Lizzie acordou um pouco dolorida, cansada e totalmente desidratada. Ela nem sequer se lembrava quando havia chegado ao acampamento, e muito menos em que momento pegou no sono, mas sabia que isso não tinha sido a muitos minutos, pois os soldados ainda estavam limpando seus ferimentos.
Segurou a costela direita com a mão para levantar do chão, e sentiu algo grudento invadir o meio dos seus dedos com o ato. Foi então que notou suas condições: de camisa levantada até um pouco acima da cintura, sem colhete, e com um líquido verde grudento na pele. Raspou a gosma com o dedo para cheirar e identificar o que era, e conseguiu captar um odor forte de mato misturado com álcool.-Não tira! - grita Carnegie, se aproximando.
-Que coisa horrorosa é essa?!
-Ei! Essa é minha pomada especial de ervas. Ela ajuda com as dores.
-Dores internas?
-Você trincou a costela, não foi nada demais. Se continuar passando essa pomada, vai estar totalmente recuperada em duas semanas.
-E ficar fedendo?
-É isso ou a dor.
-A dor não está tão insuportável assim. -murmura ela, levantando devagar. - Posso me acostumar com isso.
-Ou, pode usar a pomada e ficar quieta.
-Falando nisso... - murmura observando ao seu redor. - De onde tirou álcool?
Rostova levanta o seu cantil, balançando o líquido lá dentro e sorrindo de lado.
-Sério? Pensei que era água! Você praticamente mamou nisso a missão toda.
-Sou russa, esse é o meu combustível. - responde dando de ombros.
-E tem outra dessas? - pergunta, vendo a russa semicerrar os olhos.
-Nem pense nisso.
Lizzie sorri de lado.
-Uma hora vou achar...-fala num misto de diversão e ameaça.
-Te desejo sorte.
-Quanto tempo consegui dormir? - indaga, mudando de assunto enquanto abaixava a camiseta.
-Dez minutos.
-Só?! Ta de brincadeira né? Parece que dormi um ano! - murmura arrumando seus cabelos num coque.
-Soube que esfaqueou o capitão. - diz Carnegie, e Lizzie engasga com o próprio ar. -Então é verdade... - sorri cruzando os braços.
-E como você sabe? - indaga, imaginando que Bruce havia contado.
-Joguei verde. - responde, piscando para a francesa.
-Ele não disse nada?
-Não. Só reconheci o modelo da faca. É um dos seus bebês atrás da estante, né?
-O capitão já tirou a faca?
-Sim. E como ajudei, a faca agora é minha.
-Nos seus sonhos. - murmura enquanto se afastava.
Depois de muito observar, Becker finalmente encontrou a figura de Bruce sentara no pé de uma das árvores, ajudando alguns homens com os ferimentos da batalha. Ela se aproximou de vagar, reconhecendo que esse homem era Benn, ferido por uma flecha na extremidade do ombro esquerdo.
-Flechas? quem usa flechas?! -questiona Lizzie, surpresa.
-Um dos soldados... - responde Benn. - Mas ele fugiu...

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Agent Becker
ActionElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista que luta pelo reconhecimento do seu valor dentro de uma das mais secretas organizações do governo, a OSCU. Afastada da família após fugir aos Estados Unidos em busca da liberdade, aos p...