Capítulo 25

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Henrique

Na mesma hora caiu a ficha, eu tinha que me afastar rapidamente daquele lugar não seria nada legal eu continuar ali depois de tudo que acabei de ouvir. Eu seria um louco se continuasse a prolongar esta situação. Minha vida estava cada vez mais se complicando enquanto o tempo passava. Eu tinha acabado de foder com a garota que eu estou desesperado para pôr na cadeia, isso deixaria minha carreira em ouro.Mas não eu tinha que ter ficado atraído por ela, atraído não, com um tesão do caralho por ela, dificilmente eu faria isso outra vez, é melhor terminar aqui. Mas o que eu falaria sem ser grosseiro? Não podia deixar ela assim, tão tristonha, sem uma palavra amiga. Da mesma forma, a reação que tive ela teria quando descobrisse que sou eu a pessoa que mais quer vê-la na cadeia. Justamente, essa historinha de ser inocente todos contam. O problema é que eu acredito nela. Por alguma razão, acredito que ela esteja certa em relação ao seu estado. Uma coisa que me coloca contra a parede. Eu nunca acreditei no que meus irmãos dizia, que a gente sempre acha uma coisa, mas no fundo acaba sendo outra. Meu passado eu não contei a ninguém, nem mesmo a eles, sobre Mariana.

Mariana foi a pior pessoa que conheci juntamente com Erick, mas gostei dos desfechos que os dois tiveram, um apanhou feio no fim do ano letivo e a outra mudou-se de escola e virou saco de pancadas das patricinhas, mas isso não apagou o que os dois fizeram, mas isso não vem ao caso. O acaso colocou ela no meu caminho e por mais que eu deteste relacionamentos longos e duradouros, poderia ajuda-la, mas não me agrada a ideia. Eu preciso ir embora e quero ir, mas há algo que não me deixa ir de forma nenhuma. Estou preso a isto aqui e estou ficando apavorado com isso, não faz bem meu estilo. Preciso fazer algo urgente quanto à isso.

- Camila, eu adoraria ficar mais, só que tenho que ir. - disparo.

- Tudo bem, obrigado por tudo, espero ter encontros como esse sem incidentes. Desculpe-me por meu desabafo.

Franzo as sobrancelhas, ela falou sério?

- Eu que agradeço tamanha hospitalidade.

Me levanto aliviado mas vejo seu rosto inchado e manchado pelas lágrimas, olhos castanhos-cinzentos e vermelhos, uma coisa estranha crepitou dentro de mim e tento manter meu autocontrole. Caminho quase correndo como um fugitivo para a porta e ela gentilmente abre para mim, sorrio e dou um rápido beijo e sua bochecha e tenho a mera impressão que ela desejava que eu beijasse sua boca. Como poderia fazer isso? Não tinha como eu fazer isso, seria como trair a mim mesmo e ao meu trabalho, eu sou um promotor responsável e acabei esquecendo de alguns detalhes que sempre costumo reparar. Como eu iria olhar para ela no dia de seu julgamento? Como poderia acusá-la e condená-la se quando eu ver seus olhos implorando para que eu não o faça o que tenho de fazer, mas será quase impossível e o júri não irá perdoar um vacilo desses. Nem eu mesmo irei perdoar se eu perder meu emprego por conta de um erro como esse. Com relutância, segui para fora do tríplex e segui meu caminho, ouvi a porta se fechar lentamente e entrei no elevador. O que vou fazer meu deus? A única garota que sinto um desejo estranho de continuar a me encontrar era a minha réu, a pessoa que estará sentada ali, afim de perecer sobre meu julgamento,preciso falar urgentemente com Gabriel, ele poderia me ajudar. André devia está envolvido no caso de Romário e muito ocupado para isso e consultar a Laila estava fora de cogitação. Ela tinha que ter paz em seu legado de uma família bem confortável e feliz. Pego meu celular em meu bolso, e digito uma mensagem para Gabriel que responde imediatamente.

''Assim que der estarei lá, não vou me demorar muito!''

Volto a guardar o celular e chego ao térreo, pego meu carro e dou partida para meu destino que parece bem comprometido.

[...]

Gabriel chegou por volta das 15h da tarde, estava na quarta cerveja e muito puto comigo mesmo, tinha que estar, o que eu ia fazer? Não estou nem conseguindo pensar direito. Minha cabeça estava uma névoa negra, e uma voz incessante gritando o quanto eu era burro, nesta parte tenho que concordar com ele. Eu fui um tolo, burro, idiota e imbecil. Gabriel estava sentado ao meu lado apenas ouvindo meu relato histórico, calado. O sorriso irônico não saía de seu rosto e em nenhum momento também me passou uma palavra de confiança, algo que me fizesse acreditar no contrário.

- O que você acha que devo fazer? - pergunto.

- Henrique, você está se precipitando. Ela disse que não foi ela e pela maneira que me contou dela, parece realmente

uma armação. - diz Gabriel.

- Mas quem armaria para ela?

- A primeira a ser suspeita seria a mãe do cara, ela vive xingando a menina como você disse, segundo tem o pai dela que a vendeu para ele, num ataque de fúria pelo que fez pode ter agido de uma forma inadequada e em terceiro alguém do rolo dele de jogo pode ter feito isso e sumido do mapa.

- Simples assim, Gabriel? Não creio muito nisso.

- Claro, você está visando você mesmo, mas em nenhum momento se colocou no lugar dela.

- Não estou visando em meu bem maior...

- Claro que não, só quer lançar sua carreira nos ares e receber todo crédito por isso. Está sendo egoísta!

- Gabriel, isso está me apavorando. Você tem noção do que é comer a garota que você vai ter que condenar no final?

- Ah, então o coração impenetrável está se apaixonando?

- Não fale asneiras, Gabriel.

Gabriel riu gostosamente, e no fim ele acabou se apaixonando por uma garota, ele e meu irmão se tornaram fracos por essa única razão. Eu não sou tão estúpido ao deixar que isso aconteça comigo, não mesmo. Eu jurei quando saí daquela escola que jamais me envolveria com sentimentos de novo e isso não vai acontecer, por que eu pensei que Gabriel poderia me ajudar? Marcelo devia estar flutuando no mundo das nuvens rosa com a amiga daquela garota. Será que ela sabia de tudo? Eu não sabia o que fazer ou o que pensar, olho para o garçom e peço outra cerveja.

- Acho que vou rodar por aí. - digo.

- Para quê? Vai ficar bêbado, caindo, pensando a mesma coisa e vai continuar puto!

- Mas vai melhorar amanhã.

- Vai é te trazer muita dor de cabeça e não se esqueça que amanhã é segunda-feira, precisa trabalhar.

- Merda!

- Se acalme Henrique. Não há motivos para tanto.

- Não há?

- Não. Pensa que ela pode ser a garota que pode mudar sua vida, espera para ver, se for mentira dela, vai aparecer

logo não precisa tanto alarde.

- Acho que eu preciso é beber!

Pego um gole grande de cerveja e já sinto meu corpo e minha cabeça se modificar.

- Que lindo. - repreende ele. - Quanto à isso não posso fazer nada, já dei meu conselho, agora tenho que ir.

- Ir aonde?

- Consulta com Sabrina.

- Ah, boa sorte, então.

Assim ele se foi me deixando ali sozinho.

Promotor Sedutor - Livro 3 - Trilogia FarcolandOnde histórias criam vida. Descubra agora