Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia Farcoland

Capítulo 3

Camila

Ter deixado Laura me convencer a vir foi uma péssima idéia. Quando chegamos, a fila quase quilométrica me deixou relutante a entrar naquele estabelecimento. Já tínhamos quase uma hora quando aqueles dois rapazes chegaram e entraram passando a frente de todos, como sempre Laura tinha que fazer seu espetáculo. Por fim, um que parecia ser mais velho falou algo no ouvido do segurança e entramos batidas. Laura me guiou direto para o OpenBar e pediu uma cerveja e eu estava apenas com uma Menta. Odiava hálito de álcool que ficava na boca depois da cerveja.

É nojento.

Enfim, estávamos tranquilas, pelo menos Laura estava. Dois rapazes se aproximaram de nós. Eu, sinceramente prefiro que ele escolha outra parceira ou procure algo melhor para fazer, porque eu não estou afim de estar aqui quanto mais namorar alguém. Como sempre, eu não devia nem ter vindo e nem ter deixado Laura me convencer do contrário. Laura estava se saindo bem dando foras explícitos no rapaz que insistia ao seu lado, porém ele não caía na real, e eu já não tenho essa coragem. Sou mais de ignorar até a pessoa se mancar.

Mas como Laura estávamos devidamente incomodadas com a pressão dos rapazes. O que estava sentado ao lado de Laura, falava o tempo todo que ele agora era do exército e que ela devia ficar com ele, Laura simplesmente disse a ele que isso não queria dizer nada. E não quer dizer nada mesmo. O outro é apenas amigo dele, mas ele me transmitia medo, ele me assustava. Quando eu percebi que meu gelo estava o irritando, ele segurou meu braço e me puxou, claro, eu resisti. Meu coração latejava dentro do peito, Laura se levantou de um pulo e jogou sua cerveja na cara do militar que ficou um pouco irritado, mas apenas permaneceu quieto. O rosto do outro está vermelho como pimentão,  o que ia acontecer depois disso?

Ele deu um passo, dois passos...três passos e posso imaginar o pior...porrada. De repente, dois homens bem vestidos, os mesmo da entrada o surpreenderam.  O mais velho falou algo com o militar que de vermelho ficou branco e o mais novo, apenas conduziu o outro para fora, e disse algo perto da porta que o fez abaixar a cabeça e ir embora sem pestanejar.

Laura e eu nos entreolhamos e demos de ombros. Aproximo-me perto do ouvido dela e digo:

- Eu quero ir embora, Laura!

- Nada disso, vamos curtir!

De repente o que defendeu Laura se aproxima dela e fala algo em seu ouvido, ela sorri e me olha.

- Não sai daqui! Vou dançar...

Aquilo me deixou nervosa, parecia que eu estava perdida, com medo e assustada. Parecia que estava sozinha, navegando em alto mar furioso e desgovernado. Eu me sentia...perdida. O outro apareceu de repente ao meu lado, bebendo algo de um líquido branco um pouco amarelado com cubos de gelos e uma rodela de limão. Olho para ele desconfiada.

Ele tem cabelos amendoados com reflexos louros, estavam bem penteados, o que significa que deve dar trabalho, logo deve ser vaidoso. Estava bem vestido usando uma camisa social na cor vinho dobrada até os cotovelos e calça jeans, os holofotes caíam bem sobre ele, seus olhos esverdeados brilhavam em meio a escuridão desta boate.

- Oi. - grita ele para ser ouvido.

Apenas aceno com a cabeça e fico mais próxima do balcão.

- Eu não vou te machucar, só quero te conhecer.

- Não há necessidade, obrigada. - grito para ele.