decidi novamente que estava na hora de colocar um fim àquilo tudo e deixar-me de draminhas infantis porque simplesmente não me queria apaixonar. Ainda que primeiro eu precisasse de descobrir se a Mari e o Inácio tinham alguma coisa um com o outro, eu estava decidido a reaproximar-me dela e a deixar de ser um "playboyzinho" como os rapazes me apelidaram pelas incontáveis raparigas com quem eu já dormi.

Estava no balneário à espera porque tecnicamente o Graça ficou de chamá-la e dizer-lhe que eu queria falar com ela.

Alguns minutos depois, ouvi a sua voz soar na entrada do balneário e aproximei-me mais para que pudesse ficar à sua frente.

— Que pouca vergonha foi aquela com o Inácio, Mariana? — Inquiri, fitando-a sério.

— O que tens tu a ver com isso? — Respondeu com uma pergunta, parecendo estar a provocar-me.— Que eu saiba... Nós não temos nada, eu como quem quiser.

Ela tinha razão. Era facto que não tínhamos nada.

— Tens razão. — Assenti seco. — Vai lá comer o Inácio ou outro gajo qualquer. Isso não me afeta. — Acrescentei de uma forma bruta mas arrependi-me imediatamente ao ver que, de alguma forma, lhe tinha magoado.

— Ai não te afeta é? — A Mariana perguntou novamente, aproximando-se um pouco mais de mim. Em seguida, olhando-me nos olhos, acrescentou. — É bom saber.

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