Capítulo 34

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Lizzie adentra o salão de vagar com Justine e Carnegie ao seu lado, que assim como ela, procuravam demorar o máximo possível para chegar ao amontodado de pessoas no centro. Do lado direito, havia a tão esperada mesa de jantar, sendo servida por alguns funcionários enquanto o resto das pessoas conversavam sentadas no centro do salão, em varios sofás individuais. Entre elas, estava também a famosa comitiva do general Austen. Composta por sua filha mais nova e alguns dos seus fiéis soldados.

-Ok...vamos comer, e sair daqui o mais rápido possível. - anúncia Becker, antes de se aproximar do grupo.

-Senhoritas... - cumprimenta Moore.

-Capitão. - devolve Lizzie.

-Por favor, sentem-se. O jantar será servido em alguns minutos... - orienta Austen, vendo as garotas atendendo ao seu pedido.

Assim que tomou acento, os olhos da francesa quase que instantaneamente encontraram os da figura feminina sentada ao lado do general. A jovem sorriu, admirada por conhecer a garota que fez seu pai quase subir pelas paredes de tanta irritação no dia anterior, e mais deslumbrada ainda por ela ser tão bonita.
Lizzie devolveu o cumprimento, sentindo seus olhos arderem levemente. Controlou suas emoções, e em meio ao diálogo totalmente cansativo dos soldados, aproveitou para analisar melhor Nicolette.
A garota havia crescido, depois de 4 anos sua irmã já não era mais a mesma. Seus cabelos ainda continuavam quase loiros, e seus olhos mais castanhos do que nunca, mas o fato é que ela já não era a criança de anos atrás. Nostalgicamente, Lizzie se perdeu na análise da garota, imaginando o quanto de sua vida ela havia perdido e a proporção dos estragos que general deveria ter feito na vida daquela menina. Agora, pensando melhor, Becker não tinha a mínima idéia se seu pai continuava sendo o mesmo homem que deixou para atrás alguns anos antes.

-Agente Becker! - murmura Moore, alto o suficiente para tira-la de seus devaneios.

-Ah? O que foi?

-Estava lhe fazendo uma pergunta. - responde Clarke.

-Que pergunta? - questiona, fingindo interresse.

-Como entrou para o exército americano?

-Confesso que até eu estou curioso. - fala Peterson.

Ela encara os homens que ali estavam. Com certeza eles estavam bem curiosos para saber, principalmente seus colegas de trabalho, afinal com exceção de Matte, ninguém ali sabia da sua vida antes da OSCU.

-Como todo mundo. - diz ela. - Fiz o teste e passei.

-Seja mais específica. - diz Campbell. - Bom... me desculpe pela curiosidade, é que realmente é muito raro ver uma mulher nesse ramo...

-Foi nos últimos anos da guerra. - diz ela, sem querer dar muito detalhe sobre a data. - Conheci um soldado recém aceito no exército... e resumindo, ensinei a ele algumas coisas que sabia que seriam importantes num campo de guerra. Meses depois, sabendo da minha experiência no assunto, fui recomendada ao general Clarke.

Ela faz uma pausa, cruzando as pernas para o lado direito sobre o olhar atento dos demais.

-Depois disso, fiz o teste de resistência e passei.

-São dois testes, e quanto aos de luta? -indaga Benn.

Lizzie da de ombros.

-Não era nenhuma expert, mas pelo menos sabia o básico de defesa pessoal.

-Com quantos anos entrou? - questiona Nicolette.

Becker demorou alguns segundos para responder, apreciando a voz amadurecida da irmã. Aquela era uma pergunta arriscada de se responder.

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora