Neon Nights

Capítulo 9 - Troye

Troye - Recebido

O telefone tocou, uma, duas vezes, Troye completamente afetado pelo sono, mal conseguiu atender:

–  Alô? –  falou ele.

–  Por favor o senhor Troye –  anunciou a voz do outro lado da linha.

–  É ele, quem gostaria? –  disse e se aprumou, agora mais atento. E a voz (de uma mulher ele finalmente percebeu) começou a ditar tudo sobre a proposta de faculdade, a vaga e a bolsa e a notícia que Troye mais esperava receber: ele tinha uma chance de entrar na faculdade de moda e ele precisaria tentar agora.

Troye se levantou, não conseguiria voltar a dormir, não depois dessas informações. Se encaminhou para o banheiro, olhou para o reflexo no espelho e com alívio observou que se sentia melhor do que nunca antes se sentiu, sorriu para o reflexo. Tirou as roupas e tomou um banho. Quando saiu, Sam não estava mais na cama. Troye tinha que conversar com Sam e saber a opinião dele referente a faculdade.

Batidas na porta interromperam seus devaneios e Sam entrou, desajeitado.

–  Bom dia Troye! Dormiu bem? –  falou Sam, mas Troye percebeu um tom de inquietação na voz dele.

–  Dormi sim e Sam, eu... quero conversar com você.

–  Pois bem, fale –  exclamou Sam enquanto arrumava a cama, jogando travesseiros e cobertas para longe.

–  Então, eu fiz uma visita a faculdade do Central Park e resolvi tentar uma bolsa para o curso de moda, o que você acha? –  Troye se virou para encarar Sam.

Sam ficou quieto, claramente decidindo o que iria dizer. Troye contraiu a testa e mordeu o lábio. Afinal, eles eram amigos não eram? Sam deveria apoiá-lo e também comentar se houvesse algo errado.

–  Bom, Troye acho que você demorou demais para escolher fazer isso, mas antes tarde do que nunca, então, eu apoio totalmente, você vai conseguir!

E Troye não conseguiu se segurar, correu para abraçar Sam e o agradeceu repetidamente. Sam aceitou o abraço e o retribuiu um pouco incerto e tímido. Sam estava se sentindo inquieto, pois Sam sentia algo além de amizade pelo Troye e ele sabia que não era exatamente correspondido, ele pensava e se questionava as porcentagens de chances disso acontecer, 10%? 20%?

Talvez, quem é que sabe...

Sam queria que aquele momento não acabasse e tomado por um impulso Sam olhou nos olhos de Troye ambos ainda um nos braços do outro e Sam sabia que seria agora ou nunca. Sam avançou e beijou Troye, os lábios se tocaram, quentes e apressados a princípio. O que Sam temia não aconteceu, que Troye recusasse o seu beijo. Então ele apenas se entregou.

O que para Sam durou segundos, Troye se desvencilhou dele, envergonhado e sem ter para onde olhar, falou:

–  Eu... eu farei isso, tentarei a bolsa...

–  É, faça isso, sim–  respondeu Sam observando Troye se afastar. Ele tinha feito certo ou errado? Ele não sabia dizer...

Troye estava completamente sem graça e sem saber o que fazer. Se afastou, terminou de se arrumar e convidou Sam para tomar café da manhã com ele, Sam apenas respondeu que logo iria. Troye começou a se questionar se havia feito certo ou errado, ele não saberia dizer.

Ele tinha de se apressar se não chegaria atrasado ao trabalho...

O restante do dia fora completamente comum, exceto que Troye não tirava o beijo do pensamento e queria entender se ele havia feito algo errado e de que modo ele olharia para o Sam agora? Bom, se não o mesmo modo de sempre, acima de tudo eles eram amigos. Assim como Bryan e talvez uma boa noitada com Bryan poderia melhorar a atmosfera. Foi o que Troye fez, uma ligação e uma balada para esta noite. Troye convidou Sam também.

Se Troye pensou por um instante que seria difícil encarar Sam novamente, não foi bem assim, logo os dois estavam discutindo sobre roupas e as aulas de faculdade. Sam já estava pronto quando Troye ainda estava arrumando o cabelo. E Sam ria disso tudo.

–  Vamos Troye, vai amanhecer e você não terminou de se arrumar–  gritou Sam para Troye através do som do secador de cabelo.

–  Já to indo, to indo –  e Troye saiu de dentro do banheiro, sorrindo, Sam só conseguiu pensar em quão lindo ele estava –  Então, vamos?

O caminho para a balada foi fácil e Bryan os recebeu, não estava vestido de drag ainda. Mal se cumprimentaram e Bryan os arrastou para dentro, o túnel de luzes Neon que tanto encantava Troye. Bryan resmunagava alguma coisa sobre Hugo ter se encantado pelo Troye, mas Troye se perguntava se ele estaria mesmo falando a verdade, Bryan continuou, parando só para dar oi para algumas pessoas e (falsamente) elogiar outras, só por brincadeira dizia Bryan. E assim começava a noite.

Na pista a fumaça encobria os outros visitantes da casa, Troye e Sam começaram a dançar, as batidas rítmicas e a voz remixada indicavam Rihanna tocando. Bryan logo se separou deles, Sam não sabia se tantava mais uma vez ou se tentava esquecer tudo o que houve. Preferiu dançar e manter uma certa distância apenas em caso, afinal Troye era livre.

Tudo seguia bem até Troye receber uma ligação, avisar Sam e sair para longe do barulho e da multidão. Quem poderia ser? Ainda mais aquela hora, já passava da meia-noite.

–  Alô? –  falou Troye.

–  Alô, Troye? –  aquela voz, não podia ser, Troye não queria acreditar... Mark, seu ex...

–  O que você quer? Eu não tenho nada pra falar com você –  praticamente gritou Troye.

–  Nossa, que barulheira é essa, onde você está? Bem, tanto faz, Troye eu sinto sua falta, eu sei o que você vai dizer, mas eu quero você de volta, por favor, eu juro, juro...

E a frase foi interrompida, Troye acabara de desligar o telefone, por que Mark tinha que fazer isso? Agora que as coisas pareciam estar indo tão bem ele reaparecia assim. Firme, Troye resolveu que se ele ligasse novamente daria a única resposta possível para isso: não voltaria para ele nunca mais! O telefone começou a vibrar na mão de Troye que o atendeu apressadamente e nervoso:

–  O que você quer?

–  Ah, desculpa, se não era pra ligar... –  Troye esperava por tudo, menos por aquilo, essa voz do outro lado da linha agora, era diferente...

–  Ah não, não, desculpa eu... Quem está falando?

–  Oi Troye, sou eu, Hugo, amigo do Bryan!

Hugo? O que ele poderia querer? Se questionou Troye...

–  Oi Hugo, é então, desculpa gritar agora, não era para você, não, mas é então... em que eu posso te ajudar? –  Troye ficou confuso, não sabia bem o que dizer...

–  Eu quero te fazer uma proposta...