52. Parece-me que as condições são favoráveis.

158 13 2
                                    


O tempo que Cosima levou para decidir se aceitaria ou não o convite de Delphine, foram apenas alguns segundos. Segundos que compreenderam no tempo em que a jovem levou para processar quais seriam as intenções da loura com aquele convite inesperado.

Não houve para Niehaus a dúvida se Delphine fazia o convite por educação ou por querer sua presença por mais tempo. O brilho distinto nos olhos âmbar trazia em si aquela resposta.

A dúvida que se fez presente para a morena foi apenas das intenções, que Delphine poderia esconder por trás do convite e o que confortou Niehaus foi concluir que suas próprias intenções eram indefinidas. A certeza que tinha, era que estava feliz por estar com ela.

- Eu topo! – brincou Cosima sorrindo para ela. - Não estou conseguindo calcular o quão insano seria recusar um convite como esse?! – completou sem deixar de reparar o nervosismo e a surpresa de Delphine por receber aquela resposta.

Por mais que Delphine houvesse previsto que pelas ações, Cosima aceitaria o convite, receber a resposta tão direta não deixou de ser uma surpresa.

Analisando as reações da loura, Niehaus via a facilidade que estava sendo acostumar-se com o tom rosado na face alva mudando rapidamente para o rubro, e a cada instante que ficava ao lado daquela mulher a necessidade de permanecer ao lado dela, era maior.

- Há controvérsias. Talvez seja sensato recusar. – alertou Delphine, antes de abrir o restante da porta e deixar o espaço para que ela entrasse. - Eu já disse que quem fará o jantar sou eu?! – indagou ainda em tom jocoso. - Não quer pensar melhor? - indagou por fim. E antes que a resposta de Cosima viesse, a loura viu-a baixar a silhueta pegando as sacolas com rapidez, caminhando em sua direção.

- Não tenho o que pensar! – garantiu Cosima, passando por ela nos largos passos que suas pernas curtas permitiram. Não era a primeira vez que deixava de cumprir com os compromissos com Helena e a mãe por causa de uma mulher, e com certeza não seria a última.

Havia uma luta interna em Cosima para não ultrapassar alguns limites, começando pela proximidade física que sentia se estabelecer de forma natural. E talvez pela conversa descontraída, ou apenas por sentir que aquele convite estava levando as coisas entre elas a outro nível, resolveu não deixar-se levar naquele primeiro momento.

Cosima não queria que seus pensamentos fossem carregados pela fragrância do perfume dela, por isso deu um longo suspiro passando por ela com mais rapidez do que o necessário.

- Eu confio em suas habilidades culinárias. Não tente me assustar! – afirmou com o tom de voz elevado, diminuindo os passos, dando-se conta que já estava no meio da recepção da entrada principal.

Que lugar era aquele? Cosima perguntava-se.

A jovem não lembrava de ter estado em um edifício residencial tão imponente. E a imponência dele não se dava pela iluminação clara e bem distribuída, ou pelas paredes cobertas em parte por espelhos largos, em outras por uma espécie de madeira em tom tabaco. Ela acreditava que dava-se pelos lustres que provavelmente custariam mais do que pessoas comuns como ela pagaria e pelos vasos discretos com algumas plantas ornamentais que ela sequer sabia a espécie.

E talvez por estar deslocada no ambiente tão luxuoso ou apenas por não saber para que lado teria que ir para encontrar os elevadores, ela hesitou. Não podia tomar aquela decisão de forma arbitrária.

– Por aqui! – ouviu Delphine passando por ela, e dando alguns passos á frente e virando a esquerda, no corredor que ao segui-la notou que dava acesso aos elevadores. – E eu não estou tentando te assustar!

Defy ThemOnde histórias criam vida. Descubra agora