Capítulo 55

709 94 68
                                    

     Lizzie não pode evitar revirar os olhos diante da aula tediante que o professor da turma D ministrava. Com certeza usaram eufemismo ao se referir à sua classe, esses agentes são mais do que fracos! A maioria parece o Allan aprendendo a lutar! Um completo desastre!
     Ela só entendeu tudo depois que soube através do cochicho de dois rapazes ao seu lado, que a turma toda pertencia ao setor de faxina, aqueles que cuidam das sujeiras deixadas pelos agentes Betas.         
    Tem coisa pior? Sim, pra ela tinha. Porque desde que se separou do seu suposto "namorado", os homens daquele lugar não deixavam de analisa-la de cima à baixo, como cachorros no sio. O que obviamente se devia ao fato deles não verem uma alma feminina à séculos, dado o tempo que passaram isolados.
    Voltou os olhos para o treinador no centro do círculo feito pelos alunos, que sentaram ao redor do agente Alfa para escutar os seus ensinamentos, e tentou se manter concentrada. Mas seus olhos imediatamente foram atraídos para o outro lado do grande salão, onde a equipe A e B treinavam ataques e lutas corporais, realizando exatamente o que ela desejava naquele momento.
    Observou o treinador do grupo B empurrar um dos alunos por puro divertimento, e receber um olhar atravessado do Alfa do grupo A. Os dois parciam não se dar bem.
      Elisabeth continuou mantendo atenção na série de treinamentos que eles praticavam, nada muito novo. Mas como não tinha algo melhor para fazer naquele momento, decidiu analisar os movimentos daqueles que um dia se tornariam definitivamente seus inimigos. Resumindo: o treinador do grupo B era impulsivo e se achava o rei do mundo pelo cargo que tinha. Seria errado se ela usasse o ego dele ao seu favor?
     Ignorando os olhares sobre si, e a voz do próprio treinador, ela levantou do local onde estava e atravessou o salão. Os gritos do Alfa do D não à fizeram parar, mas serviram de alerta para os agentes que estavam lutando. Muitos deixaram o que faziam para observar a cena com curiosidade.
     Na roda de agentes, Benn não pode acreditar no que estava acontecendo. Seu cérebro já tinha traçado os próximos acontecimentos com perfeição, e assim que viu sua colega parar no meio da roda de homens da sua equipe, saltou de onde estava para tirar ela dali. Ela é louca!

-Você tem titica na cabeça?! -exclama, baixinho.

-Não atrapalha, Benn. -sussurra de volta.

-O que é isso pessoal?! -grita o treinador B. -Aceitamos mulheres aqui?! Escuta aqui, gracinha! Não atrapalha o treinamento, ta?

       Ele desceu os olhos sobre o corpo de Elisabeth, e ela enrrugou a testa para expressar a sua repugnância. Como se não bastasse, ainda descidiu dizer:

-Mantenha esses olhos nojentos longe de mim. -ralha.

    O homem riu.

-Você é nova aqui, não é docinho? Acho que ainda não aprendeu as regras...- ele avançou na direção de Elisabeth, mas não encostou nela. -Posso te ensinar...

     O sorriso nojento dele voltou a causar náuseas na francesa.

-Desculpa...mas sabe como é, né? não lido com calibre pequeno. -respondeu.

     A roda de agentes, e quase o salão inteiro rompeu numa gargalhada escandalosa, que irritou o sujeito parado na frente dela.

-Escuta aqui sua...

-Eu te desafio! -gritou, e o salão inteiro ficou em silêncio no mesmo instante.

    Aquilo parecia uma cena de filme.

-Becker! -resmunga Benn.

       O agente passou as mãos sobre a cabeça, sem a acreditar que aquilo estava acontecendo. O que faria se voltasse sem a filha do general? Tinha certeza de que aquele homem eliminaria a sua chance de ter descendentes!

Agent BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora