Capítulo 11

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A porta do apartamento não estava trancada e assim que entrei eu o vi na varanda só de cueca box sem se importar se alguém o veria daquele jeito. Por um segundo eu tive vontade de sorrir ao ver aquela cena, mas logo lembrei da atual situação.

– Ei. – eu disse bem baixo enquanto entrava na varanda.

– Eu pedi pra você não vir atrás de mim. – ele disse ainda de costas para mim.

– Como eu iria pra casa sem falar contigo? Minha cabeça não iria parar... – ele me interrompeu.

– Você tava namorando o Lucas mesmo? – perguntou ele.

– Eu não namorei ele. A gente ficou algumas vezes porque ele insistiu muito depois de me contar que estava gostando de mim.

– Não importa se ele insistiu. Você não foi obrigado a nada e ficou com ele porque quis.

– É uma longa história... Ele me beijou no dia que você viajou e fiquei chateado, depois de um tempo ele começou a tentar ficar comigo e eu acabei cedendo, mas eu não gostava dele. Eu achei que iria conseguir te esquecer se ficasse com outra pessoa.

Christiano apoiou os braços na sacada da varanda e abaixou a cabeça.

– O que eu posso fazer? Eu fui embora, né. – disse ele. – Me desculpa.

– Deixa isso pra lá. O importante é que você está aqui agora.

Sua expressão era de tristeza e parecia que ele ia chorar. O abracei e ali ficamos por alguns minutos.

Ligamos a TV e começamos a assistir um filme qualquer. Eu estava sentado entre suas pernas e com o meu corpo apoiado sobre o dele, mas no meio do filme eu percebi que ele estava quieto demais, virei meu rosto e vi que Christiano estava dormindo. Tirei seus braços pesados do meu colo e levantei da cama cuidadosamente.

– Chris, deita direito. – sussurrei tentando ajeitar aquele corpo pesado.

Christiano abriu os olhos lentamente, deu um sorriso fraco e coçou os olhos. Coloquei um travesseiro embaixo de sua cabeça e depois de um longo suspiro, ele voltou a dormir.

Era ótimo poder observá-lo dormindo, ele parecia tão inocente e calmo enquanto dormia. Sua barba já estava crescendo, deixando aquele rosto de menino um pouco mais másculo. Dei um selinho demorado nele e senti sua respiração quente bater em minha pele. Ele abriu os olhos e deu um sorriso de novo.

– Desculpa. – sussurrei.

De olhos fechados ele colocou sua mão sobre meu rosto e em seguida passou os dedos sobre meus lábios. Virei de costas para ele e me aconcheguei perto de seu corpo. Christiano alisou meu braço e de encontro com minha mão, ele entrelaçou nossos dedos. Respirei fundo e senti ele apertar o meu corpo contra o dele. Assim acabei adormecendo...

O Amigo - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora