51. Podemos deixar que cresça a vontade.

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Tudo o que Delphine procurava no enorme supermercado era o corredor onde ficava as frutas, o último item da lista de compras que carregava em mãos. A intenção da loura era fazer panquecas com morangos para o café da manhã do dia seguinte, além dos itens que já havia separado e que ajudaria no preparo do jantar para aquela noite.

Delphine queria aproveitar o tempo disponível como fazia em Paris, dedicando-se ao preparo da própria comida, inventando receitas e se distraindo com algo prazeroso e ela ela muito prazer em cozinhar. Apesar de muitas vezes ter pouco tempo para dedicar-se na tarefa.

A loura não lembrava de ter frequentado alguma vez antes daquele dia o estabelecimento, ou algum que fizesse parte da mesma Rede, por isso tinha aquela dificuldade em se localizar no recinto e por ser algo mais delicado optou por deixar as frutas por último.

Jamais cogitara a hipótese de esbarrar com Cosima naquele lugar, e naquele instante, e vê-la novamente, não chegara nem perto de ser como sua mente um tanto quanto inquieta havia até então se preparado.

Quando correu os olhos pela morena, Delphine sentiu o turbilhão de emoções lhe invadir, em misto a cada um dos pensamentos aos quais encontrar Niehaus a remetia.

Nunca parecia ser o suficiente o tanto que se preparava para lidar com ela e aquelas emoções, já que os sentimentos que claramente tinha para com Cosima eram impossíveis de serem ignorados, muito menos definidos. E aquele reencontro inesperado, foi uma prova concreta de cada uma das suposições.

O sorriso dela estava tão mais vibrante e alegre, e sua beleza tão mais ressaltada que em um primeiro momento nada ocorreu a Cormier, a não ser aquela vontade insana de olha-la. A proximidade que aquele encontro repentino trouxe, roubou cada uma das palavras que até então, Delphine achava-se boa para proferir e ela ficou calada, contemplando seu universo particular.

Aquilo seria mesmo real? Cosima se perguntava.
O penteado de lado, em que os fios louros haviam sido dispostos, deixavam a face de Delphine com um ar angelical e os trajes refinados favoreciam na construção daquela imagem.

A loura vestia um vestido florido com um tom creme enfeitado por pequenas flores em tons que mesclavam o rosa e o roxo enfeitando a peça elegante que media uma altura pouco acima dos joelhos.

O cumprimento deixava boa parte das pernas esguias à mostra e apesar do decote reto, a peça pouco mostrava as curvas que Cosima tanto apreciara antes, mas depois das experiências de convivência não era só aquilo que a fazia se sentir atraída por Delphine Cormier, por partes, havia principalmente a delicadeza da beleza de Cormier, levou aquele sentimento que a morena nutria desde então.

Cosima sabia que vê-la seria o primeiro passo para que se perdesse de novo na tormenta de emoções as quais aquela mulher lhe lançava.

- Que surpresa boa te ver de novo, Delphine. – proferiu Cosima, com o sorriso largo. A voz branda e os olhos perdidos nela.

- Digo o mesmo. – concordou Cormier, com um sussurro de voz, ainda estava surpresa por tê-la ali.

Os olhos de Cosima baixaram pela loura, sem medir os movimentos. Apesar de querer uma justificativa por parte dela, queria apreciar cada instante.

Desviando os olhos distraidamente para o carrinho de compras pela metade que a loura empurrava até então, e pensando no que diria. Não queria forçar uma conversa porque tinha receios de estar ultrapassando limites. Limites imaginários que ainda não tinham estabelecido, mais ainda assim limites.

- Me desculpe se fui indelicada! – declarou Delphine se desculpando pelo tom ríspido ao qual se dirigira a ela, logo após o choque dos carrinhos de compras. - Geralmente não sou assim. Não é nada pessoal Cosima, eu só fui pega de surpresa.

Defy ThemOnde histórias criam vida. Descubra agora