Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia Farcoland

Capítulo 5

Henrique

"Eu corria como se aquilo dependesse da minha vida. Ele era meu melhor amigo e ela, a garota que escolhi para um dia, ser minha esposa. Por que fizeram isso comigo? Esta vergonha sem fim...onde eu irei parar? Meu pai vai me achar um covarde, meus irmãos iriam rir de mim e minha mãe ficaria envergonhada do que aconteceu. Eu sou uma decepção. As lágrimas que desciam secavam junto ao vento que soprava. Meus pulmões queimavam, pedindo por ar..."

Acordo num sobressalto e me sinto ofegante e grudento de suor. Ainda sinto a vergonha entranhada em minhas veias. Olho ao meu redor e não reconheço o lugar, flashbacks da noite anterior invadiram a minha mente e me lembro vagamente da pessoa que me trouxe para cá.

Vejo que só estou usando cueca boxing, procuro minha roupa e encontro ela depositada, dobrada em cima da poltrona. Corro da da cama e visto minha roupa da noite interior. Me ajeito e fui no banheiro e jogo uma água na boca e respiro fundo. Espero sair daqui da maneira como entrei que eu nem me lembro, totalmente.

Ando por um vasto corredor e avisto uma sala imensa e bem decorada em tom de creme e de um amarelo bem fraco na parede em volta da vasta janela. É bem equipada com móveis que nem mesmo o salário de um promotor bem conhecido conseguiria comprar. Pareciam ter sido encomendados, encontrei Camila e mais uma amiga sentadas à mesa degustando um farto café da manhã. Onde está Marcelo?

Me aproximo cautelosamente e um pouco sem jeito. A loura é a primeira a me olhar e cochicha para a morena mais gata que já vi na vida. Ela se vira para mim e se levanta e começa a preparar um prato. Eu não sou de comer pela manhã, mas também não poderia fazer desfeita assim.

- Bom dia dorminhoco!  - brada amistosamente a morena. - Aceita um café?

- Bom, não sou de comer pela manhã, mas...

Me sento em uma cadeira bem acolchoada e vejo ela depositar em minha frente um prato com um sanduíche grande e bem suculento melado a queijo e um suco.

- Eu não sabia do que você gostava...então...eu preparei um sanduíche de presunto e queijo e omelete...acho que você não ficou muito... - diz ela um pouco chateada com minha reação.

Não é que eu não gostasse, mas não gostaria de comer uma montanha de pão recheado de um queijo bem gorduroso. Entre o sanduíche e a omelete, fico com a segunda opção.

- Omelete, por favor! - peço sentindo meu estômago dar reviravoltas.

Ela abriu um sorriso torto e depositou a omelete recheada de todos suprimentos que existem no outro prato e colocou suco para acompanhar.

- Eu ia fazer café, mas se preferir eu posso fazer...

- Não gosto de café. - digo um pouco ríspido.

A loura se remexeu na cadeira e me olhou torto.

- Desculpe-me, eu sou um pouco mau humorado pela manhã.

A loura torna a se recostar e arqueou uma sobrancelha. Eu não sei porque mas tenho a sensação que ela esteja puta com Marcelo, não é para menos.

- Descobriu que ele é casado, não é? - pergunto com certa graça.

- É. Você como amigo devia aconselhá-lo, isso é muito errado.

Me dou o desfrute de rir o mais alto que posso.

- O momento inteiro ele usava a aliança no anelar esquerdo, como pode ter sido ele o safado hipócrita que te seduziu e enganou?

- Como é que é? Olha aqui seu metido a besta...