Já fazia um bom tempo que Elisabeth mantinha os olhos fechados, e o corpo relaxado sobre os lençóis da cama de casal na qual à colocaram. Espiando com os olhos quase inteiramente serrados, ela conseguiu enchergar à figura de Benn deirado bem ao seu lado, dormindo como um bebê. Suspirou aliviada, assim que ouviu o som de abrir e fechar da porta, sinalizando que a empregada que limpava o quarto à mais de uma hora finalmente tinha terminado o serviço, e por precaução se manteve em silêncio por mais alguns minutos.
Quando abriu olhos para observar com exatidão o local onde estavam, se assuntou quando viu que o seu colega levantou de forma abrupta.-Também estava acordada? -indaga ele, surpreso.
-Eu deveria estar perguntando isso. Pra mim você estaria no décimo sono.
-Tenho resistência à drogas desse tipo. E você?
-Não é óbvio?
-Conseguiu decorar o caminho? Viu alguma coisa?
-Quase nada. Mas de uma coisa tenho certeza: nós não saímos da cidade.
-É...isso eu percebi...mas perdi as contas de quantas curvas eles fizeram. Acho que desconfiavam que estivessemos acordados.
-Ou talvez seja por pura segurança. Rotina.
-Até que horas acha que uma pessoa normal dormiria?
-Sobre o efeito de drogas? Bom...depende da quantidade...a seriga não era muito grande, então acho que mais uma hora será suficiente.
-E até lá ficamos aqui. -suspira. -Trancados, no mesmo quarto.
-Algo me diz que isso aqui é definitivo.
-Definitivo? Como assim?!
-Acorda! A mentira é que nós somos um casal. Por que eles nos colocariam em quartos separados?
-Vou dormir com você?! -questiona, indignado.
-Eu que deveria estar ofendida aqui. -fala Lizzie. -Além disso, não vamos dormir juntos. Você dorme no chão, eu na cama!
-No chão?! -bufou.
-Que? Está dizendo que prefere dormir na cama? -debocha Liz.
-Claro que não! Pode não parecer, mas sou um cavalheiro! Nunca dormiria na mesma cama...bom, na realidade nem no mesmo quarto! Mas como você pode ver, não temos muita opção!
-Bom, de qualquer modo, estava apenas provocando. Você pode sim dormir na cama, desde que coloquemos algumas almofadas para delimitar o território de cada um.
-Tem certeza? -pergunta, sem gostar da idéia.
-Estou dando minha permissão, tudo bem? Afinal não é a primeira vez que preciso dormir com um homem por causa de uma missão.
Benn arregalou os olhos, sem acreditar que Becker tinha dito aquilo.
-Não nesse sentido! Imbecil!-A mulher revirou os olhos. -Mente pervertida!
-Não me chame de imbecil! -murmura, sério.
-Imbecil.
Ele semicerrou os olhos e Lizzie riu internamente. Ela descobriu um passa tempo ainda mais divertido do que constranger Moore: irritar Benn!
-Minha mãe dizia que "cara feia é fome". Quanto tempo vai me olhar até perceber que não me intimida? -questiona inocente.
-Até você notar o quanto é insuportável!
-Não preciso mais aguentar suas provocações calada, Benn.
-Você nunca aguentou nada calada!

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Agent Becker
ActionElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...