Capítulo 8 - Bryan

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Bryan - Loucura

As batidas na porta soaram altas e claras, Bryan levantou e olhando para Luce, deu de ombros. Ao abrir, se deparou com um dos mais lindos homens que ele já conheceu, Hugo. Os dois se entreolharam, sem palavras, ambos sabiam que havia ali mais do

que qualquer coisa que pudesse ser dita. Bryan com a mente em um turbilhão pensando em Jason, emprego e grana, Hugo com a mente repartida, repleta de dúvidas e incertezas.

–  Oi! –  exclamaram ambos –  Desculpa, eu... Não, você primeiro...

–  Certo, sinto muito surgir assim aqui. Eu precisava conversar com alguém –  falou Hugo.

–  É, eu sei como está se sentindo. Eu também, mas venha, entre! –  e Bryan se colocou de lado para Hugo passar.

Com um aceno e um aperto de mão na abobada Luce, Hugo cumprimentou-a. Bryan fechou a porta e com as mãos nos bolsos, parou e encarou Hugo, sem saber exatamente o que dizer ou por onde começar. Alguém precisava dar o pontapé inicial, Bryan decidiu ser o primeiro e falou:

–  Então, o que o trouxe aqui, Hugo? E ah fique a vontade, pode se sentar, a minha casa é humilde, mas...

–  Não, tudo bem, obrigado... –  Hugo apressou-se em dizer –  Bem, eu tenho residência aqui em Nova Iorque e você foi o primeiro que eu pensei, você está com problemas, eu também, quem sabe podemos nos ajudar. Bryan e Luce se entreolharam, poderia ser realmente uma resposta, Bryan não sabia se Hugo teria como ajudar Jason de alguma forma ou a carreira dele talvez. Mas como ele poderia ajudar Hugo em troca? Ele não tinha ideia.

–  Eu não entendo Hugo, como eu posso te ajudar de alguma forma? –  perguntou ele.

–  Fala para mim que você sente o que eu sinto, não sente? Eu tenho certeza, não estou ficando louco. Eu...

–  Eu sinto –  disse Bryan surpreendendo até Luce que por um momento pensou que Hugo estava mesmo enlouquecendo.

–  É como um imã, não é? Magnetismo, algo me atrai até você e não é bem amor ou sei lá. Não se ofenda.

–  Não, não me ofendi, sei que não é amor, nem outro tipo de sentimento, mas você não foi o único pelo qual eu senti isso, tem mais um menino.

–  Mais um menino? Quem? –  questionou Hugo.

–  Troye, você não conhece, enfim, saímos do foco, como eu posso retribuir qualquer coisa que você venha a fazer por mim? –  Bryan estava incrédulo, descrente do que estava acontecendo...

Hugo parou e respirou fundo, com os dedos pressionou entre os olhos em um gesto de nervosismo e ansiedade, procurando pelas palavras. O que ele tinha a perder, afinal?

–  Não quero que pense que farei qualquer coisa porque quero algo em troca, os últimos dias na minha vida foram completamente insanos, mas eu percebi que preciso mudar e aí eu resolvi que quero me mudar para Nova Iorque de vez. E eu tenho algumas ideias sei lá, você tem influências.

–  Você quer conversar sobre negócios? –  questionou Bryan.

–  Sim, isso –  concluiu Hugo.

–  E eu pensando que era algo mais sério, por que você não falou?

–  Desculpa, ultimamente estou tão fora de mim, eu só queria dar um jeito em tudo.

–  E vai dar certo. Podemos conversar, quais são suas ideias?

–  Agora, aqui, assim? Eu acho que não estou preparado.

–  Hugo o que aconteceu com você? Nem parece com o cara que eu conheci aquela noite. Quer me contar o que tem rolado? Por que está assim?

Hugo abaixou a cabeça e suspirou para então dar início a história dos fatos e acontecimentos do último mês. Falou sobre Esteban e seus sentimentos, sobre o emprego e vagamente mencionou os garotos de programas e homens dos aplicativos. Bryan acenava a cabeça o encorajando a continuar. Por fim Hugo falou sobre a repentina vontade de mudar-se.

–  Que vacilo! –  Bryan e Luce exclamaram quando Hugo parou de falar.

–  Eu sei, foi muito errado... –  disse Hugo hesitante.

–  Errado? Com certeza, mas quem somos nós para te julgar –  falou Luce –  e eu acho que tem muito mais nessa história do que você pode imaginar.

–  Eu também acho, esse Esteban e esse tal de Alex. Enfim, agora eu quero que você erga a cabeça e mostre, não para eles, nem para ninguém além de você mesmo que você é melhor que tudo isso!

Hugo riu e assentiu, Bryan teve o efeito esperado sobre ele, o efeito de erguê-lo e lhe dar força. Uma nova dose de ânimo, algo que Hugo não sentia a algum tempo.

–  E você Bryan, por que está mal?

–  Deixa isso pra lá, falamos depois... –  e batidas na porta interromperam Bryan.

Imediatamente Bryan se postou ao lado da porta e a abriu, Troye olhou timidamente para Bryan e acenou um olá. Bryan pensou que aquilo poderia ser loucura, agora estavam todos ali. Bryan deu passagem para Troye e quando este entrou na sala, Hugo e Troye se entreolharam e o clima do lugar estava estático.

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