Capítulo 21

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— V-você é líder daquelas coisas?! — Perguntei com a voz esganiçada por causa do nervosismo.

Ben ficou imóvel, me encarando sem dizer uma palavra. Os braços cruzados e os ombros relaxados demonstravam que ele não estava interessado por esse fato.

Mas eu estava.

— Aquelas coisas tentaram me matar — digo em um tom baixo com a voz levemente trêmula — E você não fez nada!

Ben deu um passo a frente, tentando se aproximar de mim mas eu me afastei dele tentando me conter. Eu não podia, eu não queria acreditar que aquilo era verdade. Mas Reilly se mantinha como se nada importante estivesse acontecendo, o que me deixava mais irritada.

— Eu tenho que sair daqui.

Tentei ir até a saída, mas fui barrada pelos Assassinos de Aranhas; vi como o Aranha-Espinho mostrava cada um de seus espinhos me olhando fixamente.

Engoli em seco.

— Gwen, preciso de sua ajuda. — Disse Ben logo atrás de mim.

— Você o quê?

— Esses Assassinos de Aranhas estão programados para matar todos da S.H.I.E.L.D., especialmente quem tem o gene Aranha, no exato momento em que eu deixar o Octopus. E eles não são os únicos projeto do Oc.

Senti como se tivesse levado um soco no estômago. Um pouco atordoada, me encostei na mesa de teclados tentando processar o que acabara de ouvir.

— Qual é o outro projeto?

— Você o conhece bem. É um simbionte chamado Venom.

Dirigi meu olhar para Ben, um tanto confusa.

— Mas o Venom está com o Flash.

— Quem dera aquele fosse o único.

— Isso não pode estar acontecendo. — Murmurei para mim mesma, tentando me acalmar.

Apesar que já estivesse desconfiada de Ben, foi um choque saber que todos os projetos do Octopus iriam atacar a S.H.I.E.L.D. ao mesmo tempo. Outros vilões iriam se aproveitar da situação e atacariam também, destruindo a base aérea, lar de nossa equipe. Sem deixar de lado as mortes dos Guerreiros de Teias, incluindo a mim e ao próprio Ben Reilly. Nós tínhamos que fazer alguma coisa.

— E como impedimos que isso aconteça?

— Eu vou ter que me afastar de vocês. Vou dizer ao Oc que Nick descubriu que sou um espião e que consegui escapar antes que ele me pegasse.

— Eu não vou mais ver você?

Reilly assentiu, calado.

Senti uma vontade súbita de abracá-lo e assim o fiz, pegando Ben de surpresa já que ele não esperava uma atitude dessa. Eu gostava dele e iria sentir sua falta.
Senti os braços de Reilly me envolverem em um abraço apertado e seu queixo pousar em minha cabeça. A última vez que estive tão perto assim de Reilly, estávamos treinando e ele estava com um de seus ferrões contra o meu pescoço. Agora, estávamos ali. Nós dois. Abraçados. Nada era pior do que dizer adeus a um amigo.

Quando nos afastamos, não pude ver a expressão de Ben por causa de sua máscara mas tinha certeza de que ele estava sentindo o mesmo que eu. Ou ele não teria correspondido o abraço.

Juntei meus braços em volta de meu corpo e caminhei em direção a saída em passos curtos, mas o olhei de volta quando surgiu uma dúvida em minha cabeça:

— Por que eu? Por que contou essas coisas a mim?

— Porque você e o Peter são as únicas pessoas em quem confio naquela equipe e são os únicos que me entenderiam.

— Peter sabia disso?

Ben assentiu.

— Ele me pediu para te contar, pois não queria te esconder mais nada. Como você estava passando por uma fase difícil em sua vida, esperei que se recuperasse para dar essa notícia.

Sorri ao ouvir aquilo de Ben. Podiam dizer qualquer coisa dele, mas não que ele era um péssimo amigo. Eu com certeza teria uma boa lembrança de Reilly.

Spider-Gwen - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora