Capítulo 17

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Estava na sala quando ouvi o celular do Christiano tocar, fui até a cozinha pegá-lo para poder entregar a ele. Pra minha surpresa era o Diego. Respirei fundo...

– Seu celular estava tocando. – eu disse entregando o celular na mão dele e fui saindo do quarto.

– Marcos, ta tudo ok? – disse ele quando eu já tinha passado pela porta.

Enchi um copo com água e tomei meu remédio pra gripe.

– Não vou me irritar, não vou! – eu disse bem baixo.

Sentei no banco da cozinha e fiquei lendo a bula do remédio...

– Ei – disse Christiano passando a mão em meu ombro.

– Fala. – respondi.

– Quer sair hoje a noite? – disse ele passando o rosto no meu pescoço.

– Pra onde? – eu disse levantando da cadeira.

– Pra uma festa na praia.

– Que praia? – perguntei.

– Ipanema.

– Você realmente acha que eu vou numa festa onde o Diego também vai estar?

– Eu nem falei em Diego.

– Vai me dizer que ele não te chamou? – eu disse.

– Foi ele que me chamou sim. – disse ele rindo.

– Para de rir. – eu disse.

– Vamos?

– Não vou.

– Na verdade eu não quero que você vá mesmo. Você tá meio ruinzinho ainda e não quero que piore a gripe.

– Você está me dispensando pra ficar com o Diego, Cristiano? – eu disse elevando a voz entre uma tosse e outra.

– Não! Calma, Marcos. Eu sabia que você ia encrencar, mas a Nina contou pra ele que cheguei no Brasil faz pouco tempo e ele disse que quer me apresentar um cara que pode me contratar.

– E não tem como arranjar emprego indo a uma entrevista normal?

– Claro que tem, mas se eu puder pular essa parte seria bom. Você não acha?

– Então vai. – bufei. – Tchau.

– Não fica bravo.

– Não estou bravo. – menti.

Christiano se arrumou para a tal festa enquanto eu assistia televisão e xingava o Diego mentalmente. Christiano sabia que eu estava puto, mas tentava fazer com que o clima melhorasse o tempo todo, sempre puxando algum assunto enquanto andava pelo apartamento atrás de uma cueca ou de meias. Decidi que iria dormir em casa, já que ele provavelmente só chegaria tarde e eu não queria ficar sozinho por tanto tempo.

– Ei! – ele me olhando quando já estava fora do apartamento. – Deixei o dinheiro pra você pegar um táxi pra casa. Não vá andando, por favor.

– Tá!

– Desfaz essa cara de bunda. Você me permitiu ir pra essa festa então não adianta ficar bravo comigo. Só estou indo pela oportunidade.

– Tchau.

– Eu também te amo e te espero aqui amanhã.

E lá foi o meu namorado pra uma festa na zona sul com um cara que eu não gostava nem um pouco. O que me deixava tranquilo era a confiança que eu tinha no Christiano, mas eu sabia das intenções do Diego e isso me incomodava.

O Amigo - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora