Capítulo 58

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— Você está bem? — Perguntou papai enquanto eu passava minha teia em volta de meu machucado na perna.

Ele estava tentando ser o mais profissional possível na frente de toda aquela gente, mas eu percebi o quanto ele estava preocupado. Conhecendo meu pai, eu poderia jurar que ele estava doido para me enfiar em sua viatura e me levar para o hospital mais próximo; mas felizmente ele se contentou em apenas observar eu enfaixar “improvisadamente” a minha perna.

— Vou ficar. Não se preocupe.

— Devia deixar um médico cuidar desse ferimento.

— Dr. Connors vai fazer isso.

— Confia tanto assim nele?

Levantei meu olhar de encontro ao seu.
Dr. Connors nunca havia me dado motivos para desconfiar de suas intenções, muito pelo contrário. Me ajudou tanto que eu não tinha palavras suficientes para lhe agradecer.
Coloquei minha mão sobre o ombro de meu pai, tentando tranquilizá-lo. No mesmo instante, Miles apareceu por entre a multidão de médicos e bombeiros e me abraçou fortemente.

— Por que não me chamou? Eu estava no prédio ao lado.

— Eu teria se não fosse pelo J.A.R.V.I.S. ter mandado o pedido de ajuda para os dois.

Miles soltou um suspiro fraco.

— Pelo menos ele chegou a tempo.

— Por falar nisso, eu tenho que encontrá-lo e agradecer pelo o que fez. — Tentei ficar de pé mas senti uma leve tontura quando o fiz.

Miles segurou em minha cintura quando percebeu que eu havia perdido o equilíbrio.

— O que houve?

— Não sei... Uma tontura...

Você perdeu uma quantidade razoável de sangue, Srta. Stacy. Sugiro que cuide de seu ferimento e repouse por um tempo. — Disse J.A.R.V.I.S. — Tenho o procedimento correto para cuidar de ferimentos e torções em meu banco de dados, gostaria que eu lhe informasse?

— Não, J.A.R.V.I.S. Obrigada.

— O que ele disse?

— Que estou acabada.

— Que estou acabada

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Dr. Connors examinou meu ferimento e disse que eu precisaria levar pontos, se eu quisesse que a cicatrização fosse rápida. Então, lá estava eu na enfermaria da base aérea com pontos na perna, uma compressa de gelo no tornozelo, mantida a base de soro e antibiótico contra dor e ainda segurando minha máscara que Dr. Connors pediu para eu tirar durante os exames.
Enquanto pensava no ocorrido de hoje, vi Peter entrar em minha sala e sentar-se na cadeira ao lado, mantendo-se em silêncio. Parecia que ele estava procurando as palavras certas antes de pronunciá-las.

— Oi? — Disse em tom baixo.

— Oi. Como... Como você está?

— Bom... — Olhei para o meu corpo — Ainda estou inteira. Graças a você. Obrigada.

— Você teria feito o mesmo.

— É, teria.

— Eu posso perguntar uma coisa?

Dei de ombros.

— Fique à vontade.

— Aquela promessa que fizemos no terraço da Oscorp, depois que você descobriu a minha identidade... Ainda está de pé?

Fiquei muda. Há muito tempo eu não sabia como me sentia em relação a Peter, algumas vezes eu ficava com tanta raiva que poderia socar sua cara. Mas também havia os momentos em que tudo o que eu queria era ficar abraçada com ele embaixo de um cobertor e esquecer o mundo por um tempo.

Ele estava ali, na minha frente e me perguntando se a promessa de nunca desistirmos um do outro ainda estava de pé depois de tudo o que aconteceu. Eu não poderia mentir para ele e nem para mim mesma.

— Sim, Peter. Ela continua de pé. Mas não do jeito que pensa.

— Como assim?

— Manterei a promessa, contanto que nossa relação continue estritamente profissional.

Peter baixou o olhar, parecendo triste com minha decisão.

— Não tem outro jeito, né?

— Não.

Peter levantou o seu dedo mindinho com um sorriso fofo, mostrando que eu deveria fazer o mesmo. E fiz. Agarrei o seu dedinho com o meu, firmando nossa promessa.

— Sabe que promessa de dedinho não pode ser quebrada, não é? — Perguntou ele.

— Nunca tive essa intenção.

Spider-Gwen - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora