53. Quando o mistério é muito impressionante...

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Não havia dúvidas para Cosima que havia esperado tempo demais para apossar-se dos lábios de Delphine. Um tempo imensurável se comparado ao tanto que desejava aquela mulher. Ela sabia que o autocontrole não era uma de suas maiores virtudes, não quando pesava na sua balança de escolhas, quantas vezes perdera o autocontrole antes, para mulheres que tinham mexido com suas estruturas bem menos que a jovem cientista Cormier.

Niehaus analisava a maneira hesitante com que beijara a loura, onde havia esperado quase que uma permissão para fazê-lo, e tendo ciência de sua insanidade, ela intrigava-se com as próprias ações. Para não dizer decepcionada. Por que não era daquela forma que as coisas sempre funcionavam para ela, ainda mais naquele ambiente tão reservado, e tão favorável a uma investida, onde poderia fazer o que queria, onde poderia desnudá-la e toma-la de uma só vez só, sem receios.

O que acontecia com ela? Porque hesitava? Perguntava-se Niehaus. Ela manteve os lábios nos de Delphine, no beijo quase casto, pensativo, onde buscava a resposta para seu comportamento tão cavalheiresco. Talvez fosse medo do desconhecido ao qual Cormier a lançava.

As mãos Delphine baixaram pelas costas de Niehaus, em um toque leve, terno, que excitou-a como a muito nenhuma mulher conseguira, não com tão pouco. Cormier passava os dedos sob o tecido da blusa, e mesmo sob o tecido fino, a força com que afetavam a morena era descomunal.

Em meio a todas sensações, Cosima chegou até mesmo cogitar a inocência de Cormier nas investidas. Pensando que a loura poderia não ter ciência do poder que seu toque tinha sobre ela, mas quando sentiu a língua ávida aprofundar o beijo e as pontas dos dedos no toque leve, firmarem-se em uma volúpia desmedida, suas suposições caíram por terra.

Os lábios que estavam próximos fundiram-se então em um dança sensual, e as línguas buscaram-se com uma vontade maior, expressando o desejo pertente ambas, e aquele desejo sobrepôs todos os pensamentos de Cosima e como que se esquecendo de tudo o que lá estava ela baixou os braços envolvendo-os em Delphine em um aperto forte, onde em seguida girou o corpo da loura, prendendo-a contra o balcão em mármore.

Delphine não esboçou reação alguma a investida de Cosima, e os lábios mantiveram-se unidos, desbravando-se, primeiramente por que era por aquela mulher de atitude que ela esperara desde antes, e por que cada uma de suas ações haviam sido com aquele propósito. E entre as palavras que não foram ditas e entre os olhares que crisparam, e que muito diziam e muito também deixavam subtendido, Cosima avançou esperando apenas um sinal de que não estava indo além do que Delphine permitiria.

- Prove! – murmurou Delphine em meio a voz ofegante, como que lendo a mente da jovem Niehaus. Ela mantinha os lábios junto aos de Cosima que não esperou qualquer outra palavra ser dita, continuando o beijo úmido e provocante.

Aquelas palavras já eram mais que suficientes para a morena. A provocação ferveu o sangue de Cosima, naquela necessidade latente em mostrar a Delphine que provocar, uma fagulha que fosse, daquele desejo que sentia queimar para com ela, jamais poderia ser um desafio, pois aquele sentimento era desconhecido, e nem mesmo ela o tinha sob controle.

Cosima baixou as mãos no corpo da loura, que não apenas arqueava, mas que também tremia quando o toque era mais vigoroso. Niehaus não estava arriscando, ou jogando, estava fazendo o que Delphine queria, e acima de tudo estava fazendo o que também queria. E aquela certeza a motivava a seguir, onde firmou os dedos no tecido delicado do vestido de loura, baixando-os toque pela lateral do corpo esguio, explorando a cintura, os quadris, em um toque mais firme, mais urgente.

As mãos desceram demorando-se nas coxas, onde os dedos tatearam o tecido fino e elevaram-no até que Cosima sentiu a pele exposta e quente contra a ponta de seus dedos. Ela espalmou as mãos, subindo-as novamente, uma de cada lado até a altura dos quadris, onde em seguida baixou-as acariciando as costas em um toque lânguido até que chegassem as nádegas, segurando-as, firmando os dedos, sentindo-a. Sabendo exatamente o que fazia, Cosima segurou Delphine levantando o corpo esguio em um movimento rápido e vigoroso, fazendo-a sentar sob o balcão frio.

Defy ThemOnde histórias criam vida. Descubra agora