Lizzie entrou no salão observando a posição de cada homem, eles caminhavam de um lado ao outro, e isso dificultava a sua mira. De nove, apenas três deles estavam armados.
Depois de muito calcular, finalmente se aproximou do primeiro soldado desarmado e desferiu uma coronhada no seu rosto, tomando seu corpo como escudo e iniciando a troca de tiros entre os outros três. Seu primeiro instinto foi eliminar aqueles que tratavam de tirar os cientistas da sala. Em seguida, soltou o corpo morto e perfurado do soldado para se esconder atrás das mesas e mirou no homem mais próximo, a bala passou zonindo ao seu lado e perfurou o latão, que dispersou um líquido verde pelo chão.-Radiação! - grita Allan.
Assustados, os soldados se levantaram para sair do salão, e essa foi a oportunidade perfeita de acertar cada um com um tiro em sua frente. Allan já ajudava outros cientistas a saírem do local quando Elisasbeth saiu por trás das mesas até a entrada para ajudar a carregar um dos homens que havia se ferido.
Lizzie caminhou até a saída, liderando aquele grupo de fugitivos para um lugar mais seguro e antes, pediu para que Allan cuidasse daqueles que estavam ali, enquanto ela liberava o caminho.
Saiu do porão com as armas em mãos, apontando-as em direção aos guardas que tentavam a todo custo proteger a entrada dos agentes. Elisabeth atirou naqueles que barravam a entrada, e ajudou os homens da OSCU a liberarem o caminho. Retirou as armas dos homens caídos, e adentrou novamente o porão.-Vamos sair! Fiquem abaixados e façam fila atrás de mim!
Novamente Lizzie liderou a saída. Do lado de fora, no jardim, a troca de tiros ficava cada vez maior. Mais soldados inimigos chegavam, e os agentes da OSCU pareciam não conseguir dar conta. Elisabeth apertou as duas armas nas mãos com mais força, e seguiu em frente. Dois homens vinham em sua direção, prontos para atirar nos cientistas. Mas ela os derrubou com apenas uma bala para cada um.
Observou que mais agentes da OSCU chegaram, equilibrando a luta entre os dois lados. Becker sabia que não poderia ajudar, pelo menos não enquanto não colocasse aqueles homens em segurança. Essa era sua missão, e ela deveria cumpri-la.
Atirou em mais cinco soldados, quando ouviu o som de um dos cientistas queixando-se de dor, talvez alguns estivessem feridos. Eles estavam atravessando no meio de uma troca de tiros, e por mais que tentasse impedir, alguns deles já estavam feridos.
Sem pensar duas vezes, descarregou o pente de uma das armas sobre um grupo de soldados que se aproximavam pela sua direita, e quando finalmente atingiu a mata, olhou para atrás, visualizando pela última vez o número de soldados mortos e o sangue espalhada pelo chão, manchando as estátuas do Jardim.
Caminharam rumo às estradas. Benn avisou que deixaria um caminhão a disposição naquela área para levar os cientistas de volta a um lugar seguro. Eles não só serviriam como transporte para os reféns, como também para os agentes que lutavam no campo, portanto ela teria de esperar que guerra entre eles acabassem, para somente então, partirem.
Deixou todos aos cuidados dos agentes que esperavam sua chegada e voltou ao campo de batalha para ajudar a terminar logo com aquela disputa entre os dois lados.
Sentiu uma bala raspar o seu braço, rasgando o pedaço de roupa, e olhou na direção de onde vinha o tiro. Dois homens vinham correndo em sua direção. Notou que mesmo usando aquele disfarce, o objetivo deles não era ela, mas sim Campbell e Benn, que lutavam à alguns metros dela.
Sorriu de canto, e atingiu cada um com um tiro certeiro na cabeça. Olhou de novo para os seus colegas, e eles apontavam o bico da arma em sua direção.-Ei! Sou eu! - grita.
Campbell franze a testa, e então abaixa o cano da arma de Benn. Elisabeth volta o foco para luta a tempo de desviar de um soco do soldado a frente, vendo que estava desarmado, e parecia saber que ela não estava no time deles.
Lizzie lançou uma rasteira e mirou a ponta da arma para o peito do homem, atirando e se escondendo atrás de uma das estatuas, enquanto continuava acertando os inimigos. Os agentes começavam a perder a disputa, e alguns abandonavam o campo. Foi então, que ouviu Benn gritar e chama-la para partir.
