Capítulo 10 - Bryan

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Bryan - Sonho

A noite para Bryan foi longa e trabalhosa, mas que valeu a pena. Muita coisa aconteceu e ele não sabia se estava preparado. Afinal, um fotógrafo profissional queria conhecer melhor o trabalho dele e esta não era uma chance para se deixar escapar. O número do fotógrafo estava guardado sob sete chaves, apenas esperando a hora certa para ser utilizado.

Bryan levantou e preparou um café apenas para forrar o estômago, hoje ele visitaria e resolveria algumas coisas sobre Jason. Bryan não conseguia tirar ele da cabeça. Como será que ele estava? Ele saberia hoje. Colocou uma roupa rapidamente, saiu em disparada por aí em direção ao hospital.

Em menos de uma hora chegando no hospital, Luce o esperava do lado de fora e Bryan agradeceu por não ter de enfrentar tudo aquilo sozinho. Os dois se cumprimentaram e entraram no local, Luce enchendo Bryan de perguntas sobre a noite passada, o que ele havia feito, se ele havia encontrado alguém, Bryan respondia a tudo um tanto distraído.

Na recepção Bryan pediu para conversar primeiro com o médico que por sorte estava de plantão naquela manhã. Luce foi visitar Jason enquanto Bryan conversa com o doutor. Em momentos como este Bryan agradecia por trabalhar na noitada, ele conhecia o médico que estava no caso de Jason e este o recebeu muito bem.

–  Então doutor, o que está acontecendo? Por que o Jason não pode ir para casa?

–  É complicado Bryan, mas eu vou tentar explicar de uma maneira que você possa entender, certo? O corpo de Jason não está reagindo nada bem ao processo, nem a doença, ele poderia ir para casa, mas estaria sempre voltando para o hospital. Nós estamos trabalhando no tratamento da melhor maneira possível...

–  Se for por dinheiro, eu tenho, eu pago o que for preciso pela melhora dele.

–  Eu sei, mas infelizmente a questão aqui não é dinheiro, é que estamos lidando com um caso raro e eu tenho de ser sincero, só um milagre pode salvar o seu amigo...

Aquelas palavras lhe perfuraram como uma faca nas costas, milagres existiam, não existiam?

Era o que ele estava esperando, uma única chama de esperança. O doutor colocou a mão gentilmente sobre seu ombro e olhou dentro de seu olhos como quem cedia um pouco de humanidade.

Bryan agradeceu e se dirigiu para onde Jason estava.

Antes de entrar no quarto Bryan parou, respirou fundo e engoliu qualquer coisa ruim, ele tinha que ser forte para o amigo. E ele entrou e supreso, se deparou com um Jason que não via a dias, até meses. Ele estava bastante magro, mas estava sentado e rindo com a Luce.

Bryan sorriu ao vê-lo e segurou as lágrimas.

–  Cadê o meu irmãozinho? –  perguntou Bryan em tom de brincadeira.

–  Bryan, já to grande pra isso, né... Estou quase com 18 anos já.

–  É, é um garoto já, quase um adulto –  falou Bryan e suspirou.

–  E como você está? E as apresentações? Que saudades eu tenho das baladas, agora eu só fico aqui nesse hospital...

–  Eu-eu sei, eu continuo me apresentando e você tem que se cuidar que é pra me ver se apresentar não é?

–  Sim, eu vou... –  respondeu Jason.

–  Bom, meninos, vou deixar vocês a sós, vou no banheiro e venho para te dar tchau –  anunciou Luce.

Bryan se aproximou e segurou nos dedos de Jason, parecia que ele iria quebrar a qualquer instante. Bryan estava com medo.

–  Bryan, promete que se alguma coisa acontecer comigo, você não vai desistir? Promete...

E Bryan o encarou com os olhos marejados.

–  Que isso? Nada vai acontecer com você, eu juro, você vai ficar bom...

–  Só prometa! Por favor –  pediu Jason e ele não teve como negar.

Bryan desconversou e tentou trocar o assunto, fazendo Jason rir. Por Bryan ele ficaria lá por muito mais tempo, infelizmente não era bem assim e a Luce entrou no quarto para se despedir e chamar Bryan para ir embora. Com beijos e abraços apertados, Bryan e Luce desejaram melhoras e saíram do quarto.

–  Ele vai ficar bem –  e Luce abraçou Bryan enquanto caminhavam para fora do hospital.

–  Eu sei que vai, ele é forte como o irmãozinho dele aqui.

–  Irmãozão Bryan –  Luce sorriu para ele.

Os dias seguiram, Bryan recusou então a oferta de Hugo para pagar o tratamento, o próprio médico havia dito que o problema não seria dinheiro, mas que somente um milagre poderia salvar Bryan agora e era em horas como aquela que Bryan se ajoelhou e rezou pedindo por um milagre. Ele se sentia esperançoso e ao mesmo tempo apegado a um vazio. Ele se sentia impotente.

Até que o telefone tocou, Bryan assustado tirou o telefone do gancho e atendeu. Que horas são? Se questionou...

–  Alô, Bryan? –  falou Luce, um tom de embargação na voz...

–  Luce? Luce o que houve?

–  Bryan, o Jason... ele acaba de falecer... Bryan, eu...

De um instante para o outro Bryan foi atingido por algo que ele não sabia dizer, sua visão ficou turva, seus joelhos cederam, Jason não podia, não... Ele tentara, tentara salvar ele, mas era tarde demais...

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