Capítulo 3 - Hugo

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Hugo - Negócios

–  A mala está no carro, senhor Hernandez, coloquei tudo o que o senhor precisaria para uma semana –  falou Emilly quando nos despedimos por causa da minha viagem de negócios com Esteban.

–  Obrigado, sempre atenciosa. Nos vemos em uma semana  –   falei e lhe cumprimentei.

O táxi esperava do lado de fora. Me encaminhei para ele, ajeitando as pontas do terno e a gravata, entrei no carro e anunciei o destino. Cruzamos olhares e o observei dirigir tão diferente de mim. Não demorou e chegamos, entreguei a ele o dinheiro e deixei ficar com o troco. Peguei as malas e me locomovi para o saguão onde Esteban me esperava em um terno azul marinho tão lindo como em uma semana atrás.

–  Boa tarde, senhor Esteban –  cumprimentei ele com um aceno.

–  Boa tarde, senhor Hugo, mas se quiser pode me chamar de Esteban somente –  disse ele.

–  Está certo, digo o mesmo, sem formalidades. Enfim tudo certo? Podemos ir?

–  Sim, sim –  sorriu ele e arrastou o carrinho com duas malas para o corredor.

Entramos no avião e a aeromoça nos levou para nossos lugares. Sentei do lado da janela, eu fazia tantas viagens que não ligava mais para o avião, porém percebi que o Esteban nem tanto, ele me lançava olhares furtivos como se quisesse falar alguma coisa e eu como bom observador, dei a deixa.

–  Quer me contar alguma coisa Esteban? –  questionei, a sobrancelha arqueada.

–  Eu... Posso sentar do lado da janela? Pensei que você não se importaria –  explicou ele e eu esfriei por dentro, pensei que ele queria dizer qualquer outra coisa, menos me pedir para sentar na janela. Bom, dei de ombros e me levantei, ele sorriu e trocou de lugar comigo.

Conversamos calorosamente sobre negócios e empresas, também sobre outros assuntos em geral. Acabei por adormecer, não sem notar que ele estava lendo um livro. Ele me despertou faltando uma hora para pousarmos.

–  Você provavelmente já fez viagens como esta inúmeras vezes não é? –  perguntou ele.

–  Fiz sim, visitei Nova Iorque e inclusive tenho uma segunda residência lá, visitei outras capitais dos Estados Unidos, Canadá e México, eu realmente queria era ir para Londres, não tive a oportunidade, nas férias, talvez... –  falei.

–  Está muito tempo na empresa? –  continuou ele querendo saber mais.

–  Não muito, três meses e eu completo um ano.

–  Entendi. Eu venho de um longo histórico de uma empresa, mas é sempre bom mudar, eu acho. Estou pouco tempo na cidade, quero dizer Los Angeles claro.

–  Sério? Pensei que vivesse lá a mais tempo.

–  Não, eu estou só uns dois meses.

Parei e o observei. Não percebemos mas já era hora de descer. Continuei a observá-lo enquanto desembarcávamos e pegávamos nossas coisas. Chamei um táxi, um dos muitos de Nova Iorque e dei o endereço ao motorista e demoramos mais do que o esperado por conta do tránsito. Quando chegamos, Esteban desceu e eu paguei o taxista. Esteban parou e olhou para a o topo do edifício a nossa frente. Sorri. Ele olhou curioso e espantado.

–  O prédio todo é seu? –  questionou ele embasbacado.

–  Não, só um andar_falei e dei risada, ele continuou de queixo caído –  Vamos?

Ele assentiu e entramos, a fachada do prédio indicava ser um edifício antigo, exceto que por dentro era modernizado e atualizado completamente. Tirei as chaves do bolso e segurei enquanto subíamos de elevador e a atmosfera eletrizante, meu desejo de pegá-lo e envolvê-lo em meus braços, beijar-lhe até perder o ar. Ao invés, sorri disfarçando meus devaneios quando ele olhou para mim.

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