Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia Farcoland

Capítulo 47

Camila

Eu ainda me sentia totalmente confusa ao que aconteceu 1 hora atrás. De certa forma consegui acabar com o momento de Laura e não me sinto bem com isso. Não gosto de me sentir como o estraga prazeres dos outros, ainda mais de Laura que tem me apoiado esse tempo todo.

Marcelo e Laura dançavam na sala e eu fiquei na cozinha embaralhada com meus pensamentos nada difusos. Nada fazia sentido. Se eu soubesse que tudo isso aconteceria jamais teria me relacionado com Jorge. Henrique ficou ao meu lado calado, me observando. Continuei a lavar a louça enquanto me culpava e me enchia de culpa, todos os dias desde a morte de Jorge me sinto assim. Já bastava dona Bertha me acusando, me julgando e agora este homem me acusando. Eu sou uma pessoa amaldiçoada por isso.

Terminei a louça e vou guarda-las para não acontecer algo ruim. Henrique me segurou pelo braço e olhei para ele, meu olhos umedeceram e ele me abraçou.

— Não chore, meu amor. — consola-me ele. — Sua ex sogra só deve estar tentando assusta-la.

— Não acredito! Ela não perderia a oportunidade.

— Shhhh, esqueça. — ele alisa meus cabelos e me enrolo mais em seu abralço. — Veja sua amiga como está feliz...

Olho para o casal dançante e feliz.

— Eu estraguei a noite deles.

— Estragou? Tem certeza?

Observo-os, eles pareciam contemplar a grande notícia que Laura dera hoje. Admiro Marcelo, largou tudo por ela e não sente nenhum arrependimento. Laura, jamais teria pensado nisso, afinal seu único namoro lhe causou tanta dor de cabeça, que ela escolheu a vida louca, mas se entregou facilmente. Quando Ramon e ela se separaram lembro-me de ela proferir palavras negativas em relação ao seu coração, quis fazer algo por ela na época mas não fiz nada. Ramon anda se encontrando com várias e ela encontrou o amor verdadeiro. Acho que ela nem se lembra do traste agora. Lembro-me dela fazer planos, montar um planejamento já que iam morar juntos. Mas nada aconteceu como ela planejou, passou duas noites comigo chorando até se recuperar do baque. Ele namorava outra garota além dela. Isso a deixou muito mal.

Henrique me abraçou mais forte e me senti tão segura, tão protegida, que nem mesmo todas as ameaças faziam tanta importância assim. Ele fazia com que tudo desaparecesse num piscar de olhos, de repente a campainha soou quebrando o encanto. Antes de Henrique ir atender quando a porta se abriu violentamente e dois homens entraram vestidos de preto com capuz e armas. Meu corpo gelou, Henrique parou e estudou os homens de preto e Laura agarrou-se a Marcelo.

— Ora se não está aqui a trupe toda? — pergunta com deboche o homem da ponta esquerda.

— Quem são vocês? — pergunta Henrique, sério.

O da ponta direita encarou-o com seus grandes olhos negros.

— O doutor não tem permissão para falar. — afirma seco, sua voz é rouca.

— O que vocês querem? — pergunta Marcelo.

— Não é da sua conta! — grita o da ponta direita.

O da esquerda se aproxima e cochicha algo para ele e volta para seu lugar.

— Temos ordens e costumamos obedecer, entende?