Capítulo 28

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Henrique

Uma semana depois do ocorrido, e eu não consegui procurar por Camila e nem ela a mim. Eu não sei se foi bom assim ou se não foi, mesmo que isso me traga um pouco de alívio, algo dentro de mim apitava, implorando-me para vê-la. Eu me odiava por sentir saudades dela, eu não sentia saudade de ninguém além da minha mãe. Seu rosto e seu sorriso não saía de minha cabeça, acabei ficando preso sem saber. Eu perdia a conta das vezes que pegava o celular e desistia de tentar arranjar o número dela. Marcelo fez o grande favor de conseguir o número através de Laura, que também não era uma garota muito fácil. Marcelo estava sentado numa mesa ao lado da minha agora, substituindo outra pessoa que faltou, permaneceu calado o tempo todo, o que me fez estranhar, porque ele era de falar demais. Marcelo parecia concentrado no que estava fazendo, e eu estava aqui parado, sem saber o que eu estava fazendo porque minha cabeça não saía de Camila, no timbre doce de sua voz, do seu olhar doce castanhos, sinto falta do seu toque e de seu jeito desastrado de ser quando bebe. Precisava vê-la, mas não tinha coragem. Olho para Marcelo e chamo sua atenção.

_ Resolveu falar agora?

_ Cala a boca idiota, queria só um conselho.

_ Que tipo de conselho?

_ Eu...quero vê-la de novo, o que faço?

_ Cara, liga para ela, Laura disse que ela não sai mais de casa, porque eu te disse que acabei falando...

_ Que eu era o tal promotor que ofereceu a denúncia. - completo.

_ Exato. Ela disse que ela está um bagaço, não quer nem mais ver a amiga.

Aquilo acabou me deixando mais tenso e se ela desligar na minha cara? Pelo menos eu tentei, mas não suporto quando alguém desliga na minha car. Eu deveria ir lá? Pegá-la de surpresa? Ela poderia bater a porta na minha cara, eu tinha que arranjar um plano, que fosse eficaz em trazê-la para perto de mim e sei quem pode me ajudar nisso. André, ele tinha o dom de ser persuasivo com as pessoas que interrogava, apesar que ele está ocupado com o novo caso que surgiu em seu emprego. Gabriel estava ficando mais doido a cada dia com os desejos malucos de sua esposa, a gravidez por ser de gêmeos tem de ser monitorada, por isso ele passa amis tempo em casa do que no trabalho. Acho qe estou doente ou algo do tipo pois estaria agora criticando as vidas dos dois e não entendo porque ando sensível ultimamente. Meu celular apita e olho para tela e vejo que há uma mensagem desconhecida, meu coração começa a palpitar forte dentro do peito pensando que talvez pudesse ser ela. Pego meu celular de um pulo e abro a mensagem.

''Quero conversar com você, preciso te ver.''

Deixo um sorriso transparecer e Marcelo começa a gargalhar alto e o fuzilo com os olhos.

_ Sabe que está apaixonado, não sabe?

_ Não estou apaixonado por ninguém, imbecil! - exaspero.

_ Não é o que seu rosto mostra. Só para constar, eu...vou me separar de Amanda, ela descobriu sobre Laura e está surtando.

_ Glória a Deus!

Ele sorriu e voltou aos seus afazeres, procuro responder a mensagem não identificada.

''Tudo bem, te encontro onde?''

'' Pode me encontrar no parque?''

''Tudo bem, a que horas?''

''Na hora que você puder''

'' As três da tarde está bom pra você?''

''Sim''

''Até lá''

Guardo meu celular na gaveta e sinto que vou fazer uma festa sem nenhum motivo aparente, quero pular e gritar mas não podia e nem posso fazer isso. Por que Camila me mandaria mensagem em número diferente, não estava registrado, acho que deveria fazer isso depois. Mas fiquei feliz por ela não ter ficado com tanta raiva de mim como pensei que ficaria, pelo menos a primeira parte havia se resolvido facilmente, o que resta agora é dizer que eu sairia do júri no dia de seu julgamento. Será que Marcelo estava certo, eu estava bancando um apaixonado? O suor começou a escorrer sobre minha testa, não pode ser, como isso poderia acontecer. Depois de Mariana, eu não queria me apaixonar mais por ninguém, eu fiz esse juramento. Não posso quebrá-lo! Mas se ela conseguiu quebrar as barreiras? O que faria então? A cada minuto muitas perguntas se manifestavam em minha cabeça e jurava que não queria pensar nelas com muita eficiência agora. Vou esquecê-las por enquanto, evitá-las, elas não iriam atrapalhar meu encontro com Camila, que foi uma criminosa de alta periculosidade para mim, cometeu o pior erro de sua vida; roubar meu coração.

[...]

Um pouco mais tarde, perto das três da tarde eu começo arrumar minha mesa, Marcelo continuava enrolado com seus afazeres. Pego minha mochila hoje, apoiada na cadeira e passo por cima do ombro e saiu em contrapartida de meu destino. Mal podia aguentar a empolgação em revê-la. Talvez não deve ser tão ruim se apaixonar assim por alguém, talvez o meu trauma e o medo me ocasionaram uma expectativa diferente ou fiz dela diferente, eu só podia ter tomado mais cuidado depois de Mariana, e acabei exagerando na dose. Corri como desesperado para fora daquele prédio quando vejo Laura subir as escadas, vou até ela eufórico. Ela me olha apavorada e sorri fracamente.

_ Henrique, primeiro se acalme, viu?

_ Em qual lugar do parque ela está? - pergunto sem aguentar.

_ Que parque? Do que está falando?

_ Camila me mandou mensagem, pensei que você soubesse onde ela estaria.

_ Não tenho amis visto ela por sua causa promotor, mas se ela lhe mandou mensagem, sugiro não perder tempo.

_ Ok, muito obrigado. E Marcelo está enrolado com algumas coisas lá, acho que vai demorar.

_ Obrigado Promotor!

Corro para estrada e faço sinal para um táxi que está próximo e entro numa velocidade sobrehumana. Quando olho para o motorista, vejo uma pessoa que realmente eu jamais que pensaria ver de novo. Se eu pudesse até mandava ele para outro planeta, mas não desejava vê-lo de novo; Erick. 

Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia FarcolandOnde histórias criam vida. Descubra agora