Capítulo 37

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— Quieto, Peter! Ou quer o outro olho roxo também? — Ouvi a voz irritada de Ava em meu quarto.

Entrei pela janela, dando de cara com uma situação inusitada: Peter sentado em minha cama e Ava vestida de Tigresa Branca em pé ao seu lado, com as mãos na cintura.

— O que está acontecendo? — Perguntei.

A expressão e postura de Ava mudaram repentinamente de nervosa para calma e amigável.

— Nada demais. Agora que você chegou, eu posso voltar para a minha patrulha. Tchau pra vocês.

Ela dá um aceno rápido indo em direção a porta, mas eu atiro minha teia na maçaneta impedindo que saísse. Eu queria entender de uma vez por todas aquela história.

— Ninguém vai sair enquanto eu não saber o que realmente aconteceu. Então Ava, faça o favor de me explicar o porquê de ter batido no Peter.

— Tecnicamente, eu dei um soco nele e depois lutamos. Mas eu batia mais nele, do que ele em mim. Então...

Olhei para Peter a espera de alguma resposta sua, mas este nem se quer olhava para mim.

— E qual foi o motivo de tudo isso? O que o Peter fez?

— Depois eu te conto. Já que ele está aqui, aproveita esse dia dos namorados com ele. — Ava arrancou a teia com suas garras e saiu, dando outro aceno.

— O que é isso? Dia de deixar a Gwen confusa?!

Voltei minha atenção a Peter, que estava com a palma da mão sobre o olho e o seu outro braço, em volta de sua barriga, com uma expressão de dor. Naquele momento, toda a confusão e irritação foram embora, dando lugar a um sentimento preocupado. Pedi para que Peter se deitasse, enquanto eu fazia uma compressa de gelo.

Nunca imaginei ver Peter daquele jeito. Claro que eu pensava que ele se machucava como qualquer outro, mas nunca imaginei que o veria assim. Ainda mais em minha casa. Em meu quarto. Na minha cama!
Sempre que nos machucavámos gravemente, era ao Dr.Connors que íamos pedir ajuda. Mas como ele não queria ir para base, o jeito era cuidar dele aqui em casa.

Fiz a compressa e voltei ao meu quarto, entregando-a para Peter. Aproveitei que não iria mais treinar naquele dia e tirei meu uniforme, ficando apenas de legging e blusinha.

— Melhorou? — Perguntei me sentando na cama, ao seu lado.

— A dor está passando.

— Posso ver?

Peter baixou a compressa, com os olhos fechados. Seu olho, apesar de ainda estar roxo, não estava inchado. Uma das vantagens de se ter poderes como os de Peter, é da cura rápida. Bom, nem tão rápida.

— Esse não é o dia dos namorados que você queria, não é? — Perguntou ele com a voz baixa.

— Não passou nem perto. Mas estou feliz que agora estamos juntos de novo.

Peter fez um sinal para que eu me aproximasse e assim eu fiz, me aconchegando junto a ele. Eu queria ficar ali para sempre, a sensação de estar deitada sobre seu peito com meus braços em volta dele e de seus braços me envolvendo, me fazia ter a plena certeza de que aquele era o melhor lugar do mundo. Eu me sentia segura e completa quando estava com ele.
Permanecemos assim por algum tempo, apenas desfrutando daquele momento. Ele beijou o alto de minha cabeça e eu automaticamente me virei para olhá-lo.

— Eu te amo, Gwen. — Ele aproximou seu rosto do meu e beijou suavemente os meus lábios.

Spider-Gwen - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora