Capítulo 24 / JÚLIA

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"Estou procurando maneiras de dizer

A sensação que estou passando

Eu só não posso dizer que não amo você

Porque eu amo, sim

É difícil para mim comunicar os pensamentos que tenho

Mas hoje eu vou fazer você saber

Me deixe dizer a verdade

Amor, me deixe dizer a verdade, sim."

Die for you - The Weeknd

— E como foi? - Mônica perguntou, encarando ao próprio reflexo no espelho.

Ela usava uma camiseta larga como vestido, meia arrastão e o costumeiro coturno. Estava com um brilho diferente no olhar azul e até os cabelos castanhos estavam com mais brilho, ela emanava felicidade.

— Foi maravilhoso - murmurei, também olhando meu reflexo no grande espelho.

A música da casa noturna estava alta do lado de fora, sendo abafada pela porta fechada do banheiro.

— Para mim foi excelente também... muito melhor que da primeira vez com ele - ela sorriu, guardando o gloss na carteira de Danilo.

— Não chegamos... exatamente lá - confidenciei, me aproximando dela e dando licença para uma garota que também admirava ao próprio reflexo no espelho.

Mônica riu e balançou a cabeça.

— Murilo gosta de criar expectativa com qualquer coisa - ela deu de ombros, me olhando nos olhos pelo espelho. — E eu acho que a vontade de chegar lá deixa tudo muito melhor.

Dei risada com sua piscadela, puxando-a na direção da porta, ansiosa para aproveitar a noite prometida.

— Eu já estou louca! - gritei ao abrir a porta, sendo recepcionada por Murilo do lado de fora.

— Vamos no bar - ele avisou, me puxando pelo pulso entre todos os corpos dançantes.

Em poucos minutos tínhamos nossas bebidas em mãos e nossos corpos na pista de dança do ambiente. A música era viciante, enquanto bebíamos dos drinks e dançávamos todos juntos. Danilo era sempre engraçado, tanto na pista quanto nas caras e bocas e comentários gritados sobre a música.

Com o tempo a bebida foi fazendo efeito em meu sangue, enquanto meu copo era renovado à cada momento que era finalizado. Mônica e Danilo já estavam perdidos em beijos e abraços, enquanto Murilo e eu continuávamos dançando. Murilo continuava com a mão um pouco distante de mim e, já livre do copo que fora esvaziado há um tempo, puxei seus braços pelos pulsos, apoiando suas mãos em minha cintura, enquanto dançávamos no ritmo da música.

A boca de Murilo foi de encontro ao meu pescoço, me arrancando um sorriso satisfeito. Ele tinha demorado tanto que quase imaginei que tinha desistido.

— Era exatamente assim que eu queria dançar com você - falou em meu ouvido, conseguindo se fazer ser escutado acima da música.

Meu quadril se empolgou mais, fazendo movimentos mais ritmados com a música e com o momento. Suas mãos ditavam o ritmo desejado, pressionando-se contra mim, evidenciando que ele estava sim gostando da dança.

O aperto de suas mãos pareciam mais urgentes, enquanto ele também movimentava o quadril em ritmos compassados na minha direção, me arrancando um suspiro ansioso. De repente, enquanto ainda apoiava minhas mãos nas dele, Murilo me puxou para trás, claramente se apoiando em uma parede livre, mantendo as pernas um pouco abertas. Suas mãos ainda ditavam um ritmo incansável.

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