Desta vez, Elisabeth não se surpreendeu quando volto para casa mais tarde, e encontrou Black Rose, sentada no mesmo lugar de quando saira. Allan estava concentrado em seus equipamentos, monitorando os acontecimentos da OSCU enquanto a soviética fumava o seu cigarro.
Caminha até ela, jogando o cigarro pela janela, e abrindo as cortinas para que aquele cheiro saísse.-Primeira regra: não fume aqui dentro. -Murmura.
-Finalmente chegou! já estava ficando casada de reparar no seu mal gosto para decorações...
-Podemos retomar nossa conversa?! - intervém, fazendo pouco caso do comentário.
-Mas é claro! o que mais querem saber?
-Qual é o padrão? Digo, qual a base para sequestrar as pessoas certas e o que estão fazendo com elas?
-Como já deve ter percebido, todos lutaram na última guerra, nós apenas recebemos nomes, e entregamos essas pessoas no porto. De lá, não sei para onde vão.
-A lista de pessoas que lutaram na guerra são muitas, seja mais específica!
-Não há como ser específica, imagino que eles sequestram apenas aqueles que possam trazer algum benefício para o país. Os cientistas por exemplo, provavelmente são obrigados a construir armas...
-Acho que nenhum deles trairia a sua pátria!
-Nem todos são tão nobres assim Becker, ainda mais quando estão na mira do inimigo.
-E quanto aos militares?! A maioria não aceitaria, eles foram treinados para isso!
-Notou que grande parte dos que foram sequestrados tinham família?
-Isso quer dizer que eles estão...
-Sim, sendo ameaçados. - intervém. -O que não quer dizer que isso seja inteiramente verdade, eles podem estar usando outros métodos. É comprovado que a ameaça não é muito eficaz.
-Tenho que investigar melhor isso.
-Concordo, mas agora quero tratar da minha parte do acordo.
-O que quer dizer?
-Tenho apenas um pedido: morar com vocês.
-Quê? Você não tinha dito...
Lizzie cruza os braços, seus sentidos dizia que tinha alguma coisa errada. E ela poderia muito bem quebrar a promessa que fizera à russa, mas queria saber exatamente o que Carnegie sabia e os motivos de estar ali.
-Acho que a parte de " preciso de proteção" conta como "vou morar aqui".
-Escuta, não tenho espaço suficiente para os dois! Eu já tenho que cuidar de Allan, mais um não dá!
-Você deu a sua palavra, Elisabeth! - murmura entre dentes.
Ela bufa, a russa tinha razão.
-Esta bem, mas temos que procurar outro lugar para viver. E você vai se encarregar disso!
-Como quiser...
-Mais alguma coisa à acrescentar?
Ela solta os ombros, relaxando as pernas sobre o sofá.
-Não posso mesmo fumar?
-Já disse que não!
-E o que ele está fazendo? - indaga, apontando a cabeça em direção a Allan, que permanecia concentrado.
Elisabeth exita em contar a verdade, por mais estivessem em uma aliança temporária, existiam coisas que ela não poderia saber.
-Se vamos ser parceiras, preciso saber o que está fazendo, Becker.
-Allan está vigiando a base, assim, quando estou fora, continuamos sabendo o que acontece lá dentro.
-Esperto...
-E então? Já tem em mente as próximas vítimas?
-O último nome foi o Kent. - da de ombros.
-Como você recebia as listas?
-Por correio. - debocha, revirando os olhos para responder. - Através do enigma.
-E onde está a máquina?
A máquina enigma era um equipamento militar criado pelos nazistas, capaz de decodificar mensagens durante a segunda guerra Mundial. O dispositivo mecânico parecia com uma máquina de escrever, onde cada letra passava por uma sequência de três ou mais rotores, que, quando acionados mudavam de posição. Tornando uma mensagem clara, incompreensível. Somente quem tivesse outra máquina e soubesse a configuração inicial dos rotores, poderia decodificar a mensagem e quebrar o código. Normalmente ambos os lados estabeleciam uma chave para encontrar a mensagem.
-Ficou no Coatra.
Lizzie lança uma olhar assassino para mulher, como ela esquecera de algo tão importante? Agora elas precisariam voltar lá para buscar a máquina.
-Você não está pensando em voltar lá, está? - questiona Carnegie.
-Alguma ideia melhor?
-Meus homens continuam pôr lá Elisabeth, e eles já te conhecem! Você não vai conseguir nem passar pela porta!
-E quanto a você?
-Quem? Eu? Esqueceu que não tenho mais a confiança deles? O riquinho vai!
-Não vou colocar Allan em perigo.
-Então acho melhor pensarmos em uma saída, porque nenhum de nós podemos entrar naquela local!
-Não há saída Carnegie, não podemos continuar paradas, o quanto antes recuperarmos aquela máquina, mais rápido saberemos quem é o próximo homem, e quando eles irão agir!
-Por mim tudo bem, não vou mesmo, afinal, assim como o seu amiguinho, minha preciosa cabeça está a prêmio. E não me chame de Carnegie!
-E como posso chamá-la então? Soviética? Garanto que isso chamará atenção nas ruas.
-Pode me chamar de Black Rose.
-Pior ainda. -revira os olhos. -Formal demais.
-Esta bem, me chame de Carnegie, mas só você, não quero aquela besta me chamando assim. - diz, se referindo a Matte.
Ela franze a testa, imaginando porque Rostöva se incomodava tanto em ser chamada de Carnegie. Mas a questão passou abatida quando Allan lhe chamou a atenção.
-Já resolveram?
-Você escutou?
-Só metade da conversa.
-Não, mas preciso que Carnegie me conte tudo o que sabe. Quero a planta exata de onde está o Enigma.
-Pode contar comigo, garota.
-E quanto a mim, ontem atarde fui até uma das minhas casas e trouxe alguns inventos e experimentos. São somente protótipos, por isso não é garantia que funcionem perfeitamente.
-Allan! Eu já disse que...
-Deixa o garoto sair! Assim o apartamento tem mais espaço! - intervém Black Rose. -E, ainda temos o benefício de ter mais comida.
-Não precisamos racionar o alimento, não estamos em guerra, Rostöva. - diz Allan.
-Pra você é: Black Rose.
-Cala a boca! E você, Carnegie, me explique como entrar naquele lugar! temos pouco tempo!
-Esta certa em entrar sozinha? - questiona Allan. -É perigoso Lizzie.
-Eu sei, só preciso de um bom plano...

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Agent Becker
ActionElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...