Capítulo 4 - Troye

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Troye - Desastrado

Troye correu e abraçou Sam. Um garoto um pouco mais alto que ele de cabelos castanhos. Em um momento Troye não queria se separar e terminar o abraço. Sam sempre foi um amigo distante mas um alguém que ele podia contar, Sam sabia todos os seus segredos e ele os do Sam. Segurou as lágrimas que teimavam em vir.

 – E aí Troye? E a viagem como foi? Não vou nem perguntar se está tudo bem porque já sei a resposta –  falou Sam enquanto eles se dirigiam para fora.

–  Foi tudo bem. Sem contar a parte que meu pai invadiu o aeroporto e a pista, mas eu estou aqui de alguma maneira. Estou pronto para Nova Iorque!

–  É isso o que eu queria ouvir. Vamos, tenho tanto para te mostrar! –  e eles saíram de frente para as muitas avenidas e ruas e Troye olhou de um lado a outro, sem necessariamente saber onde olhar primeiro.

–  É lindo! –  exclamou.

–  O quê? Isso? Não é nada, vem! Pegaremos um táxi!

Sam chamou um táxi e Troye andava abobado atrás dele. Observou através da janela e estava encantado, nem tanto por ser uma cidade grande, mas por ser Nova Iorque, cidade de sonhos e segundas chances e era isso o que ele havia vindo buscar: segunda chance!

–  Estamos indo para sua casa? –  perguntou ele depois de cansar-se de observar.

–  Sim, primeiro te acomodar. Teremos tempo para passear por aí quero te levar para o Central Park e a Square Garden, sem contar os clubes de Nova Iorque, você que nunca foi em um, tenho certeza, vai adorar!

Em uma hora desceram em frente a casa de Sam que ficava em um dos muitos bairros um tanto afastados do centro e dos edifícios. Entraram e Sam levou Troye direto para o quarto, ficariam juntos por enquanto, o tempo que Troye precisasse, contou Sam. E Troye colocou a mochila em uma parte do guarda-roupa que Sam lhe reservou.

–  Obrigado Sam, eu não sei o que seria de mim ou onde eu estaria agora se não fosse você –  falou Troye e se sentou na beira da cama.

–  Sem essa! Você é meu amigo! E meus pais saõ legais, você vai ver, eles não se importaram quando eu falei que você viria –  disse Sam e deitou atravessado na cama.

–  Obrigado – foi tudo o que Troye conseguiu dizer.

–  Agora eu acho que você devia dormir um pouco e depois talvez possamos sair.

–  Sim, seria ótimo –  e Troye se deitou na colchão arrumado para ele abaixo da cama de Sam. Mal colocou a cabeça no travesseiro e adormeceu. Sem sonhos ou pesadelos, pode descansar.

Acordou horas mais tarde e não encontrou Sam no quarto, teria que se acostumar com essa vida de dividir um quarto e viver na casa do amigo, privacidade e todas essas coisas. Ele não queria atrapalhar. Levantou e pela luz vinda da janela percebeu já era tarde, apesar do fuso-horário algumas horas mais tarde. Sam entrou no quarto e sorriu.

–  Acordou? Até que enfim, pensei que não acordaria mais...

–  Por um minuto até eu pensei. É, Sam, eu realmente não quero atrapalhar, então eu prometo que sairei e encontrarei um lugar para ficar logo.

–  Troye, Troye, Troye, cala a boca! Eu já falei! Ficará o tempo que precisar e não pense que morar de aluguel em Nova Iorque é fácil porque não é. Deve estar com fome. Vem, vou te apresentar meus pais.

E Troye assim fez e como Sam havia dito os pais dele eram realmente muito legais. Diferentes dos dele, controladores. E Sam preparou sanduíches que Troye devorou, estava desde a noite passada sem comer. Até que não seria tão difícil assim, Troye poderia se acostumar a tudo aquilo e pensou no que faria logo que se sentisse seguro e a vontade.

Os dias passaram e Sam o levou para visitar todos os lugares possíveis do bairro e do centro, conheceu museus e estádios. Conheceu o Central Park e a Square Garden. Impressionado com os muitos telões e pessoas para todos os lados. Artistas e muito mais. Sam sempre o puxava para tirar fotos. Nunca antes havia se sentido tão vivo, pensou Troye.

–  E então que tal começar a sua faculdade? Aqui o seu pai não vai poder te impedir ou escolher o que você vai fazer, vamos lá, você quer fazer moda, não quer? –  falou Sam em tom de voz altivo e sério quando os dois descansavam em um café próximo a casa de Sam.

–  Eu não tenho dinheiro agora e estou aqui a tão pouco tempo.

–  Troye não vem com essa! Você pode tentar uma bolsa de estudos, é inteligente o bastante que eu sei, eles te deixariam entrar e você estaria feliz! –  retorquiu Sam.

–  Eu-eu não sei. Tenho que me decidir –  afirmou Troye e parou prestando atenção em um cartaz na parede –  Espera aí! –  falou e se levantou. Sam o olhou, sem entender. Troye leu o cartaz e voltou a se sentar, a mente em um turbilhão de ideias e possibilidades. Talvez, este seja o rumo certo, pensou ele.

–  E? O que você estava olhando? –  questionou Sam tentando ler o que estava escrito.

–  É uma vaga, vaga de emprego para trabalhar aqui, sei que não é uma bolsa de estudos mas é um começo.

–  É, é um começo. Pode tentar.

Troye concordou e na segunda-feira se inscreveu para a vaga. Praticamente ele era o único a tentar então sem rodeios a vaga era dele. Mesmo sem experiência, eles lhe deixaram trabalhar lá, estavam precisando de contingente. Começaria na manhã seguinte no turno da manhã mesmo, como morava quase ao lado, não era nenhuma dificuldade chegar.

E assim foi.

Acordou cedo e a mãe de Sam o ajudou no café da manhã e o acompanhou até o emprego. Uma moça de rosto sério e monótono o ensinou o que deveria fazer, limpar mesas, anotar pedidos, entregar pedidos, preparar cafés quando ela estivesse ocupada, uma hora de almoço e um bom salário para ele por enquanto.

Desastradamente Troye errou pedidos e errou na preparação dos cafés e até então ele não tinha prestado atenção nos clientes exceto por um belo rapaz de barba e cabelo escuro, roupa social e mochila-carteiro, pediu um café e perguntou se ele era novo, nunca havia o visto ali, Troye respondeu que sim e os dois trocaram olhares. Troye não pode evitar e sorriu.

O belo rapaz retornou durantes os outros dias e Troye em um pequeno desastre derrubou café na roupa dele. Ele apenas sorriu e se limpou, Troye disparou a pedir desculpas e lhe entregou um pano.

–  Desculpa, desculpa, desculpa, eu, eu sinto muito.

–  Está tudo bem. Mas eu só desculpo se aceitar –  falou o rapaz e Troye sem entender o olhou de cima a baixo até perceber que na mão dele tinha um bilhete. Troye rapidamente pegou e guardou.

–  Mesmo assim, peço desculpas eu já deveria estar mais atento.

–  Tudo bem. Quanto ficou? –  E o rapaz o ajudou a sair da situação constrangedora.

E quando ele se foi, Troye pegou o bilhete na mão: um número de telefone e um nome: Thadeus.



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