Capítulo 17

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-Senhorita Becker, por favor, nos acompanhe. - diz Peterson.

      Benn se aproxima com algemas, mas ele é impedido pelo próprio chefe, que lançou um olhar mortifero ao agente.

-Não acho necessário chegarmos à  tanto, ainda estamos lidando com uma dama.

-Com todo respeito senhor, as algemas tornariam isso mais fácil. - objetou Campbell.

      Lizzie franze a testa, afinal não esperava que Campbell concordasse com a idéia.
 
-Concordo plenamente. - murmura Snart.

      Becker não pôde evitar encarar Campbell,  a raiva e a mágoa estavam nítidas no seu olhar. O agente não relutava em acreditar que sua colega de trabalho é uma criminosa, e que durante todo esse tempo traia a equipe bem debaixo de seus narizes.
      Seus pulsos são presos à frente do corpo, e Elisabeth, arrastada com cuidado até a sala de interrogatórios, onde Peterson a ajudou à sentar de frente para a mesa e prendeu suas algemas na argola de ferro. Ele parecia ser o único a se importar com fato de que estavam lidando com uma mulher, mas isso não diminuir o ódio do homem por ser enganado daquela forma.
      Ao contrário do que Elisabeth pensara, todos permaneceram na sala, nenhum deles se dirigiu a sala contígua, separa pelo vidro espelhado.
      Eles ficaram em silêncio, esperando que a agente dissesse algo. Mas ela, sem saber ao certo o que dizer, preferiu manter a boca fechada, esperando pelo interrogatório.

-Onde esteve ontem a noite? - questiona Campbell, bufando pelp silêncio.

-Em casa, ouvindo rádio e finalizando uma série de relatórios.

-Esta mentindo? - indaga Moore, semicerrando os olhos.

-Sim. - sorri de lado, provocando.

      Moore suspira, cansado, e empurra na direção da mulher a mesma pasta negra que carregava minutos antes. Elisabeth esticou o pescoço e visualizou fotos suas na noite anterior. Caminhando pela rua com a peruca ruiva amassada entre os dedos, e a maleta de madeira na outra mão. Ela também suspirou, percebendo que a conversa seria longa. E se martirizou por não ouvir seus instintos que denunciavam que alguém a seguia.

-Essa é você? - indaga Campbell, somente para iniciar o interrogatório, pois era óbvio que aquela, era Elisabeth.

-Sim.

-E o que fazia na rua nesse horário? - questiona Benn.

      Ela da de ombros, demostrando desinteresse.

-Insônia.

-Srt. Becker, não estamos brincando. O que fazia no Coatra?!- indaga Moore, cruzando os braços para demonstrar imponência.

-Andou me seguindo capitão? - questiona sedutora.

      Os agentes por alguns segundos, se espantaram, nunca a tinham visto agir desse modo. Enquanto isso, Lizzie se divertia, ela sabia que o melhor modo de desviar do assunto era utilizar-se de todas as táticas que aprendera com Oliver. E aquele leve tom de sedução na sua voz com certeza desconcertou os homens.

-Sim. - responde o capitão.

-E posso perguntar o porquê?

-Nós estamos conduzindo o interrogatório Elisabeth, não você. - diz Peterson. - E sugiro que deixe esse tom de lado e comece a falar logo! ou a situação ficará ainda mais feia pra você!

-Esta bem...voltava da casa do meu namorado. - responde, fingindo constrangimento.

-Namorado? Não há nada disso nos registros.

-É que... Bem... Ele é casado....

      Novamente o silêncio prevaleceu, mas desta vez quem cortou, foi Benn.

-Desculpe senhor, mas óbvio que ela está mentindo! olhe bem para essa foto! Aí está a prova! A maleta e a peruca! Esse vestido é igual ao da ruiva misteriosa!

-Mas não foi você mesmo quem disse que viu a moça cara a cara agente Benn? - questiona Elisabeth, claramente provocando.

      Benn gaguejou, sabendo que caiu na própria mentira.

-Ela têm razão, explique-se agente! - murmura Peterson.

-Senhor eu... Não está vendo que ela está querendo virar o jogo? Estamos falando sobre você, Becker!

    Lizzie revira os olhos em suas órbitas, vendo que os outros dois homens acreditavam nas palavras do Agente.
    Moore tomou a frente com as perguntas.

-Eu a estive seguindo por muito tempo senhorita, e sei muito bem que você é a mulher ruiva. Mas acho que não é somente isso que esconde, não é?! - indaga. - Sinto que existe algo muito mais intrigante por trás dessa carinha de anjo...

       Elisabeth contém sua apreensão, que surgiu desde o exato momento em que o capitão afirmara que ela escondia mais coisas por debaixo dos panos, e enclinou o corpo para frente, repousando os cotovelos sobre a mesa.

-Me sinto lisonjeada...-debocha.

-Becker, se não colaborar, teremos de utilizar outros métodos para extrair a verdade, e garanto que nenhum de nós gostaria de chegar a esse ponto! - diz Benn.

-Você é a ruiva? - questiona Campbell, na esperança de que tudo aquilo fosse somente um engano.

      Ela bufa, soltando todo o ar dos pulmões e resgatando mais oxigênio, para somente então, iniciar a sua fala.

-Não. - responde.

-Esta mentindo? - indaga Snart.

-Sim.

        Pelo semblante se Peterson, Elisabeth sabia que não poderia continuar jogando deste modo, ou as coisas realmente ficariam feias e as ameaças poderia ser cumpridas. Aos poucos, escolheu as palavras certas, evitando dizer tudo o que sabia, mas ao mesmo tempo ditando uma meia verdade como informação para que eles trabalhassem em cima.

-Fui contratada.

-Por quem? - indaga Benn.

-Confidencial. Mas garanto que não fiz nenhum mal e que estou do lado do bem.

    Peterson deu um passo ameaçador para a frente, parando a apenas alguns centímetros do rosto de Elisabeth.

-Espero que você me dê uma explicação mais satisfatória do que essa.

-Desculpe, mas por enquanto, é a única que terá. Não digo mais nada.

-Deixem-na aqui, sem comida e água até amanhã. Quero dois guardas na porta, e um deles será você, Benn. - ordena o chefe. -Encarregue-se de deixá-la o mais desconfortável possível. Ah, e traga Charlotte! Façam uma revista, quero ver se ela não esconde nenhuma arma.

   Lizzie franze a testa, se soubesse que Peterson aplicaria esse tipo de "tortura", teria ficado de boca fechada.
       Um a um, os homens saem da  sala, e Peterson se aproxima de Benn, para terminar de orientar o agente sobre as medidas a serem tomadas para garantir que Becker não fugisse.

-Fique do lado de dentro da sala, sonde, e tente tirar o máximo de informações que conseguir. Conto com você agente!

-Farei tudo conforme foi dito senhor, fique tranquilo!

-Retomamos o interrogatório amanhã, assim que o sol raiar.

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E ai genteee? O que estão achando da história? Preciso saber se estão gostando... e se não, saber o que posso melhorar...

Bjs
ThaQuake.😘

     

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora