-Por que estão nos olhando assim? - indaga Moore, incomodado com os olhares intimidadores dos homens daquele bar.
-Porque você se veste como um mauricinho filho de papai. - responde Lizzie.
-Eles também estão me olhando! - diz Benn.
-Preciso mesmo explicar o motivo? - questiona sarcástica.
Becker ignorou os comentários dos dois e continuou avançando pelo local, pouco se importante com o que aquele bando de criminosos pensavam. Pelo menos até um grupo pequeno entre eles se manifestar e impedir o trio de continuar o trajeto até a barra de bebidas. O homem careca cruzou os braços numa demonstração de intimidação e para deixar claro quem era o líder daquele lugar.
-Acho que veio ao lugar errado, senhorita.
-Isso é sério? Nem você consegue me reconhecer Francis?
O homem franze a testa, analisando detalhadamente a mulher na sua frente. Ninguém ali sabia seu verdadeiro nome, e mesmo se soubessem, não ousavam chama-lo assim pelo simples fato dele odiar seu primeiro nome.
-Elisabeth! - grita, reconhecendo a figura à sua frente. -Minha nossa! Como...?
-É bom te ver também Francis. Mas vai me deixar parada aqui, ou vai me oferecer uma bebida?
-Sempre direta. - ri. - Vamos até a barra! Hoje você pode beber o quanto quiser!
Lizzie ergue uma sobrancelha.
-Tem certeza disso? - questiona.
-Claro! Só tente não me dar tanto prejuízo!
-Não prometo nada.
Ele olha os dois homens atrás dela.
-Estão com você? - indaga.
Becker encara o rosto de Moore por cima dos ombros.
-Não.
-Ótimo, rapazes! Sabem o que fazer!
-Quê?! Becker! - grita Benn.
Um dos homens que barrou Elisabeth colocou a mão no braço de Moore para tira-lo dali, mas o Capitão foi pego de surpresa, e provavelmente foi por isso que num ato de puro reflexo torceu o braço dele. Agora todos vieram ataca-los.
-Uma bebida! - Pede Francis. - O de sempre?
-Sim.
O barman desliza um copo e uma garrafa de vodka na direção da garota, mais interessado na briga que estava rolando logo atrás deles do que em servir aos pedidos dos clientes.
Lizzie sentou de frente para a briga, tomou goles profundos direto na garrafa enquanto ouvia Francis pedir uma bebida para si. Benn desferiu um soco em um dos homens, tentando se livrar das garras dos outros dois que tentavam imobiliza-lo, já Moore, atingia a todo e qualquer homem que ultrapassasse seu espaço pessoal com uma cadeira de madeira que segurava nas mãos.
-Austen, a brincadeira acabou. As cadeiras são novas! - reclama Francis.-Só mais um pouquinho...
-Apesar de gostar de ver o circo pegar fogo tanto quanto você, se não for pagar minhas cadeiras depois, acho melhor pausar o show.
Julie suspirou, depositando a garrafa em cima do balcão de madeira e se dirigindo até a briga.
-Acabou a festa pessoal! Eles estão comigo! - grita ela, superando o barulho da luta.
Quase que imediatamente todos pararam de socar e tentar atacar Benn e o Capitão. Ambos olharam para Becker, claramente revoltados. Se ela podia, porque não terminou com essa briga antes?

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Agent Becker
AzioneElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...