Capítulo 48

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Romário

- Está tudo conforme o seu plano. - digo. - Tem algo mais em mente?

- Não. Estarei planejando em breve, Romário. - a voz do homem era fria e diabólica. - Farei todos sofrerem.

- Posso concordar com você. - sorrio.

- Henrique está caindo como patinho na minha armadilha. - o sorriso maléfico brotou em seus lábios. - Camila vai pagar caro por tudo que fez.

Me vingar da minha inútil família ainda era algo que me fazia bem, afinal tive uma esposa que me traiu e teve dois bastardos. Como eu descobri? Confesso que no começo eu fui um tolo, mas quando Ronaldo estava com 4 anos e ela no penúltimo estágio da gravidez da burra da Renata, eu fiquei tão cego pela ideia da felicidade que nem consigo imaginar o que seria de mim sem eles. Mas um certo dia, Sarah recebeu um telefonema e isso fez com que eu desconfiasse, bem já estava antes. Ela sempre sumia as noites e quando eu a desejava ela dava desculpas que estava cansada ou que a barriga estava pesando ou doída. Eu ficava triste, mas tentava entender o lado dela, tentava me pôr em seu lugar. Mas um certo dia, um calor estupendo de fazer você derreter, Sarah se vestiu e pediu para que eu olhasse Ronaldo que jogava bola com seu amigo de escola, armei tudo com o João, meu irmão, e quando ele chegou busquei pelo o rastreador que coloquei em seu celular e ela estava num motel em Itaperuna. A gente morava em um apartamento em Copacabana frente a praia, e isso não foi capaz de fazê-la se sentir culpada. Descobri os dois, ela e o irmão da esposa do meu irmão. A odiei como toda a sua família e a raiva gerou outras coisas a mais.

João disse que me ajudaria no momento que eu poupasse a sua esposa, concordei com a ideia. Eu comecei a colocar em prática o meu plano de vingança, sumi, deram-me como morto e tudo que eu mais queria era isso. Quando voltei, André estava sofrendo com um criminoso que trabalhava comigo, Cloyd. Tudo fazia parte do plano, me vingar deles era o meu maior prêmio. Mas quando descobriram, me surpreenderam com perguntas e questionamentos que me deu mais raiva, fingir que amava aqueles dois bastardos só me deixava furioso, não suportava vê-los. Fui embora novamente já que soube que André andava me investigando. Seria o primeiro a me pagar, João não aceitaria, então o chantagiei, os dois, mas eles continuam sondando a minha vida. Se descobrirem quem está comigo nessa, estamos fudidos, tanto ele quanto eu. João era fraco e molenga para família, faria tudo que eu pedisse. Mas parece relutante agora, André estava mais perto do que se imaginava de descobrir toda a verdade, a única maneira que encontramos era de matá-lo. Mas mesmo toda raiva que nutria de Sarah e seus filhos e de minha própria família, saber que ele teria de morrer por minhas mãos, me causava algo estranho.

- Você está me ouvindo, imbecil? - gritou o homem atrás de sua mesa.

- Não, perdoe-me...

- Como eu sempre digo, és um incompetente!

Abaixo a cabeça.

- Romário, saiba que sua família estão se metendo em algo que está fora de seu alcance, seu sobrinho está muito perto de...

- Eu sei.

- Então, você daria a honra de acabá-lo ou terei de mandar alguém mais competente que você?

- Acho que matá-lo agora só iria alarmar. - gesticulo.

- Ele está se metendo em algo onde não foi chamado, matou um dos meus melhores homens...

- Cloyd era um incompetente! Não sei o que tanto via naquele imbecil.

- Cale-se! - grita o homem furioso.

Como poderia matar meu sobrinho? Apesar de toda a raiva, não chegaria a tanto. Bem, na verdade sim, matei a Sarah. Mas ela merecia ser morta! Ronaldo e Renata, mesmo que os odiasse, não tinham culpa da mãe ser uma prostituta que os enganaram a vida inteira. João cuidou deles muito bem como seus filhos. Mas sentir culpa agora só faria que a pessoa furiosa ali me desse um tiro na cabeça.

- O que me diz, sr. Farcoland? Vai dar um jeito em seu sobrinho intrometido?

- Vou chantageá-lo...

- Não está adiantando, sua besta! Ele sabe demais e está ajudando aquela vaca! Isso vai me prejudicar, se eu cair, acredite em mim, você também cai!

- Eu sei disso! Não precisa repetir.

- Acho bom, quem me procurou foi você, não se esqueça.

- Não vou.

- Ótimo! Precisamos resolver este quesito.

Apesar de ter procurado o melhor para facilitar a minha vingança, me sinto culpado por tudo. Porque o homem não estava só me ajudando, estava me usando para os próprios quesitos e isso me irritava. Agora eu devia favores que nem mesmo eu pensei que deveria, eu já havia feito que mais desejei matar Sarah e aquele desgraçado, enfiei meu irmão nisso, se ele cair eu vou junto e meu irmão também. Ele pensou que seria apenas orgulho ferido, mas eu sou de uma índole mau. Eu roubava e quebrava seus brinquedos quando mais novo, eu tirei o sorvete da mão de André quando era pequeno e fiz ele mentir para o pai, fiz Gabriel pular de uma pedra de 3 metros e rir quando ele quebrou o pé quando tinha 7 anos. Henrique era esperto demais para eu fazer qualquer coisa. Mas se ele insistir em sua investigação não terei como salvá-lo. Por que eu deveria? Minha vingança já foi concluída, mas o gosto de quero mais ficou instalado, empregnado em meu ar, me fazendo sempre agir pelo mal. Sarah havia mudado isso até me trair, tudo voltou à tona. Um baque me tirou de meus devaneios quando uma pasta amarela com o nome de André pousou em meu olhos, olhei para o homem barbudo e de cabelos grisalhos vestido totalmente de preto.

- O que você quer que eu faça?

- O que devia ter feito meses atrás!

- Escuta, não posso matar o André.

- Sentimentalismo à essa altura do campeonato? - debocha o homem.

- Não. Mas lhe procurei devido ao meu problema com Sarah e não com eles.

- A questão é que ele está perto demais de nos descobrir e não vou arriscar meu pescoço.

- Então me dá um tempo, vou arranjar um modo de fazer isso!

- Acho bom. Tem uma semana.

- Isso não é suficiente...

- Só terá isso ou morre os dois juntos.

- Jorge, você está passando dos limites!

- Não me diga!


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Desculpem a demora para postar!!!

Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia FarcolandOnde histórias criam vida. Descubra agora