Capítulo 16

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A campainha tocou. Eu já sabia que era o Christiano e no fundo eu desejava mesmo que fosse. Abri a porta e ele ficou parado me olhando por alguns segundos.

– Que foi hein? – falou em voz baixa e já entrando. – Não retornou minhas ligações, não respondeu minhas mensagens...

– Achei que estivesse ocupado demais com o Diego. – eu disse andando em direção ao quarto.

– Eu sabia que era isso. Para de palhaçada, Marcos.

– Não estou de palhaçada, Christiano.

– Ciúme bobo.

– Ciúme bobo? – eu disse sentando na ponta da cama.

– É, ciúme bobo sim. – disse ele apoiando o corpo na porta. – Eu só estava conversando com ele e você poderia ter conversado também, mas ficou calado o tempo inteiro. A culpa não é minha...

– Ah Christiano pelo amor de deus, só você não viu que eu tentei me enturmar com aquele pessoal, mas não deu. Todo mundo simplesmente me ignorou. Principalmente aquele Diego. Ele nem falava direito comigo, mas pra você ele deu todo o papo.

– Ah, você ta com raiva porque não simpatizou com o pessoal e porque o Diego não gostou de você? – ele disse sorrindo.

– Claro que não, porra. – eu disse. – Fiquei com raiva porque você me largou pra ficar com ele. Te chamei pra conversar, pois queria ir embora, mas você estava conversando com ele e não me deu atenção, peguei minhas coisas, fui embora e você nem deu falta, ou melhor, até deu falta, mas depois de um bom tempo.

De repente sua expressão mudou. Seu rosto agora estava sério enquanto me olhava. Christiano caminhou lentamente e sentou do meu lado.

– Me desculpa. Ok? Foi mal.

Christiano passou o braço a minha volta e me fez repousar a cabeça em seu peito. Fiquei calado enquanto ele fazia carinho em mim, mas o clima foi interrompido pelo toque de seu celular. Ele pegou seu celular do bolso e pude ver que a ligação era do Diego.

– Ta de brincadeira né? – levantei e saí do quarto.

– Qual foi Marcos?

– Ele já tem até o seu número? Nossa!

– Para Marcos.

– Parar com o que? Atende ele, pode atender.

– Não vou atender. Ok? Não vou. – disse ele jogando o celular em cima da mesa. – Está satisfeito?

– Não, não estou satisfeito, Christiano.

– Para de babaquice, cara. Não to fazendo nada, ele é meu amigo só.

– Não é babaquice. Não confio nele.

– Mas confia em mim! – disse ele me interrompendo.

– Não gosto dele, não confio nele e sei que ele não gosta de mim. Não gostei da forma que ele riu quando você disse que era meu namorado, eu perguntei uma coisa e ele nem me respondeu direito, não gosto da cara dele, não quero vê-lo de novo, não quero... – eu disse rapidamente. – Agora você vai virar amiguinho dele, daqui a pouco ta trocando mensagem todos os dias e marcando de sair, e eu vou ficar de standy-by.

– Marcos, eu te amo. – disse ele quase gritando sem se importar se meus pais ouviriam. – Para.

– Argh, que raiva.

– Eu te amo, porra. – ele me abraçou. – Para de falar, ta me deixando nervoso.

Você me deixa nervoso. – eu disse com o rosto em seu peito.

– Sossega cara, chega. Seu coração ta quase pulando fora. Calma, fica calmo.

– Não posso te perder.

– Ei, você não vai me perder Marcos, porque essa maluquice agora?

– Não posso te perder pra ele. Eu não posso.

– Você não vai me perder pra ele. Tá ficando maluco?

– Você viu o rosto dele? O corpo? Ele parece que saiu de um catálogo da Calvin Klein.

– Foda-se. Já falei pra parar com isso. Eu sou seu, lembra?

– Eu sei.

– Fica calmo, ta me deixando assustado, Marcos. Relaxa. Vou chamar um táxi e a gente vai pra casa.

– Eu já estou em casa. – eu disse.

– Pra nossa casa.

...

Acordei no dia seguinte todo gripado e com um pouco de febre. Christiano me paparicar era algo normal, mas quando eu ficava doente ele paparicava mais ainda e eu simplesmente amava. Ele preparou uma sopa maravilhosa pra mim que mesmo sem apetite eu consegui comer tranquilamente e depois disso ficamos na cama assistindo um filme que na verdade era ele que estava afim de assistir o filme, pois eu estava morrendo de preguiça de ler as legendas.

– Marcos?

– Oi!

– Achei que estivesse dormindo. – disse Christiano.

– To acordado. – eu disse passando a mão na coxa dele e puxando seus pelos.

– Tá tão caladinho. O filme terminou e você nem falou nada.

– Deu preguiça. – eu disse ainda puxando seus pelos da perna. – eu disse.

– Vai nada.

– Vou! – retruquei.

– Vai nada, vai depilar só se for o meu saco. – ele disse rindo.

– Você nem tem pelo no saco. – eu ri junto com ele. – Mas eu gosto desses pelos na sua perna, são tão bonitinhos.

– Eu amo essa sua capacidade de amar coisas tão pequenas. Você enxerga beleza até onde não tem. – ele disse e em seguida ficou calado. – Já reparou que a nós praticamente moramos juntos?

– É verdade.

– Quase casados.

– E pensar que um tempo atrás você tinha uma namorada e eu vivia praticamente como um assexuado. – eu disse rindo.

– Você mudou minha vida completamente – disse ele fazendo carinho em minha cabeça com seu queixo.

– Você também mudou minha vida. Tive oportunidades que jamais teria se você não estivesse comigo.

– Te amo meu cheirosinho. – disse ele me apertando. – Me dá um beijo.

– Eu também te amo, mas eu estou gripado e com o nariz escorrendo.

– Não ligo.

– Mas eu ligo.

– Me dá um beijo agora. – ele disse se levantando.

– Não! Eu estou doente.

– Quero um beijo agora. – disse ele subindo em cima de mim.

– Quer ficar doente junto comigo, é? – eu disse.

– Melhor não. – disse ele rindo.

– Ah bem.

Ele saiu de cima de mim e levantou da cama. Fiquei observando ele andar pelo quarto com seu short curto mostrando as pernas grossas com alguns poucos pelos e me apaixonei novamente por aquele corpo que parecia ter sido desenhado à mão.

– Você fica sexy com esse shortinho.

– Muito obrigado. – ele riu. – É bom você se curar logo, pois quero te encher de beijo.

...

O Amigo - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora