|Capitulo 41|

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Capítulo 41

|Francisco|

Acordei com a luz do sol a bater-me na cara por estar a atravessar as cortinas do meu quarto. Cocei os meus olhos com as costas de uma das minhas mãos e virei o meu rosto, encontrando a Mariana que ainda dormia.
Comecei a acariciar os seus cabelos, aproximando-a um pouco mais do meu tronco.

Ainda estava em êxtase com a notícia de que seria pai. Era uma sensação muito boa saber que isso seria uma realidade numa questão de meses. Por um lado, sei que a minha profissão não vai facilitar muito as coisas mas tenho a certeza de que tudo vai correr pelo melhor. Acaba sempre por correr.
De qualquer das maneiras, eu tinha que colocar na minha cabeça a possibilidade de sair do FCP. Eu não queria que isso acontecesse. Eu não queria mudar de clube. Eu não queria ser o motivo pelo qual a Mariana tinha que desistir do seu sonho mas tampouco queria ficar longe dela. Não era justo. Não era nada justo.

Eu dava imenso de mim àquele clube e a forma como me retribuíam todo o esforço era descartando-me como se eu não valesse nada. E, se calhar, até tinham razão. Talvez eu não fosse bom o suficiente para o Futebol Clube do Porto.

Mas, honestamente, eu não queria saber. Estava certo de que lhes iria provar que emprestar-me/vender-me era a pior decisão que tinham feito. Eu iria mostrar-lhes.

A Mariana mexeu-se debaixo dos lençóis, fazendo com que eu baixasse o meu olhar para a poder encarar.

— Bom dia, amor. — A minha namorada disse, sorrindo para mim e beijou levemente os meus lábios. Em seguida, acariciou a sua barriga e proferiu. — Bom dia bebê.

— Bom dia, ursinha. — Foi a minha vez de dizer, depositando um beijo sobre a sua testa seguidamente.— Dormiste bem?

— Sim.— Proferiu com um sorriso no rosto.— No entanto, podias ter feito melhor ontem.— Provocou, dando de ombros.

— É impossível fazer melhor do que faço. — Afirmei, confiante.

— Foi terrível, Francisco, nem a minha posição preferida fizeste. — Resmungou, cruzando os braços.

— Como queiras. — Dei de ombros, levantando-me da cama e caminhei até à casa-de-banho do meu quarto.

Como assim "foi terrível"? Ela só podia estar a gozar com a minha cara.

— O que achas de tomarmos banho juntos? — Questionou, rodeando o meu corpo com os seus braços.

— Sabes perfeitamente que essa é uma proposta irrecusável.— Respondi, fitando o seu rosto com atenção.

Ela sabia demasiado bem fazer com que eu deixasse de estar chateado.

— Agora não me apetece... Amanhã ou para a semana tomamos banho juntos, quem sabe? — Questionou, divertida.

— Ai não te apetece? — Inquiri, levando as minhas mão até ao fundo das suas costas. Fiz um ar desafiador e prossegui.— De certeza que não te apetece?

— Absoluta.— Respondeu, beijando a minha bochecha, fazendo-me bufar.

Dei de ombros. Ela estava a agir dessa forma para me irritar, como de costume.

— Então, faz o favor de me dar licença porque eu tenciono tomar banho agora.— Proferi, cruzando os braços.

— Podes tomar banho enquanto eu estou aqui, que eu saiba, já te vi nu mais que uma vez. — Rispostou, cruzando os seus braços.

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