O Amigo - 2ª Temporada

Capítulo 7

Acordei com a claridade no meu rosto, olhei para o lado e não vi o Leandro. Levantei da cama e ouvi o Leandro conversando com alguém então fiquei deitado tentando dormir mais um pouco, mas não consegui. Levantei de novo e ouvi o Leandro falar o nome do Paulo mais alto, então vesti minha roupa que estava na cadeira ao lado e fui encontrá-los.

Passando pelo corredor e antes de chegar à cozinha eu percebi que Leandro e Paulo estavam discutindo. Parei e decidi voltar pro quarto, mas ouvi Paulo dizer meu nome.

– Para de falar merda, porra. – disse Leandro.

– Te vi poucas vezes cara, to de férias e tal, e nem vejo meu próprio amigo e tudo porque conheceu um guri do Rio.

– Não te larguei como você ta dizendo aí. Eu conheci o Marcos e gosto de passar um tempo com ele. Você está exagerando muito, é claro que te vi nessas férias e ainda fui pra tal festa que você pediu.

– Foi na festa e foi o mesmo que nada. Além de ter ido com ele você nem deu atenção pros amigos e ainda foi embora cedo... E outra, eu não o chamei pra festa e deixei isso claro pra você.

– Para de ser tão babaca. Eu o levei porque eu quis. Ele está passando as férias dele aqui e queria mostrar pra ele as coisas que costumo fazer...

– Ah sim – disse Paulo interrompendo Leandro. –, e por isso você simplesmente caga e anda pras férias do seu amigo pra ficar com um retardado que conheceu outro dia.

– Será que você pode parar de ser infantil e deixar de chamá-lo assim?

– Me diz o que você viu nele? Me diz, eu quero saber. Porque ele não tem nada a ver contigo e você só deve estar com ele pra esquecer o outro lá.

– É sério que você tá falando isso pra mim só porque está com ciúmes?

– Não estou com ciúmes.

Apareci na cozinha antes que abriga ficasse mais intensa e Paulo falasse mais besteiras. Leandro me olhou assustado, mas Paulo pareceu pouco se importar.

– Achei que ainda estivesse dormindo. – disse Leandro vindo em minha direção.

– Eu vou pra casa. – eu disse andando.

– Não, você vai ficar. – Leandro segurou meu braço.

– Eu vou pra minha casa Leandro, eu to atrapalhando demais sua vida. Vai brigar com teu amigo por causa de mim que logo vou voltar pro Rio de Janeiro. – eu disse olhando para Paulo. – É melhor você ficar com seus amigos.

– Não é um problema contigo, Marcos. Tenho nada contra você. – disse Paulo.

– Você fica. – disse Leandro ainda me segurando.

– Eu vou, queira você ou não. – eu disse me soltando dele.

– Deixa ele ir, Leandro. – disse Paulo.

Leandro não tentou mais me impedir de ir embora e então eu segui para o apartamento. Precisava ir embora e deixar os dois se resolverem sozinhos.

Tinha ficado muito surpreso com a opinião do Paulo sobre mim, ainda mais porque me tratou bem nos poucos momentos que estive junto, mas deixei isso pra lá e segui meu caminho.

O apartamento estava vazio quando cheguei lá, mas não demorou muito e o interfone tocou. Era o porteiro avisando que Leandro estava querendo subir pra falar comigo e então eu autorizei. Saí do apartamento e o esperei próximo ao elevador

– Desculpa! – disse ele abrindo a porta do elevador.

– Não precisa pedir desculpas, você não me fez nada. – eu disse.