Neon Nights

Capítulo 10 - Hugo

Hugo - Cafés

Solitário.

A palavra perfeita para descrever como eu estava me sentindo hoje, ou melhor, alguns dias. Desde que deixei Troye em casa esta sensação me afligiu. Me fechei em meu apartamento, me joguei na minha cama bagunçada com cheiro de transa recente e bem, o que eu podia dizer?

Adormeci e acordei várias vezes, levantei para ir ao banheiro e tomar xícaras de café, eu estava deprimido, desolado. E este foi o primeiro dia.

Segundo dia.

Me afundei ainda mais em minha própria cama, assisti aos filmes e jornais e seriados da TV paga. Desliguei a TV, andei um pouco pela casa, tirei fotos, sentei na varanda e observei o ir e vir dos carros, de uma cidade de metal, pedra e cinza, o que realmente importava?

Quero dizer sentimentos, dinheiro, emprego, aparência, tudo isso...

Quarto dia.

Redecorei o quarto e algumas partes do apartamento, a cozinha estava obsessivamente limpa e tinha mais xícaras de café do que eu poderia tomar. Eu nunca me senti assim antes. O que estava acontecendo comigo? Eu, o empresário bem sucedido de Los Angeles, o cara rico, jovem e belo. Acho que era isso, a mesmice. Bryan me mandou mensagem e recusou a minha oferta por enquanto.

Duas semanas depois.

Me sentei na frente do sofá empurrando a mesinha de centro para perto da raque. Observei o dia lá fora, a luz do sol adentrava a sala, mas estava frio, eu nem sentia o frio. As paredes já me respondiam melhor do que qualquer outra pessoa. Me levantei e me encaminhei até o banheiro, me encarei no espelho, a barba por fazer e os olhos fundos, que droga que eu me tornei? Tomei um banho quente e fiquei pensando em tudo o que mudou nesses meses.

Eu tenho que acordar, tudo o que eu fiz foi para deixar o passado para trás e melhorar e não foi bem assim.

O vidro do banheiro embaçado pelo vapor, eu fitava o vazio enquanto me secava e tomava uma decisão, eu tinha que agir, tinha que levantar. Eu estou me sentindo solitário, nem por isso eu vou ficar derrotado. Saí do banheiro e coloquei roupas, eu tinha que ir atrás de um emprego novo, a vida nova que eu vim buscar.

Mal coloquei minha roupa e meu celular tocou. Troye.

–  Alô? –  falei.

–  Hugo? Oi, é o Troye, Hugo, precisamos que você venha até a casa do Bryan, por favor... –  disse ele em um tom de voz apreensivo.

–  Aconteceu alguma coisa? –  perguntei hesitante.

–  O Jason, amigo do Bryan, faleceu esta manhã...

Eu podia até não conhecer Jason muito bem como Bryan, mas ele era um garoto tão novo. Peguei as chaves do carro, tranquei a porta atrás de mim e me encaminhei para a casa do Bryan. Ele precisaria de todos nós...