Capítulo 50

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-Não podemos simplesmente torturar o imbecil até a morte? - indaga Elisabeth recebendo o apoio de Benn.

-O objetivo é mante-lo vivo. -Diz Moore. -Tortura não é a solução.

-Não é bem tortura...só vamos conversar com ele, e usar de alguns métodos um pouco mais...eficazes...para convencê-lo à abrir o bico!

-Esse é o seu jeito de mascarar a coisa?-fala Allan.

-Você conversou com ele até agora, e nada adiantou. Nós respeitamos os seus métodos! -murmura Lizzie.

-Desculpe, capitão. Mas agora é a nossa vez!- diz Benn.

-Ai, que porcaria. Odeio essas coisas! -admite Allan, olhando para o homem amarrado.

-O general concordaria comigo!-argumenta Bruce.

-Mas ele não está aqui. -sentencia Elisabeth. -Benn? Quer ter as honras?

O agente sorriu, se afastando do grupo para chegar até o refém amarrado na cadeira. O velho levantou a cabeça na direção do homem se aproximava, e cuspiu o sangue acumulando na sua boca bem em cima dos sapatos dele. Benn nem se importou com o gesto, apenas sorriu satisfeito ao constatar que o sangue era resultado do soco que ele dera minutos antes de Moore interromper seu interrogatório.

-Qual é o seu nome? - indaga, vendo o velho cuspir novamente. -Bom, não precisa dizer. Já sabemos onde você mora. Isso já é o suficiente pra acabar com a sua vida.

Elisabeth se aproximou de ambos, deixando os dois homens com quem conversava para se juntar ao agente. Ela não gostava muito do modo que ele conduzia seus interrogatórios, mas como Benn era o único disposto à modificar a forma pacífica com a qual Allan e Moore levavam a coisa, descidiu deixar que ele começasse. Moore não era exatamente santinho, mas era o tipo de homem que seguia as regras até o último momento, e passava da linha entre o certo e o errado apenas quando era necessário. Naquela situação ele não julgou que uma ação mais radical tivesse que ser tomada, mas também não fez nada que impedisse seus colegas de cumprirem o seu dever.

-Como você deve ter visto, não somos da polícia. Mas temos recursos  suficientes para acabar com você, caso uma resposta satisfatória não seja dada. -Continua ele. -Faremos as perguntas, e você dará as respostas. É um sistema bem simples.

-Queremos saber sobre o assassinato de Peter Roch. -murmura Lizzie, sem rodeios.

-Não vou dizer nada! -balbucia, fervendo de raiva.

-Ah, você vai. -Lizzie sorri, de forma calma.

     Ela surpreendeu a todos, e até mesmo o próprio Benn quando desferiu um soco rápido e certeiro no queixo do homem. Forte o bastante para deixar o velho temporariamente fora do ar.

-Estamos procurando o homem que matou ele. E não somos os únicos. Nos ajude, e você não será preso! - diz ela.

-Quê? Vocês nem policiais são! -fala o refém.

-Mas temos contatos. Pessoas boas e más, depende com qual delas você vai querer lidar...-diz Benn.

-Você tem um bar, que certamente não deve estar dentro dos conformes da lei. Sujo, mal frequentado por criminosos, e marcado pelo assassinato de um cientista importante. Sem contar os contrabandos de cigarros guardados no seu porão! Sabe quantos anos pode pegar de prisão?

-Cingaros?! Não faço tráfico! Só sirvo bebidas! -murmura o homem indignado.

-Não é isso que vai parecer quando a policia encontrar as caixas que deixamos por lá...-diz Benn, entendendo o jogo de Elisabeth.

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora