Capítulo 58

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-Becker! Acorda! -grita Allan, batendo de leve na face da amiga.

Lizzie franziu um pouco a testa, confusa por ser acordada daquela forma por Allan e ainda um pouco solonenta pela droga que ingeriu minutos depois da partida de Carnegie, para tornar tudo mais real. Talvez ela devesse tomar menos da próxima vez.

-Matte, tira essa mão do meu rosto! -resmunga, piscando algumas vezes para manter os olhos abertos.

-Finalmente, bela adormecida. -reclama Benn.

Foi só então que Elisabeth percebeu que eles continuavam na sala de jantar, e as bagunças da fuga de Carnegie ainda estavam espalhadas pelo chão. O resto da equipe já tinha acordado, e tentavam criar uma linha de raciocínio para entender o que tinha acontecido ali.

-E a Tamy? Onde ela está? -indaga Nicolette.

-Não é óbvio? Ela fez isso com a gente!-murmura Justine.

-Comemos da sopá e...pum! -Allan gesticulou com as mãos. -Mas não acho que tenha sido ela...

-E foi quem, gênio? -resmunga Benn. -Está mais do que óbvio que foi ela!

-E por qual motivo? -questiona Moore.

-Sabia que não poderiamos confiar em soviéticos! -resmunga Aneurin, passando a mão na cabeça.

Ele encontrou um caroço na testa, fruto do impacto contra o chão e enrrugou a testa numa careta irritada.

-Ela trabalha pra Maré! -diz Campbell.

Elisabeth suspirou cansada, e impulsionou as pernas para levantar sozinha do chão. Ela não sabia quanto tempo tinha passado desde que todos desmaiaram, mas quando olhou pela janela e viu que ainda não tinha amanhecido, se lembrou de Carnegie dizendo que o efeito passava rápido e entendeu que estava à pouco tempo desacordada.

-Estavamos abrigando o inimigo esse tempo todo. -diz Justine, sem acreditar.

-Um inimigo trazido por você, Becker.-Benn cruzou os braços. -Como não percebeu isso antes?

-Ei! Todo mundo aqui foi enganado! Inclusive eu! -exclama indignada. -Não tenho uma bola de cristal pra saber quem ela é! Até investiguei sobre a vida dela, mas nunca encontrei algo comprometedor!

-Deveria ter investigado mais...-fala Benn.

-As pastas! -grita Allan, lembrando desse pequeno/grande detalhe.

-Fiquem tranquilos, é basicamente impossível ela ter descobrido onde elas estão. -diz Aneurin.

-E se descobriu? -indaga Moore.

-Não descobriu. -reafirma o Austen.

-Se ela é mesmo da Maré, por que fugir sem as pastas? -questiona Nicolette, trazendo a tona o que ninguém tinha percebido ainda. -Ela poderia muito bem esperar até acha-las, roubar, e depois dar o pé daqui, não é?

-Ela tem razão. -apoia Moore. -Seria burrice passar todo esse tempo disfarçada e no final sair sem as pastas!

-Burrice, ou...-Benn colocou a mão na barba rala, raciocinando. -Ou ela realmente não faz parte da Maré...

Becker só observava onde as teorias iriam parar, o melhor era não dar nenhum palpite e deixar que eles mesmos concluissem sozinhos.

-O que torna as coisas ainda piores. -diz Austen, bufando.

-Bom...eu vou dormir! -se pronúncia Allan. -Pra mim essa noite já foi cheia demais, preciso de um soninho pra me recompor e...

-Dormir? -intervém Aneurin. -Ninguém aqui vai dormir! Temos uma missão, lembram?!

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora