Spider-Gwen - Livro II

Capítulo 47

O dia correu normalmente. Tirando o fato de que Peter e eu não nos falamos em nenhum momento, é claro. Segundo a professora de sociologia, haveria um tipo de baile para nós alunos, por causa do dinheiro que arrecadamos com o evento beneficente. O baile seria daqui a alguns dias.

— Provavelmente você não virá com o Peter, né? — Perguntou Michelle.

— Não.

— Mas você virá, pelo menos?

— Claro. — Sorri levemente.

Eu não ia deixar de vir por causa dele.

O sinal do fim das aulas tocou, fazendo todos os alunos saírem das salas em direção a saída. Michelle e eu nos despedimos e fomos cada uma para um lado.
Como eu não iria passar em casa, eu apenas tirei minha roupa, aproveitando que o traje já está por baixo, e coloquei tudo em minha mochila. Poucos minutos depois eu já estava em pé no terraço da Oscorp esperando por Peter ou por Miles.

Após mais alguns minutos esperando, Peter apareceu no terraço com seu uniforme de Aranha. Ele tirou sua máscara e tentou se aproximar de mim, mas eu fiz um sinal para que continuasse no mesmo lugar. Ter ele a poucos centímetros de mim iria atrapalhar minha linha de raciocínio.

— Não queria falar comigo? Estou aqui. — Disse ríspida.

— Eu queria te pedir desculpas pelo o que fiz e te explicar o que realmente aconteceu.

Cruzei os braços, calada. Peter continuou:

— Sim, admito que tirei a Gata Negra da base aérea enquanto você e os outros estavam ocupados com o pouso forçado do avião. E eu juro que tentei detê-la quando percebi o erro que cometi.

— Por que você a soltou?

— Eu não sei — Disse ele baixando seu olhar — Eu só senti que deveria fazer isso. Depois que soltei a Gata Negra, ela tentou roubar outro banco e eu tentei impedi-la, mas ela me beijou de repente, me pegando de surpresa.

— Surpresa? Não é o que a foto do jornal da Mary Jane diz. Você estava agarrado com ela, Peter!

— Sim, eu confesso que correspondi ao beijo. Mas eu estou arrependido, Gwen.

Me aproximei de Peter a passos curtos, avaliando sua expressão. Ele realmente parecia triste com aquela situação.

— Está mesmo arrependido?

— Sim. Muito.

— Eu... Eu te perdoo.

Peter me olhou surpreso, mas sua expressão mudou rapidamente para uma de alívio. Ele até tentou me abraçar, mas eu coloquei minha mão em seu peitoral, afastando-o de mim.

— Isso não quer dizer que ficaremos juntos.

— O que? Como assim?

— Quero terminar com você.

— Mas...

— Não insista, Peter. É melhor assim.

Peter franziu o cenho, magoado. Se eu ficasse ali mais um pouco acabaria chorando e voltando atrás em minha decisão — e não era o que eu queria naquele momento — então, dicidi ir até Manhattan esperar por Miles perto da Time Square.