Spider-Gwen - Livro II

Capítulo 93

Como não iria dar tempo de chegar até meu pai pelo elevador, decidi subir pelas janelas do prédio em direção ao terraço. Quando já estava chegando, uma explosão chamou a minha atenção: gotas azuis estavam caindo lentamente. O antídoto!
Acelerei minha subida, usando minhas teias como estilingue.

Cheguei ao topo.

Fiquei sem reação ao ver a cena que estava diante de mim: Peter machucado, Connors voltando a forma humana e meu pai... Inconsciente no chão. Corri até ele.

— Pai! — Gritei sacudindo o mesmo — Pai, acorda!

— Gwen... — Disse Peter em tom baixo de voz — Eu não pude...

— O que?

Peter ficou calado. J.A.R.V.I.S. scanneou o corpo de meu pai e disse que não havia sinais vitais.
Naquele momento meu mundo parou, meu cérebro não pensava em mais nada, quando olhei para o meu pai deitado no chão já sem vida, era como se eu tivesse levado uma facada no coração. Não, uma facada doeria muito menos.

— Eu sinto muito. — Murmurou Peter, colocando sua mão em meu ombro.

— ... Não! Pai, acorda! Por favor, acorda! — Disse com os olhos cheios de lágrimas. Peter pegou em meu braço, me forçando a levantar.

— Eu sei como esta se sentindo, mas precisamos tirar o Connors daqui!

Olhei em direção a ele, mas em vez de sentir compaixão ou alívio por ele estar bem, eu senti uma raiva horrivel crescer dentro de mim. Foi tudo culpa dele! Meu pai não teria subido até aqui se não fosse por ele e agora ele estava morto!

— Você! — Murmurei furiosa. Caminhei até em sua direção de punhos cerrados, mas Peter se colocou em minha frente me impedindo de prosseguir — Sai da minha frente, Peter!

— Não posso deixar você machucar ele.

— Ele matou meu pai.

— E vai se deixar tornar uma assassina por causa do seu desejo de vingança? Desculpe, mas não vou deixar você fazer isso. George não iria querer.

Baixei minha guarda. Peter estava certo, meu pai não iria querer que eu matasse Connors. Olhei para o garoto a minha frente; Peter estava machucado, quase não conseguia se manter em pé.

— Você tem razão.

Peter se aproximou de mim, mancando, e me abraçou fortemente. Ele sabia exatamente o que eu estava sentindo, pois tinha vivido essa experiência quando um bandido matou seu tio Ben. Peter desfez o abraço.

— Eu vou levar seu pai lá pra baixo. Pode ajudar o Connors?

Assenti.
Me aproximei de Connors e vi seu semblante triste e assustado, olhando diretamente para o corpo de meu pai.

— Eu não queria... — Disse ele com a voz trêmula.

Passei seu braço esquerdo por cima de meu ombro e o ajudei a se levantar, sem dar a mínima importância se ele estava sentindo alguma dor ou não.

— Tem sorte que Peter estava aqui, doutor. — Disse ríspida.