Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia Farcoland

Capítulo 36

              Camila

Depois de ter acordado da melhor forma por Henrique me dispus a tomar um banho da qual eu pudesse expurgar todas as impurezas do meu sentimento triste e canibal, eu me sentia melhor como nunca. Só agora havia me tocado que ficar sentida por ele ter de acusar um caso, oferecer uma denúncia não fazia a menor diferença, pois eu iria ser condenada mesmo. Coloquei como meta na minha vida que devo aproveitar o melhor possível enquanto posso sentir a liberdade pairando no ar, porque daqui à 5 meses eu estaria em lugar onde o nascer do sol não acontecia, onde as luzes não iluminariam direito e nem ar puro entraria. Mas por mais que eu tentasse negar este pensamento ainda conseguia vívido em mim, sempre voltando à tona. Eu queria poder ser mais forte do que isso, queria poder lutar, mas não conseguia. Vozes do lado de fora, preenchiam abundamente o banheiro, uma voz era de Henrique e a outra de um médico. Eles conversavam animadamente sobre meu caso, e a quando ouvi a palavra ''alta'', pular para não gritar foi quase impossível. Eles ouviriam e daí, eu dormiria na minha cama king size, veria meu grande triplex monótono, tentar pensar no que faria naquele dia do que ficar choramingando. Se aconteceu, aconteceu, o que eu preciso agora é me divertir. Quero deixar esse agouro de lado e me concentrar nos pequenos momentos da minha vida que serão únicos.

Saiu do banheiro me sentindo uma nova pessoa, a pessoa que há dois dias atrás estava se limitando a viver, a comer e a respirar, hoje sou Camila Ferrari e não Camila Santiago. Henrique quase tem um mini enfarto ao me ver e nõ contenho a minha gargalhada. Visto minha roupa que, segundo Henrique, Laura trouxe bem pela manhã enquanto eu dormia. Visto minha roupa de um jeito sensual para provocá-lo, percebo que ele não tira os olhos de mim e continuo a minha provocação. O médico de alguns minutos atrás havia saído, por isso me senti na vontade de fazer isso. Às vezes até eu mesmo não me conheço, a Camila fraca e oprimida jamais faria isso, mas essa noca Camila estava mais aguçada e mais predadora que eu jamais pensei que fosse, algo faiscou em mim e me queimou por dentro, algo inesperado na minha vida e em meu corpo, nunca senti nada parecido, tinha sede de agarrá-lo ali mesmo e devorá-lo. Quando pus fim ao árduo trabalho de me vestir lentamente para provocá-lo, quando me virei, vi que ele não estava mais no quarto, nem ouvi a porta do quarto bater. Aquilo, confesso, me deixou envergonhada de meu ato, será que exagerei? Pego algumas coisas como minhas chaves do triplex e alguns documentos, ele teve tempo de pegar todos meus documentos e sair a tempo de me salvar? Claro que eu não estava em fase terminal, mas ele havia ficado muito preocupado comigo. Deixo o quarto com certo alívio e encontro Henrique falando com um homem alto, e poderosamente musculoso, usava roupas pretas básicas e tinha cabelos castanhos-escuros e olhos bem azuis, esse era um cara que Laura pearia se não estivesse tão animada com Marcelo, mas logo meu pensamento se desfez quando vi uma alinça média dourada em seu dedo anelar esquerdo, me arrependo desse pensamento. Um promotor como problemas na polícia? Como pode isso acontecer? Me aproximo cautelosamente enquanto eles conversam seriamente. O homem-puro-músculo dirige seus olhos azuis em mim e cala instantaneamente a boca e Henrique se vira para mim, o que está acontecendo?

- Camila, esse é meu irmão mais velho, André, delegado da polícia federal. Ele vai me ajudar a descobrir alguns acontecimentos entre seu pai e seu marido. - diz ele cauteloso.

- Mas... por quê? Eu vou ser condenada mesmo! Deixe para lá, eu lhe pedi...

- Camila, não vou de acusar de nada! - exaspera ele e me assusto.

- Primeiramente, me desculpe pela impaciência do meu irmão caçula. Meu nome é André e sou delegado, se seu marido foi mesmo assassinado por alguém a sangue frio, isso tem de ser investigado melhor...

- Mas o delegado da polícia militar disse que eu sou a principal suspeita. - digo.

- Segunda coisa que deve saber, polícia militar não soluciona e nem investiga casos assim, porque o caso foi parar nas mãos deles eu não sei, mas você pode resumir para mim toda a história, para que eu possa agir do meu jeito dentro da lei?