Ela apressou os passos para segui-los, mas em momento algum deixou de atirar contra aqueles que não estavam do seu lado, e justamente por esse motivo suas balas já estavam no fim quando alcançaram o caminhão.
Campbell estendeu a mão, para ajuda-la a subir, contudo, Becker exitou em aceita-la. Foi somente neste instante que lembrou-se de Justine, se agora a garota obedeceu suas ordens, seguramente não estaria naquele veículo.-Esperem aqui! - grita.
Elisabeth seguiu mata á dentro, desviando dos galhos finos que rasgavam suas roupas e ouvindo os gritos dos soldados que mandavam ela voltar. Apesar de não lembrar exatamente o local onde a menina estava, ela continuou correndo, sabendo que em alguma hora a encontraria.
Olhava para as árvores, buscando Justine entre elas, até que avistou as cordas que usou para amarrar o homem de quem roubou as roupas entre as folhagens do chão.
Lizzie girou na planta dos pés, procurando por algum movimento suspeito no meio da mata, e ouviu o estalar de galhos secos. Ela levantou a arma em direção ao barulho, estava sem balas, mas quem estivesse ali não precisava saber disso.
Caminhou de vagar até o arbusto, onde havia uma movimentação pequena dos galhos, e afastou as folhas maiores para enchergar através delas. Suspirou aliviada assim que avistou Justine, que estendia a faca de maneira ameaçante em sua direção. A garota abaixou o objeto pouco a pouco, reconhecendo o homem a sua frente.-Vamos, não temos muito tempo!
Ela estende a mão, e puxa a menina para fora dos arbustos, a incentivando a começar a correr. De cinco em cinco segundos Elisabeth tratava de tocar levemente as costas da jovem para fazê-la aumentar a velocidade. Passaram pelo mesmo caminho de volta ao caminhão, onde os agentes da OSCU atiravam contra os poucos inimigos que ainda restavam para ganhar tempo.
Lizzie ajudou a garota a subir no veículo, sinalizou para o motorista, e subiu logo atrás, atirando contra os agentes com uma arma dada por Campbell enquanto segurava na lateral do caminhão para não perder o equilíbrio. Olhou ao redor, conferindo o número de pessoas, todos estavam ali.
Suspirou aliviada e guardou a arma de volta no coldre, sentando-se ao lado de Justine. A jovem estava assustada com toda a situação, não era por menos, afinal ela viveu metade de sua vida dentro de um barco, e derrepente, estava cercada por homens armados e zunidos de balas. Lizzie olhou à sua frente, sorrindo assim que encontrou a figura do seu amigo intacta e sem nenhum arranhão.-Vocês estão bem? -Indaga ele.
-Sim... bom, pelo menos a metade está... alguns sofreram ferimentos, mas nada grave.
-Precisam de atendimentos médicos?
-Não, como ele disse, nada grave. - intervém Benn, de modo grosseiro.
-Becker? Já pode tirar isso, é imcomodante te ver assim. - diz Campbell, se referindo ao disfarce.
Elisabeth sorri de canto, quase que imperceptível pelo bigode no seu rosto, e retira cada peça que escondia os seus traços para joga-las sobre o colo de Allan. Ela mexeu no cabelo, arrumando os fios bagunçados e olhou para Justine, rindo da reação da menina.
-Você... é... mulher? -gagueja.
- Sim.
Estranhamente Justine estava feliz com a notícia. Em momento algum suspeitou que Phill , fosse, na realidade, uma mulher. E a idéia de que talvez conseguir um novo lar passou rapidamente na sua cabeça, por mais que fosse totalmente impossível. Ela sabia que provavelmente aquela mulher era muito ocupada, o que fez com que sua admiração aumentasse ainda mais. Nunca vira uma pessoa do seu mesmo sexo num trabalho como esse, e era justamente isso que ela queria pra sua vida!
-Meu nome é Elisabeth, mas pode me chamar como quiser. -fala a morena de olhos azuis.
- Eu chamo ela de Lizzie. -Intervém Allan.
Elisabeth revira os olhos, vendo a cara de deboche de Benn ao ouvir o apelido.
-Lizzie parece bom. -concorda Justine.
-Para onde vamos? - indaga Becker, mudando de assunto.
-Esses homens ficaram sobre os cuidados do exército, e nós seguiremos direto para a base. - responde Campbell.
-E quanto a mim? - questiona a menina.
-Você? Vai para um orfanato. -Diz Benn.
*

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Agent Becker
ActionElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...