Capítulo 6 - Hugo

9 0 0
                                    

Hugo - Taças

A luz dissipou para dentro de meus olhos, cobri meu rosto com o travesseiro.

Emilly andou de um lado para o outro, abrindo cortinas, juntando a roupa suja e jogada por todo o quarto. Eu sei que eu deixei o quarto bagunçado e que provavelmente ela encontraria coisas estranhas pelo chão, como: camisinha, garrafas e taças de champanhe e até brinquedinhos sexuais.

Os meus amantes sempre iam embora antes do amanhecer de modo que eu sempre acordava de manhã sozinho, eu preferia assim. Melhor do que acordar e perceber que eu não queria ou não gostava exatamente da pessoa que estava ao meu lado. Esperei Emilly sair do quarto e me espreguicei, eu estava completamente nu, não queria que ela me visse daquela forma.

Me levantei e o lençol que escondia meu corpo escorregou até o chão. Abri o closet e tentei me decidir por algo para vestir. Escolhi uma calça leve de ginástica, uma camisa e nem me olhei no espelho, eu sabia o que veria, um homem em plenos vinte e sete anos forte e com olheiras, todas as noites acordado, farras e festas.

Enquanto me encaminhava para a cozinha, imaginei o que faria durante o dia, esse tempo longe da empresa e do Esteban estava me fazendo bem ou me fazendo afundar ainda mais rápido, eu não saberia dizer. Parei encostado no batente da porta da cozinha e Emilly sorriu para mim. Eu devia estar péssimo.

–  Pronto para o almoço, senhor Hernandez? –  falou ela.

–  Almoço? Que horas são? –  exclamei incrédulo.

–  Quase uma hora da tarde, senhor. Mas se o senhor quiser, eu farei um café da manhã especial como o senhor gosta.

–  Não, eu... fico com o almoço, não esquente Emilly. Qualquer coisa estou na piscina.

–  Está bem, senhor, em meia-hora está tudo pronto.

O dia estava lindo para tomar sol e um banho de piscina, então foi o que eu fiz, resolvi relaxar. E a noite eu fiz algo diferente... Quero dizer, eu só escolhi um método diferente para chegar ao mesmo resultado. Em um site de relacionamentos, marcamos para esta noite e ele não teve desculpas. Eu busquei o escolhido de carro e o levei direto para casa. Sem enrolações, fomos direto ao ponto.

Na manhã seguinte, o processo se repetiu, ele não estava mais lá quando eu acordei e Emilly me sacudiu até que eu acordasse, olhei para ela assustado.

–  Senhor Hernandez, por favor diga para mim que irá parar de trazer estranhos, veja aqui reviraram algumas das gavetas e sua carteira, não sei se levaram alguma coisa.

–  O que? –  vociferei e me sentei na cama. Sem me importar se Emilly estava me vendo nu, peguei a carteira na mão e verifiquei. Ele só levou algumas notas, nada que me fará falta, mas desgraçado!

Olhei para Emilly que me estendeu um pedaço, eu o peguei e observei o que estava escrito. Bryan (número de telefone) e Nova Iorque... Continuei calado, com o papel na mão e uma ideia na mente.

–  Não, eu prometo não trazer mais ninguém aqui, sem cuidado, senhorita Jones. Eu prometo. Fique tranquila! Mas eu farei uma viagem, me ajuda?

Neon NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora