Capítulo 3 / JÚLIA

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Meu quarto realmente estava incrível e também estava claramente redecorado por minha mãe. Ela deixou tudo como eu amava, copiando algumas características do meu antigo quarto na casa dos meus avós maternos – os biológicos.

Ela tinha pintado as paredes de bege-claro, o chão do quarto era coberto por um carpete grafite, a cama de casal estava no centro do quarto, com uma bela cabeceira com flores e fotos da minha família e amigos penduradas. Havia uma escrivaninha e penteadeira, lado-a-lado, prateleiras repletas de livros e papel de parede florido. Sem contar na janela que dava para o fundo da casa, uma cortina rosa a cobria, deixando o quarto jogado nas sombras.

Não tive muito tempo de reparar na decoração por completo, já que Roberto e eu no emaranhamos naqueles maravilhosos lençóis e fizemos sexo a noite toda, tentando nos manter em silêncio, apesar de meu irmão, no quarto ao lado, não fazer o mesmo. O que, mais tarde, enquanto Roberto já dormia ao meu lado com a bunda à mostra, me arrancou risos abafados. Por sorte não acordei meu futuro marido com meus espasmos corporais, mas sabia que no dia seguinte teria de fazer piada sobre aquilo.

Nenhum cara nunca tinha me feito gritar na cama daquele jeito!

*

Ousei me levantar pela manhã, ainda mal acostumada com o fuso-horário e preparar meu café da manhã, sabendo muito bem que meus pais liberavam a maioria dos empregados no final de semana.

Dei play na cantora Ludmilla em meu IPhone e fui para a cozinha, decidindo fazer um café para todos, já de banho tomado e usando um biquíni que eu tinha comprado para usar na piscina que eu sentia tanta falta.

Eu achei que seria rápido, mas, como decidi preparar um café geral, demorei alguns longos minutos preparando os pães, a mesa, o café e dois sucos naturais. Quando por fim terminei, Ludmilla cantava "Bom" e eu remexia os quadris, carregando as coisas para a mesa dos fundos.

- Você praticamente virou uma gringa – me espantei com a voz, dando um pulo para trás e arremessando a perna para frente, exatamente como minhas aulas de defesa pessoal (e outros goles fundamentais) tinham me ensinado.

Murilo agarrou minha perna estendida pelo tornozelo, puxando-me para perto e fazendo cócegas na sola do meu pé, meu ponto fraco. Não tardou muito para meus fones despencarem de minhas orelhas, exatamente como eu me estatelei no chão, perdida em gargalhadas.

Depois de me acalmar, enquanto ele também sorria, usando uma sunga e aqueles cabelos loiros combinando com os olhos azuis. Ele tinha ficado ainda mais lindo.

- O que você quis dizer com aquilo? – perguntei, enquanto arrumávamos a mesa juntos.

- Que você perdeu o rebolado, está precisando sair e retomar seu lado de brasileira.

Aquilo me fez rir de novo, jogando a cabeça para trás e achando um absurdo ele opinar se eu estava rebolando o suficiente ou não para uma brasileira.

- Então leva a gente para aprender – Roberto apareceu de repente, ainda com os cabelos castanho-escuros emaranhados, o rosto amassado, mas continuava lindo.

Ele depositou um delicado beijo em meus lábios e passou o braço musculoso por minha cintura.

- Fechado. Vou levar vocês para uma balada bem legal que fica...

- Eu sei que cheguei muito cedo, mas aconteceu um... – a pessoa que tagarelava parou de conversar assim que nos viu.

Quando me virei para trás, notei que o garoto, completamente confortável no centro da sala da minha casa, estava me encarando dos pés à cabeça e, sem hesitação alguma, emitiu um assobio de paquera.

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