O Amigo - 2ª Temporada

Capítulo 8

Andamos mais um pouco até bater aquela preguiça e então o levei para meu apartamento, pois não teria ninguém lá e provavelmente demorariam bastante. Fizemos um brigadeiro e ficamos um pouco na varanda conversando.

– Minhas férias estão acabando. – eu disse olhando para a rua lá embaixo.

– E você vai voltar pro Rio, né? – disse Leandro com os olhos apertados por causa do vento.

–É.

– Eu acho que realmente queria ficar com você. – disse ele passando os dedos sobre minha sobrancelha.

– Não dá. – eu disse rapidamente.

– Claro que dá! – retrucou ele com uma cara séria.

– E assim, você pode ter qualquer cara aqui de búzios.

– Você tem uma péssima mania de se diminuir e achar que é muito pouco para as coisas.

– Não é não! – eu disse.

– É sim, e, além disso, você tem medo.

– Tenho medo nenhum. – eu disse.

– Tem sim e eu até entendo. Acho que você tem medo de se apaixonar e, de certa forma, esquecer o seu ex. Sei lá. Você vai colocar barreiras em qualquer possibilidade de relacionamento que aparecer.

– Você acha isso?

– Acho. Eu queria ficar contigo, independente de eu conseguir qualquer cara aqui ou de você ser do Rio ou não. E eu sei que não vai rolar.

– Eu também quero, mas acho que isso ainda é uma coisa confusa pra mim.

– Eu percebi isso e vou respeitar. Além do mais, pra que ter pressa, não é? Vamos deixar as coisas acontecerem.

– Eu não acredito que estou dispensando um loirinho lindo desses. – eu disse rindo.

– Não está dispensando, só está sendo sincero comigo e consigo mesmo. Tá certo. – ele sorriu. – Vamos comer alguma coisa? Estou ficando com fome.

...

– Sabia que eu to sempre pensando em você? – disse Leandro olhando pro céu estrelado.

– Deve ser porque a gente ta se vendo.– ele me interrompeu.

– Para de tentar me convencer que isso é outra coisa. – ele me olhou – Eu to gostando de você.

– Eu também gosto de você – murmurei.

– Não precisa falar isso só pra me agradar.

– Não to fazendo isso, eu gosto de você, mas sei lá... – quase gaguejei.

– Ei, ei calma, cara! Não to te pedindo em casamento e nem dizendo que te amo. Você não precisa sentir o mesmo por mim pô, relaxa. – ele soltou uma risada abafada pelo som das ondas se quebrando. – Só quis falar mesmo.

– Eu sei que vou sentir sua falta quando for embora. Fiquei mal acostumado te vendo todo dia. – eu disse.

– Espero que eu tenha conseguido te fazer mais feliz nesses últimos dias do que quando você estava lá no Rio e que você volte melhor.

– Conseguiu sim. – concordei.

...

Toquei a campainha e depois de ouvir seus passos ele finalmente abriu a porta.

– Ei, já estou indo embora?

– Achei que só fosse a noite. – disse Leandro claramente decepcionado.

– Decidiram ir agora. Nem posso demorar, só vim me despedir de você rapidinho.

– Queria que você ficasse mais. – disse ele fazendo biquinho e me puxando pra dar um beijo.

– Vou sentir sua falta. – eu disse ainda com a boca encostada na dele.

– Vou tentar ir pro Rio te ver no final da semana.

– Vai sim. Vou adorar.

– Juízo nessa cabeça de vento. Não quero te atrasar. – disse ele me soltando.

– Obrigado por tudo que você fez por mim aqui e por tudo que me disse. Me ajudou bastante. Eu amei te conhecer.

– Eu que te agradeço por melhorar meus dias. A gente se vê em breve.

Quando já estava na estrada rumo ao Rio de Janeiro eu fiquei refletindo sobre minhas férias. Tinha sido tudo perfeito graças ao Leandro e tudo o que eu queria era continuar lá. Não queria voltar para o Rio e para minha vida normal. Já estava me dando até um desanimo pensar na velha rotina.

Dessa vez não pegamos engarrafamento, então chegamos logo em casa. Até a chegada em casa era uma coisa chata, ter que tirar tudo de dentro do carro, botar todas as roupas pra lavar, guardar as coisas no armário... Era um saco. E pra completar, meus pais foram dormir um pouco, pois estavam cansados e assim a casa ficou completamente silenciosa, o que me fez cair no sono também.

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