Capítulo 75

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Connors, ou melhor dizendo, o Lagarto pegou Peter pelo pescoço e com sua cauda, jogou Miles e eu contra uma parede com tanta força, que acabei perdendo os sentidos.
Senti uma falta de ar repentina, que aos poucos foi retornando.
Mesmo desnorteada, vi quando Miles apontou para Peter caído no chão e para o Lagarto gigante que andava rapidamente pelo corredor. Eu não conseguia ouvir uma palavra do que Miles me dizia, mas percebi do que se tratava quando ele seguiu na mesma direção de Connors.

Ele queria que eu ficasse com Peter.

Eu ainda tinha um pouco de dificuldade para me mover, mas consegui chegar perto dele. Quando tentei sacudi-lo para ver se acordava, vi sangue em minhas mãos. Foi quando percebi que Peter estava com ferimentos graves em seu peito, feitos pelas garras do lagarto.
Aflita, peguei a máscara de Peter e a coloquei sobre meu rosto chamando por Karen.

Oi, Gwen. Como posso ajudar? — Disse ela.

— Karen, me ajuda! Eu preciso saber dele!

Karen scanneou o corpo de Peter e disse que os ferimentos foram profundos e que os batimentos cardíacos de Peter estavam fracos. Pedi para ela contatar os outros da equipe, mas eles estavam ocupados já que Connors aproveitou para soltar os prisioneiros da base.

— O quê que eu faço, Karen?!

Terá que levá-lo a um hospital, os equipamentos da enfermaria da base foram danificados.

— Eu não posso. Não com ele vestido assim, vão descobrir que ele é o Homem-Aranha!

Meu sentido aranha começou a “apitar”.

— Homem-Aranha, é? Finalmente! — Disse alguém atrás de mim.

Era um homem que eu ainda não tivera conhecido, mas dava para perceber que era um dos prisioneiros. Ele era alto, forte e barbudo e em seu pescoço estava a pele de algum animal. E em suas mãos havia uma lança.
Aproveitei que estava na frente de Peter e coloquei a máscara de volta em seu rosto, tentando esconder sua identidade; peguei os lançadores de teia dele e improvisei uma máscara pra mim.

— Quer dizer que o famoso Aranha precisa que uma garota o proteja? — Perguntou ele, com um sotaque ridículo.

Enquanto atirava algumas teias no corpo de Peter com o intuito de fazer o sangramento parar, notei que meu sentido aranha ficava cada vez mais forte, sinal de que o tal homem estava se aproximando.

— Quer dizer que você precisa de uma lança para se defender? Lute como um homem! — Disse em um tom alto.

—  Ninguém fala assim com o Kraven! — Disse ele correndo em minha direção com a lança em frente ao seu corpo.

Fixei-me no teto do corredor e atirei teias em seus pés, fazendo-o cair a poucos centímetros de onde Peter estava. Aproveitei o momento para torná-lo uma múmia com minhas teias e grudar sua lança no teto, afim de dificultar Kraven a pegá-la de volta.

— Isso não vai ficar assim, Aranha! Você e seu parceiro vão me pagar!

— Amador. — Murmurei enquanto voltava para perto de Peter, que ainda se encontrava inconsciente.

Eu queria ajudar o resto da equipe a pegar os prisioneiros e o Connors, mas eu não poderia deixar Peter sozinho naquele estado. A única solução que eu tinha era levá-lo até minha casa e torcer para que os primeiros socorros que Helena me ensinou, fossem úteis.

Spider-Gwen - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora