Sobre os tumultos
Acima de todo o barulho
E através de toda a preocupação
Ainda ouço sua voz
Então me diga como viver neste mundo
Diga-me como respirar e não sentir dor
Diga-me, porque eu acredito em algo
Eu acredito em nós.
Us, James Bay.
O feriado passou rápido demais, comigo e Júlia compartilhando mais momentos com Danilo e Mônica e, especialmente, compartilhando diversos momentos a sós.
Fomos a praia, onde ficamos até nos queimarmos demais; fomos ao cinema e nos divertimos em um filme que era proposto para nos assustar; comemos lanches na casa de praia da família da Mônica.
Júlia e eu compartilhamos mais vários momentos íntimos, dos quais eu jamais me permitiria esquecer, desde as curvas do seu corpo, a forma como ela me tocava ou sussurrava meu nome perdida em deleite.
O domingo infelizmente tinha chegado e estávamos quietos demais um com o outro, mesmo com tudo correndo bem... provavelmente porque sabíamos como deveríamos agir dali em diante. A viagem foi boa para nos aproximar entre si, mas também serviu para nos escancarar a realidade de que não poderíamos nos ter daquele jeito dali para frente.
Eu estava sentado na ponta da cama, observando enquanto Júlia traçava uma linha fina sobre uma das pálpebras. A maquiagem a deixava sexy, o cabelo ruivo modelado e todo jogado sobre um ombro, deixando a mostra o decote nas costas do vestido vermelho.
Tínhamos mais uma dança juntos, mais uma noite antes de retornamos para a realidade da nossa vida.
Nossos pais continuavam a lhe enviar mensagens, enquanto apenas minha mãe me mandava mensagem no final do dia. Doía ter de esconder, era sufocante infelizmente não poder lhe contar toda a verdade. Engoli em seco, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás, sentindo a tensão avançar sobre meus ombros.
— Ei, gatão - Júlia disse e abri os olhos, encontrando-a parada diante de mim. — Sei o que está sentindo... também estou.
Respirei fundo, balançando a cabeça, incapaz de responder. Ela suspirou e sentou-se de lado no meu colo, meus braços automaticamente a abraçaram pela cintura e os seus se agarraram ao meu pescoço
— Quero tentar viver o hoje como se fosse nossa última oportunidade de estar realmente juntos - minha voz saiu mais fraca que o esperado, então suspirei, realmente sentindo a aflição preencher cada um dos meus gestos.
Júlia sorriu, mas o gesto não alcançou os olhos. Sentíamos o mesmo, temíamos pelo mesmo.
— Ainda nos teremos no final dos dias ruins ou dos bons; ainda poderemos compartilhar aquelas coisas que sempre gostamos... vamos indo com calma, sabemos que vai balançar muito as coisas, né? - ela também suspirou, relaxando os ombros. — Agora vamos indo, você não me deu esse vestido lindo para sofrermos antes da hora, né?
Sorri de verdade, me sentindo relaxar por suas palavras encorajadoras e o tom doce.
A sensação durou por boa parte da noite, enquanto íamos à um restaurante no qual tinha conseguido uma reserva dias antes - arriscando na escuridão da provável ausência de Júlia. A comida era boa, a companhia melhor ainda e o papo simplesmente se desenrolava entre nós dois. Por vezes nossas mãos se entrelaçavam sobre a mesa, como se fossem atraídas por algo magnético além de nosso controle.

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Apenas Amor
RomanceSÉRIE APENAS - LIVRO 3 Link 1: https://www.wattpad.com/story/27147132-apenas-meu Link 2: https://www.wattpad.com/story/39259410-apenas-dele ATENÇÃO! Contém cenas de conteúdo adulto (+18) Júlia e Murilo sempre foram tratados como irmãos, apesar de, d...